XXII - Para a Suíça
Meu pai chegou como o enviado da alegria. Todo ele transbordava
uma aparente satisfação de viver, de ser meu pai, de me querer bem, de vir me buscar para uma viagem... que... olhe... olhe aqui... Com os dedos em pinha, estalava um beijo, fazendo o elogio da viagem por ele resolvida.
Eu percebia naquele contentamento o desejo tocante de impedir-me as ideias negras. Por dentro, ele estava dilacerado.
Viagem à Suíça. Não era o que eu sempre lhe pedira?
- Este maganão sempre teve a mania da Suíça! Saibam vocês, primos, que ele veio para a Vila da Mata a pulso... Quando ficou fraco, queria logo ir para
a Suíça... - E concluía, como se a decisão de agora fosse tomada só para me satisfazer a antiga vontade: - Pois vai para a Suíça, acabou-se!
E floria em risos otimistas.
Doía-me aquela comédia do amor paterno. Eu sofria tudo que meu pai sofria, absorvendo-lhe a aflição; e mais o peso do meu próprio desastre.
Zuca tinha sumido do quarto. |