Opinião
Preservar para não perder
Edmur Mesquita (*)
As próximas
gerações não podem ser privadas de admirar o esplendor
das milhares de espécies de flores, plantas, aves e árvores,
ao longo dos cinco quilômetros de extensão na orla de Santos.
Muito menos das alamedas deste que é considerado o maior
jardim frontal de praia do mundo, tão propícias para caminhadas
e alívio das pressões diárias.
Pensando na sua preservação,
entrei com pedido de tombamento do jardim no Condephaat. É uma medida
preventiva, com o objetivo de impedir que no futuro esse bem de valor afetivo
para a população seja destruído ou descaracterizado.
Ora, se é unânime o
amor dos santistas pelo jardim, como explicar a polêmica em torno
do assunto? Será desinformação ou má-fé?
De todo modo, não posso transigir com interpretações
equivocadas ou levianas. Refuto a acusação de que o pedido
de tombamento impeça a construção da ciclovia. A obra
pode ser realizada sim. Trata-se de crítica descabida, reflexo da
armação em curso para confundir a opinião pública.
É igualmente pífio
o argumento segundo o qual o tombamento “engessaria” a cidade, impedindo
sua modernização. Preservação e revitalização
são ações que se complementam. O temor de que a manutenção
do jardim passe para o Condephaat, a quem caberia regular a troca de mudas
de plantas ou flores, é tão desproposital que me recuso a
comentar. Também é risível a tese de que o tombamento
do jardim abrangeria o entorno dos prédios da orla.
Enfim, meu pedido é um gesto
prático em favor da preservação perpétua do
mais lindo cartão postal de Santos. Nada mais que isso.
(*) Edmur Mesquita
é deputado estadual, vice-líder do PSDB na Assembléia
Legislativa. |