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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - MONTE SERRAT
Morro de muitos nomes

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Grafado nas formas Serrat e Serrate, o morro que domina a paisagem do centro de Santos teve inúmeros nomes, como relatou o pesquisador Francisco Martins dos Santos, em sua História de Santos (republicada em 1986 junto com a Poliantéia Santista, de Fernando Martins Lichti, pela Editora Caudex Ltda., de São Vicente/SP):

Monte Serrat, em vista aérea (foto: Secom/Prefeitura Municipal de Santos)

Monte Serrat, em vista aérea
Foto: Secom/Prefeitura Municipal de Santos

A primeira e mais recuada denominação do conhecido morro santista, já encontrada, ao que consta, pela gente de Martim Afonso, foi a de Morro de São Jerônimo. Depois, pela utilização dada ao seu ponto mais alto, de posto de observação do mar e da entrada da barra, passaram a chamá-lo Morro do Vigia e finalmente Morro de Braz Cubas, depois que, elevado a capitão-mor, em 1545, Braz Cubas foi morar em sua encosta do Norte, em terras adquiridas a Pascoal Fernandes naquele mesmo ano.

Procissão de Nossa Senhora do Monte Serrat em 8/9/2002
Foto: António Vargas/Decom-PMS

Procissão de Nossa Senhora do Monte Serrat em 8/9/2002 (Foto: António Vargas/Decom-PMS)A denominação Monte Serrate só apareceu a partir de 1604, após a construção da Capela de Nossa Senhora do Monte Serrate, em 1603, pelo governador de São Paulo, Dom Francisco de Souza, devoto daquela santa.

Apesar disso, tanto a denominação de Morro de São Jerônimo, como a de Morro do Vigia, tiveram algum uso durante os séculos a seguir; e, ainda no século XIX, a selada de Oeste, que o liga ao atual Morro do Fontana, onde foi construído o terceiro Hospital da Santa Casa da Misericórdia, e onde abriram os túneis de comunicação com o Jabaquara, foi chamada de São Jerônimo Pequeno.

No princípio do século XX, construíram, no alto deste morro, um grande edifício, com terraços superiores, mirante, e um cassino de jogos e diversões, fechado desde a chamada "catástrofe do Monte Serrate", o grande desmonte de terras de 10 de março de 1928, causando vários soterramentos e mortes, que se atribuiu, com ou sem razão, à trepidação excessiva e contínua, produzida pelos elevadores elétricos da Empresa Monte Serrate, que explorava aquele gênero de transporte e o edifício de restaurante e cassino, onde ficavam os grandes motores e roldanas de tração.

Nossa Senhora do Monte Serrate sempre foi considerada padroeira de Santos, até mesmo antes de ser oficializado o seu culto; e suas festas, realizadas todos os anos, a 8 de setembro, com a duração de uma semana, sempre levaram enormes multidões ao cume desse morro tradicional.

O nome indígena deste morro, se algum dia existiu, não ficou nos documentos nem na tradição oral dos povoadores, razão por que, hoje, é ele totalmente ignorado.

Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat (foto: Secom/Prefeitura Municipal de Santos)

Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat
Foto: Secom/Prefeitura Municipal de Santos

 

Quermesse do Monte Serrat, em 6/9/2002 (Foto: Cândido Gonzalez/Decom-PMS)
Quermesse do Monte Serrat em 6/9/2002
Foto: Cândido Gonzalez/Decom-PMS

Capela de Nossa Senhora do Monte Serrat (foto: Secom/Prefeitura Municipal de Santos)

Semana Cívica, nas escadarias do Paço Municipal, em 7 de setembro de 1945, dez anos antes da coroação de Nossa Senhora  do Monte Serrat
Foto enviada a Novo Milênio pelo professor e pesquisador Francisco Carballa

Ata da Coroação de Nossa Senhora do Monte Serrat

Aos oito dias do mês de setembro de mil novecentos e cincoenta e cinco, ao calor de nossos entusiasmos e de nossa fé religiosa, perante a grande assembléia do povo católico de Santos, mercê de um Rescrito da Congregação dos Ritos, de três de dezembro de mil novecentos e cincoenta e quatro, sendo Presidente da República o Snr. Café Filho, Governador do Estado o Snr. Jânio Quadros, Bispo de Santos D. Idílio José Soares, Vigário Geral Monsenhor Primo Vieira, Prior do Mosteiro de Santos D. Olidano Erbert O.S.B, Prefeito Municipal o Snr. Dr. Antonio Feliciano, Presidente da Câmara Municipal o Snr. Dr. João Carlos de Azevedo, Comandante da Guarnição Militar o Snr. Cel. Hugo Parasco Alvim, Diretor do Fórum o Snr. Dr. José Manoel Arruda e Delegado Regional do Ensino o Snr. Prof. Damasco Peña, foi solenemente proclamada Padroeira desta terra e triunfalmente coroada pelas mãos do Eminentissimo Snr. Cardeal Motta, a veneranda imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat.

E para que tudo conste "ad perpetuam rei memoriam" aqui fica lavrada a presente Ata

Santos, 8 de setembro de 1955

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