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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - PIONEIROS DO AR
Gago Coutinho e S. Cabral em Santos (5)

Visita ocorreu pouco depois de sua travessia aérea Lisboa-Rio de Janeiro
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Também estiveram em Santos, onde foram calorosamente recepcionados, os aviadores portugueses que fizeram a travessia pioneira de Lisboa ao Rio de Janeiro, em 1922. Essa travessia foi atentamente acompanhada pela imprensa, em todos os seus detalhes e peripécias, e até nos cinemas eram exibidos filmes-documentários sobre cada etapa da viagem.

A visita dos aviadores a Santos ocorreu quase um mês depois do feito (e apenas alguns dias após a revolta dos "18 do Forte de Copacabana", ocorrida no Rio de Janeiro no dia 5 de julho de 1922, daí a sua menção num dos discursos), e sua continuação - com o lançamento da pedra fundamental do monumento ao padre voador santista, foi registrada pelo jornal santista A Tribuna numa quinta-feira, 13 de julho de 1922 (ortografia atualizada nesta transcrição):


Imagem: reprodução parcial da matéria original

Monumento ao Padre Bartholomeu de Gusmão

A cerimônia do lançamento da pedra fundamental

Conforme estava marcada, realizou-se ontem, no Largo do Rosário, às 16 horas, a cerimônia do lançamento da pedra fundamental do monumento ao padre Bartholomeu de Gusmão, precursor da navegação aérea.

Desde as 15 horas, aquela praça pública achava-se repleta de pessoas que aguardavam a chegada das nossas autoridades e dos bravos pilotos.

À medida que o tempo decorria, aumentava consideravelmente a massa popular, até que, às 16 horas, o pequeno largo era intransitável.

O povo, parecendo mais um formigueiro humano, comprimia-se nas calçadas e nas ruas, impossibilitando totalmente o trânsito de veículos.

Pelas sacadas dos prédios fronteiros ao largo, pelas árvores, no telhado da matriz, enfim, por toda a parte onde o local pudesse ser descortinado, aglomeravam-se centenares de pessoas, ávidas de curiosidade.

À hora acima, o fonfonar dos autos anunciava a chegada dos nossos hóspedes.

Houve um momento geral de atenção.

À passagem dos autos, o povo prorrompeu numa aclamação uníssona e vibrante, precedida de aplausos entusiásticos.

No primeiro automóvel vinham os srs. Arnaldo Ferreira de Aguiar, vice-prefeito, em exercício; contra-almirante Gago Coutinho, e João Mourão, da comissão de festejos; a seguir viajavam os srs. comendador Alfaya Rodrigues, vice-presidente da Câmara; comandante Sacadura Cabral e Carlos Luiz de Affonseca.

A comitiva, atravessando com dificuldade a ala estabelecida por dois cordões do Corpo de Bombeiros, ingressou no recinto destinado à cerimônia, na parte central do jardim, em torno do tapume de madeira ali construído.

Nessa ocasião, a banda do Corpo Municipal de Bombeiros, que se achava postada no interior, executou, sob aplausos veementes, A Portuguesa e o Hino Nacional.

Era totalmente impossível à nossa reportagem cumprir, entre aquela comprimida massa humana, a sua tarefa.

Entretanto, conseguimos ver de relance, entre outras, as seguintes pessoas: deputado A. S. Azevedo Júnior, Benedicto Pinheiro, dr. José de Souza Dantas, Alberto Fernandes Leal, dr. Heitor de Moraes, e coronel Manuel Ribeiro de Azevedo Sodré, vereadores; dr. César Lacerda Vergueiro; dr. José de Freitas Guimarães, consultor jurídico da Municipalidade; dr. Tennyson de Oliveira Ribeiro, Antenor da Rocha Leite, juiz de paz; capitão Antonio João Maurício, comandante do Corpo de Bombeiros; dr. Gastão Madeira, sub-procurador da República; dr. Octavio Ribeiro de Mendonça, diretor de Obras Municipais; M. Nascimento Júnior, diretor de A Tribuna; capitão João Salermo, diretor da Secretaria da Câmara; dr. Pelagio Lobo, dr. Dinamérico Augusto do Rego Rangel Júnior, escultor Lorenzo Massa, autor da obra; dr. Manuel Galeão Carvalhal, Amando Stockler, diretor geral da Prefeitura; Octacílio D. Martins, Francisco Bento de Souza, dr. Thomas d'Alvim, Aristides Correa da Cunha, Antonio Bento Marques de Souza, Mariano da Câmara Leite, Alberto de Carvalho, dr. Amazonas Duarte, dr. Antonio Gomide Ribeiro dos Santos, dr. Fábio Gomide Ribeiro dos Santos, tenentes Innocencio da Costa Cruz, Marcellino da Costa Cruz, Américo Moretti, do Corpo de Bombeiros; Octavio Ribeiro de Araújo, Antonio Pereira Franco, dr. José de Freitas Guimarães Júnior, Alfeu de Azevedo Silva, dr. Arthur de Souza Dantas, Manuel de Campos Júnior, dr. Archimedes Bava, Sebastião Gonçalves Leite, Ataualpa Ferraz Moreira, Francisco Andrade, e inúmeras famílias, representantes da imprensa e Francisco Paino, da A Tribuna.

Próximo ao local onde se deveria realizar a cerimônia, foi armado um pequeno pavilhão, que se achava, como os demais pontos, todo embandeirado e ornamentado com flores e festões.

Esse pavilhão foi reservado aos nossos ilustres hóspedes e autoridades.

O sr. dr. José de Freitas Guimarães, erguendo-se, pronunciou, então, o seguinte discurso:

"Meus senhores:

"Quis a Câmara Municipal de Santos que me coubesse a subida honra de ser o seu intérprete na solenidade da colocação da primeira pedra do monumento que aqui vai erigir a Bartholomeu Lourenço de Gusmão.

"É esta a segunda vez que ela me procura para me conferir distinção tão grande: - a primeira foi em 1908, quando se desvendou aos nossos olhos, na Praça da República, a estátua majestosa do fundador desta cidade; a de hoje, porém, assume proporções maiores, porque, ao mesmo tempo que visa iniciar a glorificação do Padre Voador, visa, ainda, render o preito da nossa admiração aos dois grandes nautas do ar que entre nós se acham e aqui estão presentes, pois aceitaram gostosamente a incumbência de lançarem neste local, na terra que foi o berço de Gusmão, o primeiro fundamento da estátua que vai perpetuar o seu nome e a sua memória.

"Lastimo profundamente que a minha palavra já não tenha hoje a mesma energia e o mesmo tom varonil que tinha outrora. Isso, porém, pouco importa: o contato com o povo, com a sua alma sempre nova, com o seu coração sempre generoso, suprirá a falta do fogo sagrado que serve para iluminar a palavra falada e, quiçá, despertará, dentro em mim, um resto do ardoroso entusiasmo que me animara em tempos que vão longe, fazendo-me volver atrás no caminho percorrido e, erguendo-me com garbo para a grandeza do assunto de que devo tratar, diante de uma população inteira, em festivo alvoroço, população que se não cansa de vivar, de aplaudir, de aclamar, com júbilo imenso e imenso orgulho, os dois pioneiros do espaço que primeiro abriram, em viagem arriscadíssima, por ares nunca d'antes navegados, um novo caminho entre Portugal e o Brasil.

"Contra-almirante Gago Coutinho!

"Capitão-de-fragata Sacadura Cabral!

"Já deveis estar fartos, cansados mesmo, de tantos discursos; já vos deve mesmo infundir certo pânico a loquacidade dos brasileiros, a eloqüência dos nossos tribunos, os arroubos da nossa oratória, os tropos da nossa linguagem...

"Mas, tende um pouco de paciência, inclinai por um pouco a majestade e suportai mais esta agressão, que esta o é deveras, verdadeiramente, juridicamente atual, e não vos faculta sequer o instintivo movimento a legítima defesa, que a nossa lei penal vos garante.

"Que outra coisa quereríeis que fizéssemos, nós, que somos um precioso rebento da vossa raça inteiriça, que temos o sangue de Portugal circulando em nossas veias, que trazemos o coração de Portugal pulsando em nossos peitos, que sentimos a alma de Portugal a estremecer em nossas fibras, que vemos as glórias de Portugal a povoar os nossos sonhos, que ouvimos a saudade portuguesa a planger em nossas queixas, e falamos como vós a mesma língua, a formosa língua portuguesa, que vive a perfumar os nossos livros e a florir em nossos lábios, que enche de música sonora os nossos ouvidos e, depois, ressoa no espaço, gloriosamente, como um clarim de alvorada em dia que desponta magnífico?

"Que outro procedimento quereríeis que tivéssemos, se aparecestes diante de nós, se aqui estais, junto de nós, cheios de glória, e tão perto de nós que poderemos, com segurança, abrir os braços para vos abraçar, para vos estreitar, a vós ambos, num só amplexo fraternal, ao peito amigo?

"Que é que quereríeis, enfim, que fizéssemos, se viestes de Portugal, por caminhos nunca por outrem trilhados, em busca do Brasil, visto do alto, e se baixastes o vôo, vindos das outras bandas do Atlântico, e somente depois de duras provações, para nos trazerdes as saudações do vosso governo, dos vossos patrícios, da vossa terra que renasce, do vosso sangue generoso, procurando firmar ainda mais, se é possível, a amizade que nos une e nos irmana, a perfeita solidariedade que nos eleva e nos dignifica?

"Que outra coisa poderíeis esperar deste povo, que é filho de sangue português, que como filho ama Portugal, e que como irmão vos recebe, senão isso que tendes visto e ouvido, e ainda vereis e ouvireis enquanto pisardes um trecho, qualquer que ele seja, da terra fecunda de Santa Cruz?

"Heróicos marinheiros! Gloriosos nautas do ar! Não vos olvideis de que a Portugal devemos o que hoje somos: foi a colonização portuguesa que nos outorgou a ventura de sermos brasileiros no Brasil, de sermos donos das nossas casas, de sermos homens livres dentro de uma terra também livre; se não fora ela, nada mais seríamos, ainda hoje, que milhões de colonos dentro de uma vasta feitoria, sujeitos à tirania flamenga de um punhado de brancos de olhos azuis e de juba fulva; graças a ela, somos hoje nós mesmos, somos uma nação, somos um povo, temos o nosso lugar reservado no tribunal mais elevado do mundo, batemo-nos ali pela força do direito contra o direito da força, fazemo-nos ouvir e respeitar, colocando-nos ao lado dos fracos!

"Eis aí o que viemos a ser devido à colonização portuguesa, que, na frase do maior dos vossos oradores contemporâneos, 'é a máxima honra que cabe a Portugal, entre todos os títulos da sua alta benemerência histórica, porque é aqui que os portugueses encontram desafogo e emprego a valentes energias que não cabem na estreiteza geográfica e na exigüidade econômica de sua pátria, e é aqui que as dores e as alegrias da metrópole se ressentem, multiplicadas, e as suas legítimas glórias resplendem, quase sempre, na justiça que merecem, parecendo que se depuram, na longa travessia do oceano, da densa poeira em que as envolve tanta vez a dura rivalidade dos homens e o implacável conflito das escolas e dos partidos'.

"Chegastes a Santos quando devíeis chegar, quando era aqui indispensável a vossa presença: chegastes a esta cidade precisamente quando ela, com seu amor de mãe que se não esquece dos filhos, preparava esta praça, para aqui erguer um monumento a Bartholomeu Lourenço de Gusmão, ao filho que deu à luz em 1685, que viu crescer, fazer-se grande como matemático, como físico, como químico, como poliglota, como orador sagrado, como jurista e como diplomata, e que viu afinal glorificar-se pelo seu gênio inventivo, como precursor da navegação aérea, como inventor dos balões, e como tendo sido o primeiro que, no dizer de um nosso publicista, 'realizou, num arremesso feliz de iluminado, o grande sonho simbólico, dando forma e vida à dolorosa lenda mitológica de Ícaro'.

"Devido ao trabalho indefesso, à propaganda inteligente e notável de Juan Moradela y Esteban, de Toledo, na Espanha, do visconde de Faria, em Portugal, e do comendador Alfaya Rodrigues, em nosso país e no estrangeiro, é hoje verdade que não mais sofre contestação nem mesmo em França que cabe a Bartholomeu Lourenço de Gusmão a glória de ter sido o primeiro a descobrir o meio pelo qual poderia o homem libertar-se da prisão da terra, não já para invadir o céu, mas para se transportar, em vôo de água, de um a outro ponto do nosso planeta, rompendo as nuvens, devassando o espaço, vendo brilhar em cima, sobre a sua cabeça, novos sóis, novas estrelas, milhões de astros de outros hemisférios: foi ele, indiscutivelmente, quem resolveu o problema da navegação aérea, por meio do balão esférico; foi ele quem o inventou setenta e quatro anos antes dos irmãos Montgolfier; foi ele, em suma, que, na sua Passarola, correndo o ano de 1709, realizou em Lisboa a primeira ascensão, partindo da Praça de Armas do Castelo de S. Jorge, perante numeroso concurso de povo, para chegar e descer no Terreiro do Paço, junto ao Torreão da Casa da Índia, onde o esperava o rei D. João V: assim, a primeira viagem pelo ar, de que há notícia histórica, foi essa que ele fez, há cerca de duzentos e treze anos!

"Que mais fora preciso acrescentar ao que tenho dito, para justificar a homenagem que se lhe prepara, para demonstrar a necessidade de se lhe fazer a justiça devida, erguendo, no coração da cidade que lhe abriu os olhos, para a luz e para a vida, o monumento que deverá fazer sentir a quantos por ele passarem, na eloqüência silenciosa da sua linguagem de pedra, que Santos sabe também exumar do olvido e do aniquilamento os seus filhos ilustres?

"Penso que não me ficaria bem, diante do vosso visível cansaço, prolongar esta oração, ou que melhor tenha, pelo receio de não haver dito o quanto bastasse para considerar como cumprida a tarefa que me coube.

"Demais, é tão grave a situação política que atravessamos, e tão profunda é já a nossa dor, diante da sedição militar que estalou no Rio, e ainda hoje conflagra as fronteiras de Mato Grosso, que eu receio prosseguir neste discurso e perturbar esta festa.

"Resta-me, todavia, o consolo, que também terão os meus patrícios, de poder dizer-vos, heróicos e gloriosos nautas do ar! que existe nesta terra um homem enérgico e valoroso à frente do governo da República, um exército e uma força naval que sabem cumprir o seu dever, na defesa do poder legitimamente constituído e dos princípios constitucionais da União, assim como há também, de outro lado, na fileira dos transviados da órbita da boa razão, na fileira daqueles que foram vítimas da sua inexperiência e das más paixões a que obedeceram cegamente, um pugilo de homens que valem por uma legião, um punhado de bravos que não tremem diante da morte, uma gloriosa falange de moços que estão sempre dispostos ao sacrifício de si mesmos, e que não consentirão jamais que alguém se levante para os indigitar como covardes!

"Os mortos e feridos que caíram em defesa da legalidade, assim como os mortos e feridos que atentaram contra ela, salvaram a nossa honra, merecem o nosso amor e o nosso perdão, são dignos das nossas lágrimas e das nossas orações; uns e outros devem repousar gloriosamente à sombra da nossa bandeira, ou envolver-se felizes nas dobras do seu manto protetor!

"Glória a Bartholomeu Lourenço de Gusmão!

"Glória a Gago Coutinho e a Sacadura Cabral!

"Glória aos defensores do governo constituído!

"Glória aos rebelados que souberam morrer na trincheira da honra!

"Povo de Santos, eu te saúdo!".

Uma calorosa salva de palmas abafou as últimas palavras do orador, que foi muito felicitado.

A seguir, teve lugar o ato do lançamento da pedra.

O sr. Arnaldo Aguiar, vice-prefeito, em exercício, convidou o almirante Gago Coutinho para presidir a cerimônia.

O glorioso piloto luso Sacadura Cabral, agradecendo a gentileza do governador da cidade, proferiu ligeiras e entusiásticas palavras alusivas ao ato.

Da cerimônia foi lavrada uma ata e assinada pelos presentes, a qual é a seguinte:

"Ata da cerimônia do lançamento da pedra fundamental do monumento ao padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão

Aos doze dias do mês de julho do ano de mil novecentos e vinte e dois, sendo presidente da República dos Estados Unidos do Brasil o exmo. sr. dr. Epitácio da Silva Pessoa; presidente do Estado de São Paulo o exmo. sr. dr. Washington Luiz Pereira de Souza; presidente da Câmara Municipal de Santos o exmo. sr. dr. Benedicto de Moura Ribeiro; prefeito municipal o exmo. sr. coronel Joaquim Montenegro; vice-prefeito municipal, em exercício, o exmo. sr. Arnaldo Ferreira de Aguiar, - nesta cidade de Santos, no Largo do Rosário, local escolhido para a ereção do monumento que perpetuará a memória do padre santista Bartholomeu Lourenço de Gusmão, precursor da navegação aérea, às quinze horas e trinta minutos, na presença de autoridades municipais, estaduais e federais, civis e militares, nacionais e estrangeiras, pessoas gradas, povo e representantes da imprensa, e presentes, ainda, os aviadores portugueses, exmos. srs. contra-almirante Gago Coutinho e capitão-de-fragata Arthur de Sacadura Cabral, oficiais da marinha de guerra portuguesa, foi lançada solenemente a pedra fundamental do monumento a Bartholomeu Lourenço de Gusmão, mandado erigir na praça pública pela Câmara Municipal de Santos, com o concurso da Academia Aeronáutica Bartholomeu de Gusmão, de Paris; do Aero Club de Portugal, de Lisboa; e do Aero Club Brasileiro, no Rio de Janeiro; procedendo ao lançamento da referida pedra os dois gloriosos pilotos, cujos nomes são acima mencionados, a convite do sr. vice-prefeito municipal, em exercício. Por essa ocasião usou da palavra o sr. dr. José de Freitas Guimarães, que, em nome da Prefeitura Municipal, pronunciou um discurso alusivo ao ato. Terminada a cerimônia, foi lavrada esta ata, que é assinada pelas autoridades e pessoas presentes, sendo da mesma extraída uma cópia para ficar encerrada na urna. Eu, Sebastião Gonçalves Leite, 1º escriturário da Diretoria Geral da Prefeitura Municipal, lavrei a presente ata. Santos, 12 de julho de 1922." (seguem-se as assinaturas).

Da ata acima foi extraída uma cópia, assinada pelas mesmas pessoas, a fim de ser encerrada na urna, conjuntamente com os matutinos locais de ontem, moeda nacional e algumas moedas portuguesas de cobre, antigas e modernas, oferecidas especialmente pelo cidadão português Fortunato Pereira.

Por essa ocasião, um popular, que assistia a cerimônia sobre o tapume de madeira, soltou várias bolas cheias de gás, sob as quais desfraldavam, entrelaçadas, as bandeiras brasileira e portuguesa.

Terminada a cerimônia, os heróicos navegadores do ar retomaram os autos, demandando, sob palmas estrepitosas, o Parque Balneário Hotel.


O monumento então projetado
Imagem não legendada, publicada com a matéria

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