HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS -
ESTRADAS
História da Estrada de Ferro Sorocabana (2)
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Um mapa de 1961 dá uma boa idéia da extensão das
linhas da Estrada de Ferro Sorocabana, no Estado de São Paulo, desde o litoral Sul, Santos, São Paulo, até Presidente Epitácio. Foi publicado
originalmente em um suplemento de 1961 da Revista Ferroviária:
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Mapa de linhas da E.F.S. em 1961
Imagem: coleção de Hermes Yoiti Hinuy (São Paulo/SP), publicada no site
E.F.Brasil
Este outro mapa foi encontrado no arquivo do antigo jornal Cidade de Santos:
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Mapa de linhas com tração diesel e
eletrificadas da E.F. Sorocabana
Imagem: pesquisa do historiador Waldir Rueda
nos arquivos do jornal Cidade de Santos,
mantidos no
acervo da Universidade Católica de Santos (Unisantos)
Em um domingo, 15 de setembro de 1929, o jornal santista A Tribuna publicou estas duas
foto-legendas:
![](lendas/h0102o2l.jpg)
"ESTRADA MAYRINK-SANTOS - O sr. dr. Agenor Guerra Corrêa, chefe do serviço de construção
da linha Mayrink-Santos, no trecho 51, em companhia de outros engenheiros e pessoal da Sorocabana, junto ao marco inicial da estrada, próximo à estação
de Samaritá"
Foto e legenda: jornal A Tribuna, Santos, 15/9/1929
![](lendas/h0102o2m.jpg)
"ESTRADA MAYRINK-SANTOS - Trecho da linha Mayrink-Santos, parcialmente inaugurado no domingo
passado, conforme noticiamos. Ao centro da linha vê-se o dr. Agenor Corrêa, que terminou a construção da estrada no trecho n. 51, a seu cargo, desde a
estação de Samaritá até a raiz da Serra"
Foto e legenda: jornal A Tribuna, Santos, 15/9/1929
As obras da ferrovia, na Serra do Mar:
![](lendas/h0102o2c.jpg)
Linhas secundárias de apoio durante a construção da ferrovia Mayrink-Santos, em 1928
Foto: coleção de Dr. Múcio Drummond Murgel e seu filho Dr. Gustavo Adolpho de Souza Murgel,
de Campinas/SP, publicada no site
E.F.Brasil
Em 5/12/1934, faltando pouco para a inauguração, um automóvel percorre o traçado da ferrovia, onde seriam
assentados os trilhos, perto do túnel 20 na Serra do Mar:
![](lendas/h0102o2e.jpg)
Foto: coleção do Museu da Companhia
Paulista, publicada no site E.F.Brasil
Na mesma data (5/12/1934), foto do túnel nº 1 da ferrovia:
![](lendas/h0102o2f.jpg)
Foto: coleção do Museu da Companhia
Paulista, publicada no site E.F.Brasil
Imigrantes italianos construindo uma ponte ferroviária na linha Mayrink-Santos:
![](lendas/h0102o2g.jpg)
Foto: livro Gli Italiani in Brasile, publicada no site
E.F.Brasil
Imigrantes de muitos países (Itália, Rússia, Polônia, Lituânia e outros) ajudaram a construir as ferrovias
brasileiras, no século XIX e início do século XX. A foto abaixo mostra um grupo de trabalhadores imigrantes construindo um túnel na ligação
Mairinque-Santos. O primeiro homem à esquerda, Bolys Piragis, chegou ao Brasil em 1929, e a foto foi divulgada por seu filho Wilson Piragis, residente
na capital paulista:
![](lendas/h0102o2h.jpg)
Foto: coleção de Wilson Piragis, de São Paulo/SP, publicada no site
E.F.Brasil
Um trem com autoridades percorre a ferrovia, durante sua inauguração em 1935:
![](lendas/h0102o2d.jpg)
Foto: coleção de Antonio Carlos Belviso, de São Paulo/SP, publicada no site
E.F.Brasil
Em 1938, como lembra na Internet o site E.F.Brasil, foi inaugurada a ferrovia ligando Mairinque à vila de
Samaritá (área de São Vicente). Esta estação era servida pela antiga São Paulo Southern Railroad, que ligava Santos a Juquiá e foi incorporada pela E.F.
Sorocabana em 1926. Os trens procedentes de Mairinque passavam por Samaritá e prosseguiam para Santos ou Juquiá usando os antigos trilhos da S.Paulo
Southern Railroad.
Em 1948, após a encampação da E.F. Santos a Jundiaí pelo governo brasileiro, a E.F. Sorocabana começou a
construir uma ligação direta de Mayrink-Santos para a capital paulista, via rio Pinheiros. Essa linha ficou pronta em 1956, encerrando definitivamente o
monopólio da E.F. Santos a Jundiaí. Ao contrário da antiga Inglesa - que usava um sistema especial de cabos desde sua construção até 1974,
quando, um novo sistema foi implantado -, o trecho Mayrink-Santos da Sorocabana não usava nenhum sistema especial para transpor o desnível de cerca de
800 metros da Serra do Mar, o que deixava a linha mais lenta, porém com um grande incremento na capacidade de transporte.
A foto a seguir, considerada extremamente rara, prova o uso da eletrificação no trecho da Serra do Mar da
ferrovia Mayrink-Santos: mostra um trem de carga tracionado por duas locomotivas elétricas Lobas de 2000 HP fabricadas pela General Electric e
Westinghouse, provavelmente perto da estação Gaspar Ricardo, já que o Rio Branco pode ser visto ao fundo. O uso dessas locomotivas indica que a foto foi
feita entre 1973 e 1975:
![](lendas/h0102o2i.jpg)
Foto: coleção de Cid José Beraldo, de São Paulo/SP, publicada no site
E.F.Brasil
Em 1978, foi inaugurada uma linha entre Paraitinga (uma estação próxima a Samaritá) e Piaçagüera, na E.F. Santos
a Jundiaí, para permitir que trens com pedras calcárias da região de Sorocaba pudessem atingir as linhas de produção de aço da Cosipa. No início dos
anos 1990, a linha Mayrink-Santos foi completamente reformulada, incluindo a introdução de bitola dupla (1.00 m/1.60m) e a duplicação de seu trecho na
Serra do Mar.
A linha Campinas-Mayrink da antiga E.F. União Ytuana/E.F. Sorocabana, foi também reformulada nessa época,
permitindo que todos os trens do interior paulista pudessem chegar a Santos (e vice-versa), usando a rota Campinas-Mayrink-Santos, sem depender das
complicadas e congestionadas rotas para intercâmbio de linhas da capital paulista.
As linhas da antiga E.F. Santos a Jundiaí passaram ao controle da M.R.S. Logística, enquanto
a ferrovia de Mairinque a Santos passou a ser operada pela empresa Ferrovias Bandeirantes S.A. (Ferroban), uma das subsidiárias da holding Brasil
Ferrovias S.A.
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