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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/05/01 23:16:57
Edição 102 - NOV/2001 

Construção

De cara nova

Renata Viana

Reformas sempre foram sinônimo de pesadelo para síndicos e  moradores. Obras mal feitas, desperdício de material e falta de profissionalismo são algumas dores de cabeça comuns nos condomínios que necessitam de reparos. Apesar dos transtornos, a maioria deles, especialmente os da orla da praia devido à ação dos ventos marinhos, estão optando pela reforma acompanhada da modernização de suas fachadas de acordo com as inovações nos materiais de construção e acabamento.

Os motivos que levam os condomínios a optarem por reformas visuais podem ser explicados de várias maneiras. De acordo com o engenheiro Franco Pagani, proprietário da T-Recupera, a estabilização da moeda encorajou os moradores no processo de modernização dos prédios antigos. Hoje, é possível firmar contratos elásticos com reajustes previsíveis e evitar surpresas desagradáveis no final do mês, afirma.

Outra causa apontada pelo engenheiro são os desgastes dos edifícios ocasionados pela atmosfera agressiva da região. Segundo ele, apesar da qualidade da pastilha utilizada como revestimento há alguns anos, o rejunte não suportava o cloreto oriundo do mar e do parque industrial de Cubatão. “Os síndicos optavam por rejuntamento, mas passado certo tempo não há como rejuntar”, esclarece Pagani, responsável pelo revestimento de fachadas de edifícios da orla da praia, entre os quais Estoril, Arcountes e Morená, em Santos.

Cerâmica - A introdução da cerâmica no mercado trouxe vantagens aos condomínios interessados em mudar de aparência. O rejunte do material possui boa durabilidade e preços acessíveis. Para se ter uma idéia, o metro quadrado da cerâmica custa a partir de R$ 15,00 enquanto o metro quadrado da pastilha de três polegadas não sai por menos de R$ 35,00. “O conserto não compensa”, opina o engenheiro, que em suas obras destaca a parceria com a Atlas Revestimentos Cerâmicos, a Gerdau e a Fos Roc.

Segundo Hebert José das Neves, gerente da PGA Condomínios, que administra 350 edifícios em Praia Grande, Guarujá e Bertioga, hoje, de cada 10 prédios da orla, três passam por alterações de natureza estética. “Toda reforma traz transtornos, mas os resultados compensam. A PGA preocupa-se com as empresas contratadas, pois um bom resultado envolve vários fatores. Como exemplo, temos a Engecon, que nos dá toda a garantia de trabalhar com uma empresa legalizada no mercado”, ressalta.

Depois de várias reformas mal sucedidas, os moradores do Edifício Guarujá, localizado na Praia do Embaré, em Santos, resolveram eleger um síndico que colocasse um ponto final na situação. “Nunca participava das reuniões, mas em janeiro deste ano resolvi me candidatar”, lembra Irineu Ruiz dos Santos, proprietário de seis apartamentos no condomínio. A primeira providência foi a criação de um Conselho de Obras, constituído por seis pessoas. “Expliquei aos moradores que seria complicado realizarmos as assembléias entre os 204 apartamentos e pedi que eles deixassem tudo nas mãos da comissão”, diz ele.

Filmagem em SP - A escolha das cores e do material que revestirá o prédio levou quatro meses para ser definida. Santos conta que pesquisou vários tipos de arquitetura e chegou a filmar os edifícios de alto padrão da Avenida Paulista, em São Paulo, para que servissem de referência durante as reuniões. “Por fim, o Conselho determinou que utilizaríamos revestimento cerâmico bege claro com listas vermelhas. Estão sendo colocadas também peças pretas de granito nos parapeitos”, detalha o síndico.

Ao todo, o condomínio investiu R$ 100 mil no revestimento da fachada e de uma das laterais do bloco da frente. Segundo ele, o fundo de obras está dentro do orçamento dos moradores e o dinheiro em caixa vem obtendo bom rendimento. “Nossa intenção é revestir todo o bloco e dar início à construção de uma área de lazer a céu aberto na última laje do prédio”, ressalta Santos.

Além da fachada, o Guarujá está recuperando as ferragens e o sistema de fiação, que costumam entrar em processo de degradação em virtude das variações químicas. No processo de corrosão, o ferro chega a aumentar até 15 vezes seu volume com uma força de expansão de até 150 quilos por centímetro quadrado, o que dá origem às trincas.

Problemas de impermeabilização também são comuns. Morador do 14º andar, o síndico Ednilson Luiz de Souza, do Condomínio Mar Del Plata, na Praia do Gonzaguinha, sofria com as constantes infiltrações em seu apartamento. Para solucionar o problema, ele assumiu o cargo de síndico e procurou uma empresa que oferecesse total garantia dos serviços efetuados. Depois de conhecer o trabalho da Viapol, fabricante de impermeabilizantes, Souza contratou a Impermec para solucionar o caso. “Finalmente, a infiltração foi resolvida”, comemora. 

No Edifício Tendaí, também na Praia do Gonzaguinha, o terraço passa pela terceira impermeabilização. De acordo com Paulo José da Costa, síndico há quatro anos, a obra teve início em 9/2001 e deverá terminar em três meses. “Das vezes anteriores, houve falhas na execução e as infiltrações continuavam perturbando os moradores dos andares mais altos”, diz o síndico, que também procurou a Impermec para o serviço. “Estou satisfeito com o desempenho da empresa”, afirma Costa.