Opinião
A história por cada um de
nós, todos os dias
José Antonio Marques Almeida
(*)
Lá
se vão 456 anos desde que Santos despontava como a promissora vila
onde o espírito desbravador de Brás Cubas indicou um novo
pólo de desenvolvimento do país. A geografia privilegiada,
pelo acesso facilitado ao planalto e o recuo estuarino, consolidou a cidade
porto, porta aberta para o mundo.
Muito além de homenagear os
grandes personagens da nossa história, a passagem de mais um aniversário
é o momento oportuno também para refletir sobre a cidade
que temos e a cidade que queremos. É certo que Santos ainda enfrentará
muitos desafios para que possa reconquistar a merecida posição
de destaque no cenário nacional, difundida por nossos antepassados:
de José Bonifácio a Martins Fontes, de Vicente de Carvalho
a Benedito Calixto, de Cacilda Becker a Plínio Marcos, de Rui Ribeiro
Couto a Mário Covas. Gente que em suas áreas de atuação,
contribui através dos séculos, para elevar o nome da terra
da caridade e da liberdade.
Se são os grandes desafios
que movem a humanidade e promovem a mudança, estão dadas
hoje, mais do que nunca as condições para que alcancemos
uma nova referência de crescimento. E neste sentido, o nosso desafio
é a regionalização do Porto de Santos, já.
Sem dúvida, esta é a maior chance que a Baixada Santista
tem em suas mãos de voltar a viver tempos de uma economia pujante,
capaz de oferecer emprego e renda a todos os seus moradores e àqueles
que aqui escolheram como morada. Só assim afastaremos a violência
e a desagregação social que atinge as cidades em escalada
alarmante.
Ao transferir para o Poder Público
local a decisão sobre os rumos da atividade portuária, cada
cidadão terá de tomar para si o direito e, principalmente,
a responsabilidade, de interferir nas políticas que garantam um
novo ciclo econômico, semelhante ao que representou a exportação
do café. Afinal, o porto hoje significa mais do que a movimentação
de cargas: o porto serve de fomento ao turismo e à utilização
de novas tecnologias que precisam urgentemente ser absorvidas pelos
milhares de jovens que passam pelos bancos universitários. São
elementos como estes que apontam na direção do moderno conceito
de sustentabilidade, assegurando principalmente qualidade de vida para
a toda a população.
Atenta a estas possibilidades, a
Câmara Municipal de Santos está sensibilizada e disposta a
identificar os anseios da comunidade e servir como elemento catalisador
dessas mudanças inadiáveis, inclusive com a tarefa de harmonizar
os interesses metropolitanos para oferecer amparo legislativo às
soluções estruturais para os problemas que se apresentam.
E nesta tarefa, esperamos contar com a efetiva participação
dos santistas para que possamos olhar para o passado tendo a certeza de
que cada cidadão deu o melhor de si no presente para que o futuro
seja cada vez mais promissor para os filhos de nossa terra. Sem carregar
o peso da omissão e com a consciência de que estamos todos
escrevendo, no dia-a-dia, a história de uma Santos cada vez melhor.
(*) José
Antonio Marques Almeida (Jama) é engenheiro, vereador pelo PPS e
presidente da Câmara Municipal de Santos. |