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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - BIBLIOTECA NM
Cais de Santos, de Alberto Leal (33)

 

Clique na imagem para voltar ao índiceAlberto Antônio Leal nasceu em Santos em 1908, falecendo em 1948. Foi médico, romancista, novelista, teatrólogo, cronista e radialista. Sua obra mais conhecida foi o romance Cais de Santos, de 1939.

O exemplar número 171, reencapado, sem a capa original de Luigi Andrioli, tem 212 páginas e foi editado e impresso pela Cooperativa Cultural Guanabara (Rua do Ouvidor, 55, 1º andar, Rio de Janeiro). Nesta transcrição - baseada na 1ª edição existente na biblioteca da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos (SHEC) -, foi atualizada a ortografia:

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Cais de Santos

Alberto Leal

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Esperança

Graciema ficou com as mãos definitivamente grossas e calosas. Tantos anos de sabão de soda!

Terezinha está no Grupo, é uma das melhores alunas, já lê correntemente, e já rabisca mesmo algumas linhas para o pai, quando Graciema escreve para o Praxedes, respondendo às cartas dele.

Já por várias vezes foram visitá-lo à Penitenciária de S. Paulo, naqueles oito anos. No último 25 de Dezembro, o Praxedes estava muito contente, porque teve promessa de livramento condicional: não precisará esperar os dez anos inteiros da sentença.

Praxedes é um preso modelo, e escreve umas cartas para Graciema... Até parecem de namorado. Praxedes melhorou muito, nestes anos.

Todos os meses manda dinheiro, que ganha na marcenaria da Penitenciária - diz que ele não precisa de nada, e dá tudo para a filha e para Graciema.

Com isto, lavando roupa para fora e fazendo doces de tabuleiro, Graciema vai vivendo com desafogo. Até já tem conta na Caixa Econômica.

Terezinha todas as noites pede assim: Nosso Sinhor: fazei com que o papai venha logo de São Paulo morar com a gente. Amém.

E Graciema reza um padre-nosso para aquela irmã Simplícia, da Santa Casa, que foi para o céu há dois anos, e outro para o Agenor, que era um negro de coração branco, branco como o do Praxedes há de ficar.

Há de ficar, quem sabe?

- FIM -