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Movimento Nacional em Defesa
da Língua Portuguesa
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RIA...
...para não chorar
Ou: chore... de tanto rir!
Esta seção é dedicada ao povo de uma república que, até o
início dos anos 60, informava ao mundo em sua Constituição, nas notas verdinhas de seu dinheiro e em todos os documentos oficiais,
orgulhosamente, a quem pertencia o grande país do Norte:
Viu como os Estados Unidos já foram do Brasil?
Passou-se o tempo, mas o costume de macaquear (imitar) a cultura estadunidense não mudou.
Tiramos os Estados Unidos do Brasil, viramos Brasil dos Estados Unidos. A velha música caipira, das modas de viola, virou country
music; os centros comerciais viraram shopping centers, desenho animado virou cartoon, e o Brasil se transformou numa imensa
Greenville como aquele lugarejo de uma novela (perdão, soap opera) global. Para nos comunicarmos em português, já precisamos colocar
ao lado o sinônimo inglês, senão o interlocutor não entenderá. E a macaquice continua. Vá a um escritório e ouvirá o office-boy
dizer para o colega que o boss lhe mandou escanear e printar o paper rapidamente, senão será deletado da firma.
E são exemplos assim que colecionamos aqui, em que a macaquice é tão grande que já
inventamos um novo idioma, mistura macarrônica de inglês, português e sabe-se lá mais o quê. Poderia ser chamado de
portunglês, em "homenagem" à forma como são constituídas suas palavras.
Aliás, a expressão máxima desse portunglês, já consagrada nos
bares e nas padarias deste imenso país, é a gloriosa "X-tudo". E talvez a mais antiga, já constante nos dicionários, é forró, o
bailinho para todos os nativos que os ingleses organizavam na Segunda Guerra Mundial, e que ganhou esse nome quando os nordestinos
tentaram ler as plaquinhas nas portas dos salões, onde constava: "for all"...
Não paramos por aí, nossos macaquinhos são extremamente criativos, como verá nas próximas
páginas. Nossos anarfabetos são informados de que o barraco é "for sale" e que as roupas de segunda mão naquela loja
barateira estão com preços "50% off". Para não falar das lojas mais sofisticadas, que têm até "delivery". Nossos centros são mais
centttttters que os dos países anglófonos. Até os nossos criminosos são de fina extração social, quase todos só entendem o idioma de
Shakespeare, (à exceção de alguns que, infelizmente, só dominam línguas como francês, alemão e italiano...), como provaremos adiante
nesta seção.
Talvez a melhor forma de recolocar em perspectiva o problema da colonização cultural seja
ridicularizar essa tendência de imitação que os colonizados costumam ter, mascarando a subserviência cultural com um verniz de falso
elitismo. Esses tipo de gente, por intercalar expressões de outros idiomas na sua fala cotidiana, se acha o máximo, e na verdade é
mesmo: consegue a proeza de mostrar seu analfabetismo em dois idiomas!
Wellllll... chega de talk, vamos ao entertainment!
(como diria a novelesca personagem Altiva, habitante da nordestina Vila Verde (nome que você
logicamente não reconheceu, pois essa aldeia global tinha o pomposo nome de Greenville...) |