FESTEJOS
Congada mantém tradição de folguedos do Brasil-Colônia
Evento pode ser incluído no calendário turístico da Cidade
Manuel Alves Fernandes
Da Sucursal
Religiosos e folcloristas reviveram ontem de manhã, na
capelinha de Nossa Senhora da Guia, no Portinho, em Praia Grande, um dos folguedos mais populares do Brasil-Colônia: as congadas de São Benedito e
Nossa Senhora do Rosário.
Além da missa celebrada pelo padre Arthur e da presença de delegações de irmandades
dos homens pretos do Rosário de São Paulo e de São Benedito de Sorocaba, Cotia e Praia Grande, houve a apresentação de grupos da congada de Barueri
e Cotia.
Organizada por Jane Cavalcant, a Festa da Irmandade de São Benedito, que conta com
cerca de 60 integrantes da Cidade, na sua maioria afrodescendentes, tem tudo para se tornar uma festa popular.
É esse também o propósito da organizadora que, com a ajuda do vereador Edson Milan,
pretende convencer o prefeito Alberto Mourão a incluir a festa no calendário turístico do Município.
Ontem, a congada reuniu cerca de 500 convidados de irmandades de São Benedito dos
Homens Pretos e de Nossa Senhora do Rosário, de Santos, e representantes de outras cidades da Baixada e do Interior.
Tradição - O evento começou com atos religiosos das irmandades, durante missa
campal rezada a partir das 10h30 horas no terreiro da Capelinha de Nossa Senhora da Guia, de grande significado para as congadas.
A capela demarca o antigo Portinho do Rei, por onde andaram os jesuítas como os padres
José de Anchieta, Manoel de Nóbrega e o Abarebebê. Folcloristas assinalam que o hábito da congada foi incorporado aos costumes brasileiros pelos
jesuítas, no tempo dos vice-reis, do Ceará ao Rio Grande do Sul.
A festa relembra a coroação do Rei Congo no Brasil, sendo a congada uma adaptação da
epopéia francesa Canção de Rolando.
No passado, a congada tinha a função de sublimar o instinto guerreiro do negro,
criando uma luta irreal de cristãos e pagãos (mouros). É um folguedo de fundo religioso e descendência afro-brasileira. É dedicada aos padroeiros
São Benedito, Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia.
Delegações de várias cidades da Baixada e do Interior
participaram dos rituais na área do Portinho
Foto: Adalberto Marques, publicada com a matéria
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