Construção
Empresários
estão mais confiantes
Mas pesquisa do SindusCon-SP
também aponta perspectiva de aumento da inflação
Os construtores
estão um pouco mais confiantes em relação à
retomada do crescimento econômico, melhora das contas externas e
ao controle das contas públicas, de acordo com a 13ª Sondagem
Nacional da Indústria da Construção Civil. O dado
pode ser interpretado como resultado direto de uma maior transparência
das intenções programáticas do novo governo. No entanto,
a pesquisa também aponta fortes perspectivas de que a inflação
continue subindo nos próximos meses, com base nos substanciais aumentos
de preços dos insumos da construção civil observados
desde agosto de 2002.
A
sondagem foi realizada em 11/2002 pelo Sindicato da Indústria da
Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP)
e colheu a opinião de 313 empresários de todo o país.
Segundo o presidente da entidade, Artur Quaresma Filho, os resultados servem
como indicador do desempenho recente do setor e permitem antecipar possíveis
tendências para os próximos meses.
Os entrevistados atribuíram
notas de 0 a 100 para o desempenho individual de suas empresas, dificuldades
financeiras, custos da construção e conjuntura econômica.
Números abaixo de 50 podem ser interpretados como um desempenho,
ou perspectiva, não favorável. No caso de dificuldades financeiras,
é o inverso: valores acima de 50 significam dificuldades maiores.
A nota final para o desempenho atual
da empresa de construção civil foi 41,2 - pouco acima da
pesquisa anterior, realizada em 8/2002, que foi de 40,1. O índice,
no entanto, permanece no mesmo nível do observado em agosto de 2001,
mês do auge da crise do racionamento de energia.
Perspectivas - O pessimismo
dos empresários diminuiu significativamente em relação
à situação econômica do país nos próximos
meses. O índice que sintetiza as perspectivas da conjuntura subiu
de 30,6 para 37,1. A perspectiva de inflação reduzida, que
já apontava 36,4 em 8/2002, passou para um nível de 27,3
em 11/2002.
Já os índices relativos
ao crescimento econômico, às contas externas e às finanças
públicas subiram, indicando que os empresários estão
um pouco mais confiantes na condução da política econômica
do futuro governo. Os números refletem os esclarecimentos dos programas
anunciados pela equipe de transição. Os empresários
estão descrentes da possibilidade de melhoria do desempenho das
empresas, que teve pequena variação de 41,9 para 42,4. A
expectativa de geração de emprego, que já era o item
com avaliação mais baixa, caiu de 35,4 para 34,8.
A alta elevação dos
custos da construção, que subiram 5,4% somente entre agosto
e novembro, também teve reflexos na pesquisa. As perspectivas dos
custos da construção, especificamente de materiais, sofreram
uma acentuada redução de 40,4 em agosto para 28,2 em novembro.
Isso significa que os empresários esperam maiores aumentos de preços
de materiais nos próximos meses.
São Paulo - O desempenho
das empresas do Estado registrou pequena melhora em relação
à pesquisa anterior. No entanto, o índice de 41,5 está
bem abaixo do satisfatório. O índice também é
1,19% inferior ao apontado em novembro de 2001. Isso indica que os negócios
na construção paulista foram piores nos últimos meses
de 2002 do que no fim de 2001.
Os empresários também
ficaram menos pessimistas em relação às perspectivas
de desempenho da empresa. Apesar de ainda insatisfatória, a melhora
é resultado de uma menor incerteza com relação à
conjuntura macroeconômica. Todos os indicadores relacionados à
política econômica tiveram forte queda.
As perspectivas em relação
à taxa de inflação se deterioraram, o que reflete
os aumentos de custos que os empresários da construção
paulista vêm sofrendo. Somente entre agosto e novembro, os preços
dos materiais de construção subiram em média 11% e
já acumulam variação de 14,47% no ano até 11/2002. |