Cine Atlântico ocupou o térreo de um conjunto residencial na Praça Independência, 1. Fechou as portas em 1967 para a demolição do prédio, que daria lugar à Galeria 5ª Avenida Acervo FAMS Foto-04184.jpg (24/2/1942)
16/10/1941 a 31/5/1967 – Cine Atlântico – Praça da Independência, 1, Gonzaga. Este cinema da Empresa José B. de Andrade teve a pedra fundamental lançada em 24/8/1940 e foi inaugurado em 1941 com o filme Divino Tormento, com os cantores Jeanette Mac Donald e Nelson Eddy, em avant-première.
Em outubro de 1941, era inaugurado o Cine Atlântico, no Gonzaga Jornal Correio da Tarde, 16/10/1941, página 6
Com o filme Comandante Fúria, estrelado por Tony Aguilar, aquele que foi o primeiro cinema de luxo da cidade (com poltronas de alto padrão, ar-condicionado a 26º C e estabilidade hidroscópica de 55 graus) fechou as portas no dia 31/5/1967, época em que eram projetados apenas filmes de segunda categoria ou reprises. Em seu lugar surgiu um novo edifício de apartamentos, com um centro comercial no térreo. [[Mais...]].
Em junho de 1967, o primeiro cinema santista de luxo fechou as portas para demolição do imóvel Jornal A Tribuna, 2/6/1967, página 12/2º caderno
2/1/1942 – O jornal santista Correio da Tarde publicava anúncio da Empreza Cine Radio Brasileira Ltda., com escritório na Praça Rui Barbosa, 36, 1º andar, promovendo "Anuncios falados em cinemas e ao microfone (Propaganda moderna e eficaz)".
“Propaganda moderna e eficaz”, com anúncios falados, era o objetivo da Empreza Cine Radio Brasileira Ltda. Jornal Correio da Tarde, 20/4/1940, página 5
28/3/1947 a 2/3/1975 – Cine Gonzaga – Av. Ana Costa, 544, em parte das instalações do Cassino Atlântico, findo em 1954. A sessão inaugural foi em benefício da Santa Casa de Santos, segundo o Santos Jornal (na edição de 29/3/1947), comparecendo o prefeito interino Francisco Paino e o vigário geral da diocese, monsenhor Luís Gonzaga Rizzo, entre outras autoridades. Foi exibido então o filme Querida, da Monogram Pictures, estrelado por Gale Storm.
“Vizinho ao Atlântico Hotel”, o Cine Gonzaga foi instalado em 28/3/1947 Santos Jornal, 29/3/1947, página 8
Em 2/3/1975, após a última sessão do filme Zardoz, da Fox, com Sean Connery e Charlote Rampling, iniciaria um período de reformas, para em seguida ceder seu espaço aos cinemas Studio Atlântico. [[Mais...]].
‘Zardoz’, com Sean Connery e Charlotte Rampling, foi exibido no último dia de funcionamento do Cine Gonzaga Jornal A Tribuna, 2/3/1975, página 37. Cartaz do filme: Acervo IMDB
17/10/1948 – Cinema do SESI – De caráter itinerante, anunciava nesse dia a programação da semana, na sua página O Trabalhador ("Órgão patrocinado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi)"), ano I, nº 44, publicado no jornal A Tribuna dessa data:
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"CINEMA DO SESI
"Como todos os trabalhadores têm tido oportunidade de observar, o SESI vem executando um vasto programa de diversão e educação, por meio do cinema, porquanto proporciona aos operários de Santos assistir a magníficos filmes, de grande metragem, cintas das de melhor produção da grande indústria cinematográfica de todo o mundo.
"Tudo o que se possa escrever a respeito é dispensável, pois, melhor do que nós poderão dizer, da excelência das exibições cinematográficas do SESI, aqueles que a eles têm assistido.
"Para a semana a iniciar-se amanhã, serão apresentadas novas sessões cinematográficas nos seguintes locais:
"Dia 17 - Empresa Roial de Publicidade - S. Vicente.
"Dia 18 - Açucareira Santista - Rua Cons. Nébias, 49
"Dia 19 - Santos F. Clube - Vila Belmiro
"Dia 20 - E. C. Cubatão - Cubatão
"Dia 22 - Cia City A. Clube - Rua Visc. de Embaré, 14
"Dia 23 - Sind. dos Ensacadores - Rua João Pessoa, 537". |
Cinema do Sesi apresentava sua programação itinerante da semana, na sua página O trabalhador
Jornal A Tribuna, 17/10/1948, página 9
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21/10/1948 a 26/6/1966 – Cine Bandeirantes – Rua Lucas Fortunato, 89, Vila Mathias. Estreou com o filme Festa Brava (Fiesta), da MGM, com Esther Williams, Ricardo Montalbán, Mary Astor e Cyd Charisse, em avant-première que beneficiaria a Santa Casa de Misericórdia de Santos. As 600 poltronas eram dispostas em filas cruzadas de forma a que nenhum espectador tivesse a visão da tela prejudicada.
Em 26/6/1966 voltou ao nome de Cine Carlos Gomes, conforme negociação do proprietário Domingos A. Fernandes com os moradores da Vila Mathias, inconformados com o fechamento do tradicional Carlos Gomes. A comissão de moradores chegou a propor o fechamento do Bandeirantes, desde que suas cadeiras (estofadas) fossem transferidas para o antigo prédio do Cine Carlos Gomes, dando assim mais conforto aos espectadores.
O Carlos Gomes foi reconstruído como Bandeirantes, com programação simultânea aos cinemas da praia Jornal A Tribuna, 21/10/1948, página 11
16/10/1948-26/8/1950 a 1995 – Com a criação proposta no dia 16 de outubro de 1948, durante reunião especialmente convocada nas instalações santistas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, o Clube de Cinema de Santos teve sua fundação oficializada no dia 30 daquele mês, após o debate e a redação de seus estatutos sociais, em nova reunião no mesmo local.
O Clube de Cinema de Santos teve seu encontro de fundação nas instalações santistas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, em outubro de 1948 Jornal O Diário, 16/10/1948, página 6
No dia 11 de novembro, o jornal santista O Diário publicava uma entrevista com o primeiro presidente, Manuel de Barros Lopes, que detalhou o estatuto e as finalidades do clube, enquanto o diretor de arquivo do Clube de Cinema de São Paulo, Rubens Biáfora, observava que a entidade santista poderia ser uma das mais ativas do Brasil em termos de preservação da memória cinematográfica nacional.
Paulo Giolli, diretor do Centro de Estudos Cinematográficos do Museu de Arte de São Paulo, que também participou da cerimônia de fundação do Clube de Cinema, declarou então acreditar que com o interesse santista e de outras cidades brasileiras pelo cineclubismo, "dentro em breve o Brasil poderá ter um movimento de cultura cinematográfica, senão igual ao da Europa ou da América do Norte, pelo menos à altura do que já se faz em Montevidéu e Buenos Aires".
A primeira sessão cinematográfica realizada em 26 de agosto de 1950, às 15 horas, no Cine Bandeirantes, com o filme francês Le Corbeau (no Brasil, O Corvo, a Sombra do Pavor), de Henri-Georges Clouzot. O clube tinha permanecido parado dois anos por não ter recursos para alugar filmes.
O Clube de Cinema de Santos teve seu encontro de fundação nas instalações santistas do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, em outubro de 1948
Jornal O Diário, 11/11/1948, página 3
Durante muitos anos, as sessões do Clube de Cinema foram realizadas no Cine Bandeirantes, até duas por mês. Em 9/8/1957 foi usado para esse fim o auditório do Centro dos Estudantes de Santos, sucedendo-se ao longo dos anos seguintes diversas salas de cinema, especialmente com a criação de uma sessão iniciada à meia-noite.
Sindicato portuário comunicava aos associados a exibição de um filme em sua sede, com apoio do Clube de Cinema de Santos: Vive-se Uma Só Vez (You Only Live Once), de 1937 Jornal O Diário, 25/3/1961, página 2. Cartaz: Acervo IMDB
Em 25 de março de 1961, o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração dos Serviços Portuários de Santos, Waldemar Neves Guerra, comunicava na Imprensa que, com patrocínio do Clube de Cinema, seria projetado na sede social do sindicato o filme Vive-se Uma Só Vez, com Silvia Sidney e Henry Fonda, com ingressos livres para os asociados. Consta em 25/3/1994 um último evento público, a pré-estreia do filme chinês A História de Qiu Ju, do diretor Zhang Yimou, promovida pelo Clube de Cinema no Cine-Arte Posto 4.
Dois nomes importantes no cineclubismo santista (entre alguns outros em igual condição) não eram citados,embora participassem ativamente dos trabalhos desde o início do Clube de Cinema: o maestro e compositor Gilberto Mendes e o francês-santista Maurice Lègeard.
Em 1995, quando o Brasil comemorava os 100 anos do cinema, o Clube de Cinema de Santos era lembrado como um dos três mais antigos do Brasil. Porém, durante esse ano, seu acervo foi transferido para seu mentor, Maurice Lègeard, e o clube não mais voltou a atuar. [[Mais...]].
Maurice passou a vida em salas de projeção e no meio de filmes, críticas, fichas e revistas sobre o que mais gostava de conversar: o cinema
Foto; Arquivvo, jornal santista A Tribuna em 1º de junho de 1997, página 1/suplemento AT Especial/Leituras
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