Santo Antonio nasceu em 15 de agosto de 1195, quando em
Lisboa, sua cidade natal, começava a se formar o espírito nacionalista português. Seu nome de batismo era Fernando, e só mais
tarde adotou o nome de Antonio. Era filho de uma nobre família: seu pai era Martim Afonso de Bulhões e sua mãe Maria Teresa
Taveira. Desde pequeno, Fernando de Bulhões sempre teve um temperamento calmo e
contemplativo. Seus pais eram profundamente religiosos, e na família havia um frade também chamado Fernando, seu tio, clérigo
regular de Santo Agostinho, com quem Fernando iniciou seus estudos de Latim e Teologia.
Aos 17 anos, embora as moças da cidade tentassem conquistá-lo, e até mesmo uma
delas chegasse a lhe propor casamento, Fernando resistiu à tentação e entrou para o convento dos frades agostinianos. Mais
tarde, Fernando pediu transferência para o mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde recebeu as ordens sacerdotais, aos 24
anos. Lá também entrou em contato com cinco frades Menores, da ordem de São Francisco de Assis, que logo depois seriam
enviados ao Marrocos, onde os cristãos lutavam com os mouros.
Padre Fernando queria ser mártir da Igreja, e pouco tempo depois de saber que aqueles cinco
frades tinham sido torturados e mortos no Marrocos, entrou para a Ordem Franciscana, em 1220, pedindo para ser enviado ao
Marrocos, para pregar entre os infiéis. Doente, voltava para Portugal, quando uma tempestade desviou a embarcação para o porto
de Messina, na Itália, e ali ele ficou, juntando-se Fernando aos frades de Assis, onde após um célebre discurso foi nomeado
Pregador Geral da Ordem.
Frei Antonio foi também professor de Teologia das universidades de Bolonha, Toulouse,
Montpellier, Puy-en-elay e Pádua. Dentro da Ordem Franciscana, liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos
introduzidos na regra pelo Superior Elias.
Apesar de jovem, frei Antonio não tinha boa saúde. Seu organismo estava cada vez mais
debilitado pela doença que o levaria à morte, aos 36 anos: hidropsia. Tendo que voltar à Itália, por ocasião da morte de São
Francisco de Assis, o fundador da Ordem a que pertencia, esteve em Roma e Milão, de onde seguiu para Pádua. Lá fez amizade com
o Conde Tiso, que lhe colocou à disposição a casa e uma pequena igreja, onde Frei Antonio passava os dias trancado, rezando.
Curioso, o conde foi espiar pelo buraco da fechadura, e viu o Frei Antonio, de joelhos, conversando com o menino Jesus. Esse
segredo, a pedido de Frei Antonio, somente foi divulgado após sua morte.
Frei Antonio morreu em Pádua, a 13 de junho de 1231, no Convento Ara Coeli. Foi canonizado
em 30 de maio de 1232, pelo papa Gregório IX e declarado Doutor da Igreja em 10 de fevereiro de 1946, pelo papa Pio XII. |