Editorial
O que acontece no Porto?
Luiz Carlos Ferraz
Editor
A liberdade
de Imprensa é um dos poucos assuntos que mais de uma vez foi tratado
nesta coluna, ao longo de 110 edições, considerando sempre
nossa preocupação em diversificar as questões enfocadas
e apresentar um variado leque sobre nossas posições, seja
no âmbito político, social ou filosófico.
A preferência é óbvia,
pois além de tratar-se de uma garantia constitucional, que sempre
vale a pena ser frisada, constitui-se em direito fundamental ao pleno exercício
da profissão de jornalista. E, para muitos, junto aos quais fazemos
coro, pior o País sem liberdade de Imprensa que sem governo.
Desta vez, a volta ao tema é
motivada pela reportagem de capa desta edição, que se refere
às obras que estão sendo realizadas no Porto de Santos, visando
a sua modernização. Nem é preciso detalhar que o assunto
interessa ao País, em especial, e ao mundo, como um todo, pelo simples
fato de que tudo que ocorre no maior porto da América Latina tem
repercussão não só nacional como internacional.
Paralelo a isso, é desnecessário
lembrar o compromisso de os protagonistas das atividades portuárias
e de comércio exterior imporem transparência a tudo que esteja
relacionado a este porto, em face de repetidas denúncias de corrupção,
cujos detalhes não vale a pena desfiar, mas que revelaram um ambiente
promíscuo envolvendo o poder público e grupos econômicos
de peso.
Como, então, informar nossos
leitores sobre as novas técnicas de Engenharia utilizadas nas obras,
além de projetar, é claro, o impacto de tais empreendimentos
nas atividades econômicas? Cerceado pelas fontes oficiais, que -
procuradas - algumas das quais colocaram obstáculos a prestar esclarecimentos,
não foi tarefa fácil para o jornalista Carlos Pimentel Mendes,
cujo resultado apresentamos na reportagem publicada na
página 12. |