Construção
De cara nova
Renata Viana
Reformas
sempre foram sinônimo de pesadelo para síndicos e moradores.
Obras mal feitas, desperdício de material e falta de profissionalismo
são algumas dores de cabeça comuns nos condomínios
que necessitam de reparos. Apesar dos transtornos, a maioria deles, especialmente
os da orla da praia devido à ação dos ventos marinhos,
estão optando pela reforma acompanhada da modernização
de suas
fachadas de acordo com as inovações nos materiais de construção
e acabamento.
Os motivos que levam os condomínios
a optarem por reformas visuais podem ser explicados de várias maneiras.
De acordo com o engenheiro Franco Pagani, proprietário da T-Recupera,
a estabilização da moeda encorajou os moradores no processo
de modernização dos prédios antigos. Hoje, é
possível firmar contratos elásticos com reajustes previsíveis
e evitar surpresas desagradáveis no final do mês, afirma.
Outra causa apontada pelo engenheiro
são os desgastes dos edifícios ocasionados pela atmosfera
agressiva da região. Segundo ele, apesar da qualidade da pastilha
utilizada como revestimento há alguns anos, o rejunte não
suportava o cloreto oriundo do mar e do parque industrial de Cubatão.
“Os síndicos optavam por rejuntamento, mas passado certo tempo não
há como rejuntar”, esclarece Pagani, responsável pelo revestimento
de fachadas de edifícios da orla da praia, entre os quais Estoril,
Arcountes e Morená, em Santos.
Cerâmica - A introdução
da cerâmica no mercado trouxe vantagens aos condomínios interessados
em mudar de aparência. O rejunte do material possui boa durabilidade
e preços acessíveis. Para se ter uma idéia, o metro
quadrado da cerâmica custa a partir de R$ 15,00 enquanto o metro
quadrado da pastilha de três polegadas não sai por menos de
R$ 35,00. “O conserto não compensa”, opina o engenheiro, que em
suas obras destaca a parceria com a Atlas Revestimentos Cerâmicos,
a Gerdau e a Fos Roc.
Segundo Hebert José das Neves,
gerente da PGA Condomínios, que administra 350 edifícios
em Praia Grande, Guarujá e Bertioga, hoje, de cada 10 prédios
da orla, três passam por alterações de natureza estética.
“Toda reforma traz transtornos, mas os resultados compensam. A PGA preocupa-se
com as empresas contratadas, pois um bom resultado envolve vários
fatores. Como exemplo, temos a Engecon, que nos dá toda a garantia
de trabalhar com uma empresa legalizada no mercado”, ressalta.
Depois de várias reformas
mal sucedidas, os moradores do Edifício Guarujá, localizado
na Praia do Embaré, em Santos, resolveram eleger um síndico
que colocasse um ponto final na situação. “Nunca participava
das reuniões, mas em janeiro deste ano resolvi me candidatar”, lembra
Irineu Ruiz dos Santos, proprietário de seis apartamentos no condomínio.
A primeira providência foi a criação de um Conselho
de Obras, constituído por seis pessoas. “Expliquei aos moradores
que seria complicado realizarmos as assembléias entre os 204 apartamentos
e pedi que eles deixassem tudo nas mãos da comissão”, diz
ele.
Filmagem em SP - A escolha
das cores e do material que revestirá o prédio levou quatro
meses para ser definida. Santos conta que pesquisou vários tipos
de arquitetura
e chegou a filmar os edifícios de alto padrão da Avenida
Paulista, em São Paulo, para que servissem de referência durante
as reuniões. “Por fim, o Conselho determinou que utilizaríamos
revestimento cerâmico bege claro com listas vermelhas. Estão
sendo colocadas também peças pretas de granito nos parapeitos”,
detalha o síndico.
Ao todo, o condomínio investiu
R$ 100 mil no revestimento da fachada e de uma das laterais do bloco da
frente. Segundo ele, o fundo de obras está dentro do orçamento
dos moradores e o dinheiro em caixa vem obtendo bom rendimento. “Nossa
intenção é revestir todo o bloco e dar início
à construção de uma área de lazer a céu
aberto na última laje do prédio”, ressalta Santos.
Além da fachada, o Guarujá
está recuperando as ferragens e o sistema de fiação,
que costumam entrar em processo de degradação em virtude
das variações químicas. No processo de corrosão,
o ferro chega a aumentar até 15 vezes seu volume com uma força
de expansão de até 150 quilos por centímetro quadrado,
o que dá origem às trincas.
Problemas de impermeabilização
também são comuns. Morador do 14º andar, o síndico
Ednilson Luiz de Souza, do Condomínio Mar Del Plata, na Praia do
Gonzaguinha, sofria com as constantes infiltrações em seu
apartamento. Para solucionar o problema, ele assumiu o cargo de síndico
e procurou uma empresa que oferecesse total garantia dos serviços
efetuados. Depois de conhecer o trabalho da Viapol, fabricante de impermeabilizantes,
Souza contratou a Impermec para solucionar o caso. “Finalmente, a infiltração
foi resolvida”, comemora.
No Edifício Tendaí,
também na Praia do Gonzaguinha, o terraço passa pela terceira
impermeabilização. De acordo com Paulo José da Costa,
síndico há quatro anos, a obra teve início em 9/2001
e deverá terminar em três meses. “Das vezes anteriores, houve
falhas na execução e as infiltrações continuavam
perturbando os moradores dos andares mais altos”, diz o síndico,
que também procurou a Impermec para o serviço. “Estou satisfeito
com o desempenho da empresa”, afirma Costa. |