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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/24/02 20:22:57
Edição 115 - DEZ/2002 

Construção
Empresários estão mais confiantes

Mas pesquisa do SindusCon-SP também aponta perspectiva de aumento da inflação

Os construtores estão um pouco mais confiantes em relação à retomada do crescimento econômico, melhora das contas externas e ao controle das contas públicas, de acordo com a 13ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil. O dado pode ser interpretado como resultado direto de uma maior transparência das intenções programáticas do novo governo. No entanto, a pesquisa também aponta fortes perspectivas de que a inflação continue subindo nos próximos meses, com base nos substanciais aumentos de preços dos insumos da construção civil observados desde agosto de 2002.

Quaresma: indicadores da pesquisa servem para antecipar tendências (Foto: Alexandre Ondir/MA Studios)A sondagem foi realizada em 11/2002 pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e colheu a opinião de 313 empresários de todo o país. Segundo o presidente da entidade, Artur Quaresma Filho, os resultados servem como indicador do desempenho recente do setor e permitem antecipar possíveis tendências para os próximos meses.

Os entrevistados atribuíram notas de 0 a 100 para o desempenho individual de suas empresas, dificuldades financeiras, custos da construção e conjuntura econômica. Números abaixo de 50 podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não favorável. No caso de dificuldades financeiras, é o inverso: valores acima de 50 significam dificuldades maiores.

A nota final para o desempenho atual da empresa de construção civil foi 41,2 - pouco acima da pesquisa anterior, realizada em 8/2002, que foi de 40,1. O índice, no entanto, permanece no mesmo nível do observado em agosto de 2001, mês do auge da crise do racionamento de energia.

Perspectivas - O pessimismo dos empresários diminuiu significativamente em relação à situação econômica do país nos próximos meses. O índice que sintetiza as perspectivas da conjuntura subiu de 30,6 para 37,1. A perspectiva de inflação reduzida, que já apontava 36,4 em 8/2002, passou para um nível de 27,3 em 11/2002.

Já os índices relativos ao crescimento econômico, às contas externas e às finanças públicas subiram, indicando que os empresários estão um pouco mais confiantes na condução da política econômica do futuro governo. Os números refletem os esclarecimentos dos programas anunciados pela equipe de transição. Os empresários estão descrentes da possibilidade de melhoria do desempenho das empresas, que teve pequena variação de 41,9 para 42,4. A expectativa de geração de emprego, que já era o item com avaliação mais baixa, caiu de 35,4 para 34,8.

A alta elevação dos custos da construção, que subiram 5,4% somente entre agosto e novembro, também teve reflexos na pesquisa. As perspectivas dos custos da construção, especificamente de materiais, sofreram uma acentuada redução de 40,4 em agosto para 28,2 em novembro. Isso significa que os empresários esperam maiores aumentos de preços de materiais nos próximos meses.

São Paulo - O desempenho das empresas do Estado registrou pequena melhora em relação à pesquisa anterior. No entanto, o índice de 41,5 está bem abaixo do satisfatório. O índice também é 1,19% inferior ao apontado em novembro de 2001. Isso indica que os negócios na construção paulista foram piores nos últimos meses de 2002 do que no fim de 2001.

Os empresários também ficaram menos pessimistas em relação às perspectivas de desempenho da empresa. Apesar de ainda insatisfatória, a melhora é resultado de uma menor incerteza com relação à conjuntura macroeconômica. Todos os indicadores relacionados à política econômica tiveram forte queda.

As perspectivas em relação à taxa de inflação se deterioraram, o que reflete os aumentos de custos que os empresários da construção paulista vêm sofrendo. Somente entre agosto e novembro, os preços dos materiais de construção subiram em média 11% e já acumulam variação de 14,47% no ano até 11/2002.