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Edição 092 - JAN/2001 

Arquitetura

Viagem virtual às cidades históricas

Todos os anos, a Faculdade de Arquitetura da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao encerramento letivo, leva seus alunos às cidades de relevância arquitetônica e cultural do Brasil. A atividade faz parte de um processo de educação na área de História da Arte, da Arquitetura e do Urbanismo, com objetivo de favorecer uma vivência direta dos estudantes com as principais obras do patrimônio construído no país.

Neste ano, estudantes e amantes da arquitetura puderam acompanhar a viagem, de 14 a 20 de janeiro/2001, pela Internet no site de uma construtora de Campinas, a Estudantes em Mariana: ao fundo a Matriz Nossa Senhora da ConceiçãoTecnotasa, que apoiou o evento cedendo equipamentos de informática e vídeo. 

Todos os dias, o grupo composto por cinco professores e trinta e três alunos enviaram um resumo sobre a visita, com fotos e imagens em vídeo de três cidades de Minas Gerais: Mariana, Ouro Preto e Belo Horizonte. As localidades foram escolhidas pelo grande potencial que oferecem quanto aos mais diversos aspectos da cultura arquitetônica brasileira.

“A viagem de estudos permitiu aos alunos não só um conhecimento efetivo de várias realidades construtivas, tecnológicas, artísticas e sócio-econômicas, mas também um ganho intelectual, uma experiência de confronto cultural que é a base de toda a cultura do jovem e futuro arquiteto”, afirmou o professor Marcos Tognon, coordenador do Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Unicamp.

Cidades - Mariana foi a primeira capital da província de Minas Gerais, área pioneira de ocupação dos bandeirantes paulistas, e a sua arquitetura do século XVII é essencial para a compreensão dos primeiros assentamentos urbanos no interior daquele grande continente, ainda pouco explorado, que era o Brasil colônia de Portugal. Ouro Preto representa uma das principais capitais da cultura barroca no mundo do século XVIII, e as suas expressões artísticas configuraram um universo ímpar no coração daquela emergente nação urbanizada brasileira. 

Já Belo Horizonte, antes de Brasília, foi o maior empreendimento urbanístico realizado pelos políticos positivistas e arquitetos de formação nas academias de Belas-Artes, e deixou um grande e representativo patrimônio da cultura eclética do final do século XIX. Patrimônio que se orgulha das primeiras obras modernistas na Pampulha, do arquiteto Oscar Niemeyer, além de realizações de jovens e vanguardistas mineiros, nos anos de 1980, sob o influxo da chamada cultura pós-moderna que aportou no Brasil.

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