PRAIA GRANDE E SUA HISTÓRIA
Tradições folclóricas de P. Grande
O atual estágio [em] que se encontram os grupos e
manifestações folclóricas em Praia Grande tem suas raízes na formação dos grupos étnicos de povoamento, pois quando o elemento colonizador chegou à
Baixada Santista a região era habitada por elementos aborígenes, os quais pertenciam aos grupos dos tupiniquins, macabaus e tapuias, oriundos da
grande nação tupi. Com a vinda dos portugueses, estes mesclaram-se ao elemento indígena, dando forma ao primeiro tipo étnico resultante da
colonização, o mameluco, que no litoral recebeu o nome de caiçara.
Mais tarde, com o surgimento de núcleos colonizadores e de atividades econômicas,
surgiu a presença do afro-elemento. Entretanto, foi o elemento indígena que legou maior herança ao grupo étnico regional. Do elemento de origem
africana, a região herdou a sua maior festividade popular, a qual tem sua origem na "crença da nação bantu, que são os festejos a Iemanjá", mas
dentre os povos de raça branca que participaram da formação étnica dos habitantes da região, o elemento colonizador português foi o que mais
influências legou.
A única festa popular realmente tradicional em Praia
Grande é a Festa Junina, que anualmente é realizada na Fortaleza de Itaipu, sem fins lucrativos e contando com a participação dos militares
aquartelados e suas famílias; a quadrilha dançada e o casamento são improvisados. Os pratos típicos da quadra junina também são preparados pelos
próprios festeiros, e distribuídos aos convidados, graciosamente.
A primeira festa foi idealizada pelo primeiro comandante da Fortaleza, tenente-coronel
José Pacheco de Assis (1919 a 1920), quando ainda funcionava o 5º GAC. Sofrendo uma interrupção, a tradicional festa (Arraiá dos Itaipus) voltou a
ser realizada em 1943 (tenente-coronel Mário Mendes de Moraes) e neste ano da graça de 1979 foi realizada mais uma vez dia 29 de junho, às 20 horas,
nas dependências da Fortaleza.
Segundo depoimento de dona Maria Francisca dos Santos ("Maria do Forte"), "entre
as festas populares realizadas no Município, até 1950, destacavam-se, além da Festa Junina da Fortaleza, a procissão de São Pedro, que se realizava
todos os anos, dia 29 de junho, saindo a imagem da capelinha do Boqueirão e, com fogos, cantos e muita fé, todos os pescadores a acompanhavam. Era
madrinha da procissão a sra. Olga de Oliveira, chamada Festeira. Hoje, no local da antiga capelinha, está a Igreja Matriz Santo Antonio do
Boqueirão, que depois de construída não recebeu a mesma adesão dos pescadores; na época era voz corrente (isso porque coincidiu que o peixe começara
a rarear) que a matriz deveria ser em homenagem a São Pedro (que é o Padroeiro de Praia Grande)".
Em 1976 e 1977, contando com o apoio da comunidade de Dona Maria Francisca dos Santos
e pescadores, houve uma tentativa de se reviver a procissão, entretanto este ano (1979) houve a missa em homenagem aos pescadores e louvor a São
Pedro.
A procissão de Santana, que até 1950 era realizada no dia 25 de outubro, também se
perdeu no tempo.
Carnaval - Em 1937, José Carlos Borstnz, popularmente conhecido como "sr.
Açúcar" (tradução de seu sobrenome europeu para o português), fundou o choro carnavalesco Rumba Calunga, atração de muitos carnavais do
Litoral. Com seu espírito comunicativo, o sr. Açúcar (em 1946 possuía uma birosca no Boqueirão), com um grupo de amigos de Praia
Grande, começou a desfilar sua Rumba Calunga, como era conhecido seu bloco, no antigo caminho dos Tupiniquins, hoje Av. Costa e Silva.
O bloco também se apresentava em São Vicente, onde ganhou vários carnavais seguidos.
Era um bloco de características originais, fantasias criativas e satíricas: cada integrante vestia-se como podia e como queria, o que contava mesmo
era a disposição e a alegria. Os músicos tocavam violão e moda de viola e o trajeto começava sempre na casa do sr. Açúcar, onde os amigos se
reuniam. O sr. Açúcar, mais tarde, recebeu o título de Cidadão Praiagrandense, e neste mesmo ano, já alquebrado pela idade, a morte o vencera
junto com sua alegria, deixando saudade e a história de muitos carnavais.
Unidos de Praia Grande - Entre o movimento de Emancipação e os dias que
corriam, havia outra preocupação, a de se festejar o Carnaval, e assim Mestre João Apolonio, seu irmão Mano, Luiz (Alfaiate) A. Oliveira e
outros, fundaram a Escola de Samba "Unidos de Praia Grande", cujo nome era uma homenagem aos Emancipadores.
Hoje, a Unidos é uma escola de samba organizada, de Utilidade Pública, e em todos os
carnavais tem recebido apoio da Prefeitura. Com seus ensaios na quadra do Siri, é a única manifestação de Samba Organizado. Em 15 de fevereiro de
1969 houve o concurso para Rei e Rainha do Mar, sagrando-se vencedores Helon Rodrigues de Mello Filho e Sandra Thomazeto da Silva. Mas, a primeira
rainha do nosso Carnaval foi Magali Prado, que foi coroada nas dependências do Ocian Praia Clube.
Em 1974, Raimunda Barbosa dos Santos reuniu seus vizinhos da Av. Paris e organizou o
Bloco "Novo Horizonte", que saiu ainda por mais dois anos. Entretanto, sem apoio oficial, seus participantes resolveram paralisar por mais alguns
anos suas atividades.
Rancho Folclórico do Elos Clube de Praia Grande (fundado em 31/8/1975 por filhos de
elistas), que - junto como Rancho Juvenil de Praia Grande, a escola de Samba Unidos de Praia Grande e a Roda de Trovas da Casa do Poeta
Brasileiro/Setor Praia Grande -, eram os grupos folclóricos organizados e em atividade em 1979
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