Sociedade
Maçons
do grau 33º reúnem-se em Santos
Encontros regionais visam dar
polimento à mente e evoluir sempre
Luiz Carlos Ferraz
O Conselho
Regional dos Grandes Inspetores Gerais da Ordem no Estado de São
Paulo, subordinado ao Supremo Conselho do Brasil para o Grau 33º do
Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente do Brasil reuniu-se
no dia 22/10/2005, no Templo da Loja Fraternidade de Santos, com a presença
de irmãos graduados da Baixada Santista, Grande São Paulo
e Interior do Estado, sob a coordenação do Delegado Litúrgico
do Supremo Conselho do Brasil (SCB), no Estado de São Paulo, Soberano
Irmão Emílio Sanchez Dimitroff, representando o Soberano
Grande Comendador do Rito, Ney Coelho Soares.
Bortoloni,
Ricardo Trecco, Emílio Dimitroff e Saul Costa: reconhecimento maçônico Foto: Luiz
Carlos Ferraz
O Conselho Regional dos Grandes Inspetores
Gerais da Ordem funciona em cada Estado da Federação e congrega
os maçons que atingiram o grau filosófico 33º, o mais
elevado da Ordem. Durante a sessão foram entregues medalhas e diplomas
de reconhecimento maçônico do SCB a Saul Ferreira Costa, da
Loja Fraternidade, e José de Paula Bortoloni, da Loja D. Pedro I.
Ariovaldo:
boas-vindas aos graduados Foto: Luiz
Carlos Ferraz
Em seguida, os irmãos conheceram
as dependências da Casa do Sol, antigo Asilo de Inválidos
de Santos, no Morro da Nova Cintra, onde foram recepcionados pelo presidente
Ariovaldo Flosi Jorge e almoçaram. Na oportunidade, o diretor Glauco
de Lima Guedes apresentou histórico sobre a entidade, fundada em
1904 pela Fraternidade, que abriga 100 moradores e é referência
internacional no atendimento ao idoso.
Tullio:
"chi si ferma é perduto" Foto: Luiz
Carlos Ferraz
Conforme explicou o Grande Secretário
Geral de Relações Exteriores do Supremo Conselho do Brasil,
Soberano Irmão Tullio Colacioppo, o órgão em seu Poder
Central é composto de 33 membros e possui Conselhos Regionais em
cada um dos Estados brasileiros. Nestes Conselhos Regionais, após
terem alcançado o grau máximo, os membros participam de sessões
específicas, quando são abordados os temas concernentes ao
grau. Na Casa do Sol, Tullio deu a seguinte entrevista ao Perspectiva.
Jornal Perspectiva – Qual
a atuação do Conselho Regional?
Tullio Colacioppo – O Conselho
Regional é um ponto de referência das pessoas que atingiram
o grau máximo da Maçonaria filosófica. É aí
que elas continuam se desenvolvendo e dão polimento à sua
mente, prosseguindo nos estudos e evoluindo sempre. Nós, do grau
33º, estamos sempre aprendendo. A última coisa que vamos aprender
na vida será a experiência da morte. Em italiano se diz “chi
si ferma é perduto”, ou seja, quem pára está perdido.
Nossa mente é como uma espada: se a deixarmos parada por um tempo,
ela enferruja. Os temas são variados e envolvem desde assuntos de
Maçonaria, até Química, Física, Matemática,
História, Ciências, Religião, Filosofia e outros. Quem
chega ao grau 33º alcança quase o limite do conhecimento material.
Mas ainda tem a oportunidade de, metafisicamente, formar conceitos sobre
o que lhe foi induzido na mente e, com essa experiência, poder deduzir
e fazer reflexões, meditações, exteriorizando o que
se concretizou no seu Eu e, a partir daí, ser semente, para que
a Maçonaria produza novos frutos.
Perspectiva – O que significa
ser grau 33º?
Tullio – Estar preparado para
morrer, porque já lhe foi acionada a chave, fazendo-o entender,
compreender e assimilar que não sabe de onde veio, não sabe
o que veio fazer aqui nesta terra e nem para onde vai. Não sabe
o que a escatologia fará de nós depois da morte, não
sabe nada sobre cosmogonia e, portanto, o que se passou conosco antes desta
vida. Se é só matéria ou, se é matéria
mais espírito. Todos têm um conceito, mas ninguém tem
absoluta certeza. Como disse Descartes: "a única verdade é
a dúvida". O 33º é o homem consciente da dúvida
total, ou melhor, que uma única existência é insuficiente
para a formação de todos os conceitos necessários
para a explicação de verdades inatingíveis pela razão
humana. Existem outras futuras existências? Quem pode afirmar com
absoluta certeza? Como será? Quantas dúvidas...
Perspectiva – Como a Maçonaria
avalia a situação do Brasil?
Tullio – No que concerne aos
assuntos políticos que estamos assistindo, o Grande Oriente do Brasil
já se pronunciou publicamente por escrito, e, como membro da excelsa
Congregação, assinei o documento. Mas não sou autorizado
a me manifestar isoladamente sobre política. A Maçonaria
não se abstém de falar, mas fala em conjunto, quando a excelsa
Congregação se reúne e se posiciona.
Perspectiva – De que forma
a Maçonaria atua em benefício do País?
Tullio – A Maçonaria
tem um leque de linhas de raciocínio que constituem a atuação
da Ordem. E, todas essas linhas estão muito interessadas em que
a Maçonaria volte a ocupar o lugar de destaque dentro da vida política
nacional, como ocupou durante os episódios da Independência,
da Abolição da Escravatura, da Proclamação
da República e tantos outros fatos.
Perspectiva – Qual a situação
da instituição no mundo?
Tullio – Dou uma definição
para que o leitor possa deduzir: a Maçonaria se preocupa com o aperfeiçoamento
da humanidade. E, para tanto, pensa que aperfeiçoando um homem,
uma molécula dessa humanidade, já começou a cumprir
seu papel na sociedade. Acredito que a Maçonaria está em
ascensão. Cada vez mais os homens estão se conscientizando
que só o pão não alimenta completamente. Aquela teoria
"prima vivere e poi filosofare", já é uma coisa fora
de moda. Às vezes, a pessoa se alimenta só de filosofia e
vê o pão passar e não lhe faz falta. Um dos maiores
exemplos foi o cientista-filósofo Albert Einstein. Um homem muito
simples, porém, mais preocupado com a espiritualidade do que com
os bens materiais.
Glauco:
histórico sobre a Casa do Sol Foto: Luiz
Carlos Ferraz
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