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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - P. MARCOS
Plínio Marcos (2)

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Escritor "maldito", teatrólogo, Plínio Marcos nasceu em Santos em 29/9/1935 e morreu na capital paulista em 19/11/1999, um ano depois de receber o título de Cidadão Emérito da Câmara Municipal de Santos. Amigo de Patrícia Galvão, com quem trabalhou junto na peça Barrela, Plínio tem um marco de homenagem no Centro de Cultura de Santos, que aliás recebeu o nome daquela escritora e jornalista. Esta matéria foi publicada na Internet, nas páginas do Ministério das Relações Exteriores (acessadas em 31/1/2005):

Plínio Marcos

Sábato Magaldi

Plínio Marcos (n. 1935) irrompeu na dramaturgia brasileira em fins de 1966 com Dois Perdidos Numa Noite Suja, a que se seguiu Navalha na Carne. Ficavam de lado quaisquer esquemas racionais para exame da realidade social, em benefício do aproveitamento de personagens até então praticamente esquecidas: o lumpesinato urbano, as sobras do processo duro da luta por um lugar ao sol, a marginalidade que os sistemas injustos criam e não sabem como absorver. Violência insuspeitada toma de assalto o palco e se ela se funda em entranhado realismo, supera de longe os limites dessa escola.

Dois Perdidos, cujo ponto de partida é o conto "O Terror de Roma", de Alberto Moravia, se passa num quarto de hospedaria barata, depois de um assalto, patenteando o drama do imigrante deslocado na cidade grande e a inevitabilidade do crime para quem não dispõe de condições dignas de sobrevivência. Navalha na Carne reúne em cena uma prostituta em declínio, o cáften que a explora e o empregado homossexual do bordel. Antes, em 1959, numa única noite de um festival de teatro estudantil, Plínio havia conseguido apresentar Barrela, título que, na gíria, significa estupro ou curra. O texto inspirava-se no caso de um rapaz, detido por motivo menor que, ao ser solto, matou todos os que o estupraram na prisão.

Outro texto expressivo de Plínio é Abajur Lilás: três prostitutas, às voltas com o dono do prostíbulo, simbolizam o comportamento dos oprimidos em face do poder, nos anos ferrenhos da ditadura. Entre outras peças que exprimem uma vertente diversa do autor - o seu lado místico - Jesus Homem retoma a solidariedade evangélica do Cristo primitivo.

Repórter de um tempo mau, como gosta de definir-se, Plínio dramatiza em A Mancha Roxa a história de várias mulheres que, num presídio feminino, descobrem ser portadoras de Aids. Da verificação triste elas partem para o desafio de propagar a doença pelo mundo, em resposta à incúria da sociedade. Em pleno processo criador, Plínio Marcos continua a incomodar o gosto repousado do público, em sua trajetória de permanente rebeldia.


SÍTIO OFICIAL
http://www.pliniomarcos.com/premios-homenagens.htm

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