Diário de Bordo (Recife-Manaus
no navio Bianca) [15] Do Capibaribe ao Amazonas
Garganta profunda
Carlos Pimentel Mendes (*)
No rio
Amazonas, tudo é superlativo. Enquanto em portos de mar, como Santos,
Rio de Janeiro, Vitória, Recife, gasta-se uma fortuna em dragagem
para ganhar mais um metro de profundidade, e um porto com 13 metros é
considerado excelente, no rio-mar esses números chegam a ser ridículos
na comparação.
Principalmente nos trechos em que o
rio tem menor largura, são encontradas profundidades incríveis
para um rio: 80, 90, 100, 110 metros. Defronte a Parintins, 91 metros registrados
pela Marinha, pela "média das alturas mínimas excepcionais".
Ou seja, cerca de 100 metros, se adicionarmos os quase nove metros de altura
do rio ainda em cheia. Defronte à igreja de Óbidos, a carta
náutica 4-0104-A registra profundidade de 94 metros no rio. E a
carta náutica 4.105-A registra 100 metros de profundidade na posição
57º32'W e 2º23'S, defronte à ilha Beiju-Açu ou
Ilha do Albano.
Explicam os práticos
do Rio que Óbidos é conhecida aliás como "a garganta
do rio Amazonas", pois entre as duas margens a distância é
de 1.700 metros, menos de uma milha náutica (que equivale a 1.852
m). Há outros trechos de pouca largura, mas nesses existe mais de
uma opção de passagem, enquanto em Óbidos só
existe a passagem defronte à cidade.
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