CONSTRUÇÃO
Retrofit no Porto de Santos
O Porto de Santos está sendo alvo de investimentos da iniciativa privada, numa onda que sinaliza excelentes perspectivas de negócios, e que tem como suporte a crescente dinamização do comércio exterior brasileiro. As obras adotam o conceito de retrofit, uma espécie de reforma bastante utilizada na Europa e Estados Unidos, e que tem o objetivo de revitalizar antigos edifícios, aumentando sua vida útil, por meio da incorporação de modernas tecnologias e utilização dos mais avançados materiais.
No estágio atual, duas reformas merecem destaque: o novo complexo graneleiro do Grupo Rodrimar, que funcionará a partir de 2007 nos armazéns XII e XVII (12 e 17 externos) e no antigo galpão de sal do cais santista, e o Terminal Marítimo de Passageiros do Concais, que realiza melhorias no Armazém 25 e nos vizinhos Armazém Frigorífico e Armazém VII-A para recepcionar os turistas da temporada de cruzeiros.
As obras estão sendo executadas por profissionais experientes e empresas
conceituadas do mercado da construção civil. De modo geral, em que pese sempre a busca pelo melhor preço, a preocupação constatada nas obras é o incentivo a parcerias, privilegiando a contratação de fornecedores que garantam produtividade com atendimento cordial, respeito aos prazos estabelecidos, além de revelarem compromisso com a responsabilidade social e a preservação do meio-ambiente.
Estrutura de madeira do telhado está sendo toda restaurada Foto: Luiz Carlos Ferraz
Restaurar é o maior desafio
A reforma dos Armazéns XII e XVII inclui a recuperação das paredes, recuperação da estrutura do telhado e do próprio telhado, novo piso de concreto, instalação do sistema interno de dalas que fará a ligação com o cais, trazendo o produto diretamente para o armazém, e a substituição da parte elétrica. Toda a parte civil é executada pela Exemont, que tem entre os principais parceiros a Supermix, RR, Bechelli, Belgo. O Grupo Belgo Arcelor, por exemplo, forneceu todo o aço cortado e dobrado, mediante projeto apresentado pelo cliente, evitando assim desperdício de tempo e material no canteiro da obra.
Cada um dos armazéns tem 10 mil metros quadrados de área. Muito antigos, eles estavam abandonados há cerca de 15 anos e apresentavam toda a estrutura de madeira da cobertura em péssimo estado, com a madeira apodrecendo, faltando telhas, numa situação quase de ruína. O maior desafio está sendo exatamente a restauração da estrutura de madeira do telhado, trocando a madeira podre por madeira de lei. Esta tarefa está sendo executada pela RR Construções e Serviços, especializada na reforma de armazéns portuários. A RR também instala o novo telhado com telhas de fibrocimento, sem amianto, ecologicamente correta, em substituição às
telhas de barro francesas. As paredes originais estão sendo mantidas, apenas com a aplicação de novo revestimento, e utilizando
nos fechamentos dos caixilhos e construção dos novos escritórios blocos estruturais 14x19x39, canaletas e meio blocos fornecidos pela Bechelli Indústria de Blocos de Concreto.
Obras em ritmo acelerado Foto: Luiz Carlos Ferraz
Incorporando modernas tecnologias, está sendo feita uma estrutura nova de concreto para suporte do sistema interno das dalas, com fundação direta de grandes dimensões. O assoalho antigo deu lugar a um piso de concreto, com 11 cm de espessura e acabamento liso, para receber diretamente a carga
estática.
A reforma do armazém 12 está mais adiantada e será concluída em novembro/2006. Praticamente todo o piso está pronto. A estrutura central de concreto, com fundações, pilares e vigas, para receber o sistema de dalas, também já foi concluída. A do 17 será entregue em dezembro/2006. Toda a estrutura de concreto pré-fabricada está montada, ao passo que o telhado está sendo nivelado para receber as telhas. Em seguida será concretado o piso. A subestação, que fica no 17, está pronta para os trabalhos de elétrica. Em novembro/2006 têm início as obras dos escritórios no armazém.
Detalhe
da infra-estrutura Foto: Luiz Carlos Ferraz
O sistema de drenagem de toda a área também está sendo modernizado para recolhimento das águas pluviais e de lavagem dos armazéns. Essas águas serão coletadas e destinadas a uma caixa de decantação, antes de seguirem para a rede da Codesp. A Exemont adota uma política de preservação do meio-ambiente, com o descarte de material em lugares pré-determinados, preocupada com a qualidade dos serviços e a segurança da mão-de-obra. A madeira substituída, por exemplo, está sendo entregue para a Codesp, que encaminha para reciclagem.
As operações do complexo graneleiro da Rodrimar terão início em 2007, sob administração da Pérola Terminal de Granéis. Com capacidade para escoar 1,6 milhão de toneladas ao ano, especialmente sal e fertilizantes, o empreendimento é viabilizado em parceria pelas empresas Salinor (ex-Salmac), Eurobras (operadora do Grupo Rodrimar), a canadense Potashcorporation Inc. (a maior produtora de cloreto de potássio do mundo) e o grupo dinamarquês Eitzen (o maior armador mundial em transporte de granéis). Durante a reforma dos armazéns, somente o galpão de sal mantém as atividades.
Os trabalhos começaram em maio de 2006 e estão programados para terminar em dezembro. Quando prontos, o XII e o XVII terão capacidade estática para guardar 60 mil toneladas. A esteira para fertilizantes será voltada para o lado Ponta da Praia do terminal. A esteira para sal já existe e fica para o lado São Paulo.
Serviços de alvenaria, como o fechamento dos armazéns, com bloco estrutural; no telhado, uso de telha de fibrocimento Foto: Luiz Carlos Ferraz
Três obras simultâneas no Terminal de Passageiros
A reforma e obras de ampliação do Terminal Marítimo de Passageiros têm ritmo acelerado. Em outubro/2006, três frentes de trabalho estavam em andamento: retrofit no armazém de bagagem. Na área externa, uma cobertura para os passageiros que chegam de ônibus, numa extensão de 315 metros de comprimento em estrutura metálica, com sapatas individuais em cada pilar, utilizando concreto fornecido pela Supermix. E nos armazéns Frigorífico e 25, a concretagem de fundações do que será o futuro saguão principal unindo os dois armazéns.
São obras que se integram ao projeto maior, que será finalizado em até dois anos. Com a ampliação do armazém de bagagem será possível a implantação de mais equipamentos para fiscalização da bagagem, gerando assim mais eficiência no atendimento.
Nos dias de pico da atual temporada de cruzeiros, os armazéns Frigorífico e 25 serão utilizados como um salão provisório. No sábado antes do Carnaval, por exemplo, estão programados sete navios, estimando-se um tráfego de 20 mil pessoas. A partir de 2007, com novas obras, o local será a entrada principal de todos os turistas que embarcarem pelo Porto de Santos.
Os trabalhos estão sendo executados somente nos dias em que não há movimento de navios. Isso obriga a definição de uma detalhada logística, especialmente na fase de concretagem do piso. Para a tarefa foi contratada a Supermix, que estudou a melhor forma de atender as necessidades do Concais. Houve dias em que foram concretados 180 metros cúbicos de piso.
A programação é que as passagens entre o estacionamento de ônibus e vans ao Terminal estejam prontas até 10/11/2006. Nas coberturas do estacionamento estão sendo usados perfis de aço e telhas de aço. A captação de água na passarela está interligada com a rede de galerias pluviais da Codesp, que passa próximo e facilitou o escoamento. Os tubos são colocados junto com as colunas e serão encapsuladas com concreto. São tubos de 40 cm de diâmetro, por onde passam os cabos da rede elétrica, câmeras de televisão, som e águas pluviais.
Os investimentos do Concais, que administra o terminal, somam R$ 4,5 milhões e melhoram a logística para suportar o fluxo de turistas, cuja capacidade foi ampliada de 20 mil para 22 mil pessoas por dia. O complexo ocupa área de 34.500 metros quadrados e abrange o Armazém 25 e os vizinhos Armazém Frigorífico e Armazém VII-A. Até 2010 estão programados investimentos de R$ 17 milhões, ampliando progressivamente a capacidade de movimentação diária de turistas em 70%, passando para 34 mil. Desde o início das operações do terminal em 1998 até 2005, a empresa investiu R$ 20 milhões.
Terminal Marítimo: bomba de alta pressão agilizou trabalhos Foto: Sandra Netto
Qualidade e respeito a prazos
Parceira nas obras do Terminal de Passageiros, a Supermix fornece o concreto de alta resistência Fck 30 Mpa – até o final da obra estima-se a utilização de 1.200 metros cúbicos – e se diferencia pela qualidade no atendimento. "Preço nem sempre é o único fator que determina a contratação da concreteira", comenta o engenheiro Luiz Roberto Santini Mello, que assessora o Concais, no acompanhamento e fiscalização da obra. "Hoje, se espera um produto de qualidade, respeitando o prazo que foi combinado e dentro de uma logística que dê produtividade aos serviços".
Segundo Santini Mello, a rotina de uma obra costuma apresentar imprevistos, seja na demora ou quebra de equipamento, de um lado, ou quebra de outro, caminhão de concreto que chega e as fôrmas não estão prontas. Com a Supermix, houve muita flexibilidade no atendimento, por meio de uma comunicação rápida e eficiente. Houve dias de grande concretagem com a movimentação de 25 a 30 caminhões betoneiras.
"Nesse caso, é muito importante que tenha um caminhão atrás do outro, para que não haja descontinuidade do serviço. O que sempre ocorreu." Além de betoneiras, a Supermix disponibilizou para a obra equipamento de bomba estacionária de alta pressão, com lança de 32 metros.
Terminal Marítimo: o contraste do edifício antigo e a moderna cobertura para passageiros
Foto: Sandra Netto
Ganho de produtividade na concretagem
Trabalhando em parceria com a Exemont, a Supermix desenvolveu os traços de todo o concreto Fck 30 Mpa utilizado na reforma dos Armazéns 12 e 17, para o pré-moldado dos pilares e vigas das estruturas das dalas, fundações e piso.
Conforme destacaram engenheiros da Exemont, a qualidade das peças está excelente, dispensando o acabamento antes do tratamento final, quando receberão pintura epóxi de proteção. Além disso, como o concreto atinge a resistência necessária muito rapidamente, a desfôrma pode ser feita 12 horas após a concretagem, o que gera uma velocidade muito grande na fabricação das peças pré-moldadas.
Cada viga pesa 15 toneladas, com 16 metros de comprimento, enquanto cada pilar (são 96) pesa 12 toneladas, com 10 metros de altura. Fabricadas no canteiro de obras, as peças são içadas e montadas nos armazéns. A performance proporcionada pela qualidade do concreto também foi constatada nas fundações, com a desfôrma após 12, 14 horas, já iniciando o aterro e restabelecendo o tráfego na área. Para o piso, a Supermix desenvolveu um traço especial, que proporciona ganho de produtividade ao atingir a resistência muito rapidamente, com acabamento impecável.
Na atual fase dos serviços, a agilidade na liberação das áreas facilita a integração das frentes de trabalhos, já que há várias empresas atuando, seja na estrutura do telhado, montagem mecânica. A Exemont ressaltou ainda o atendimento profissional da Supermix, não só do pessoal da usina, mas dos colaboradores de campo, o que dinamiza as manobras de equipamentos e a descarga.
Temporada de cruzeiros começou em 11 de outubro e terminará em 8 de abril de 2007 Foto: divulgação
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