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De novo só o nome,
nesse difícil acesso a Cubatão
Cinqüenta
buracos em menos de 10 quilômetros e 80% de pavimentação remendada são suficientes para se ter uma péssima estrada. Se não bastasse isso, a
ex-Bandeirantes, que de alteração só recebeu novo nome (agora, Av. 9 de Abril), é estreita, insegura, mas muito movimentada. Quem cuida de sua
conservação? O Estado, por intermédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), mas os buracos que surgem dia a dia em seu leito são provocados
pela passagem de tubulação de recalque de água para Santos.
A trepidação provocada pelos trens da
Santos a Jundiaí (os trilhos correm paralelos à rodovia), e a passagem de todos os tipos de veículos em seu
leito, são os principais responsáveis pelos vazamentos nas juntas dos tubos da Companhia de Saneamento da Baixada Santista (SBS), causando a quebra
da pavimentação.
Enquanto as reclamações partem de todos os lados, dos
motoristas às autoridades, como a Câmara e a própria Prefeitura, no DER prosseguem os estudos para melhoria da estrada. A primeira solução é retirar
os tubos que estão sob a pavimentação. Mas, para tanto, é preciso desapropriar áreas: de um lado, a estrada de ferro, e de outro, a faixa de domínio
da Dersa (em muitos trechos) e, também, de particulares.
Para a SBS, a solução é simples: basta que o DER, ou outro
órgão, faça a desapropriação e colabore na execução das obas necessárias à remoção dos tubos para outro local. Enquanto o DER e a Companhia de
Saneamento não chegam a uma conclusão, a ex-Estrada Velha e ex-Bandeirantes continua com seus buracos e um sério problema: falta total de segurança.
Duplicar - Na Prefeitura, já se pensou no assunto:
duplicar a pista. Entretanto, novamente surge o problema das desapropriações. E há pontos onde a medida é praticamente impossível, porque a estrada
está encravada entre os trilhos da Santos a Jundiaí e quase colada à
Via Anchieta.
Representando importante ligação entre dois municípios -
Cubatão e Santos -, a ex-Bandeirantes atende, também, à filosofia da Dersa de não criar trânsito paralelo em suas vias expressas. Para fugir aos
buracos, muitos têm procurado a Anchieta, mesmo aqueles que se dirigem do centro de Cubatão para o
Casqueiro.
Duplicar, pelo menos entre a
Vila Socó
e o Viaduto 31 de Março, onde a própria Dersa está fazendo os acessos, é um estudo que já passou por várias mãos. Todos
concordam, mas nenhuma medida mais concreta foi tomada, visando a execução das obras.
Na Prefeitura, em 1972, a Coordenadoria de Obras já falava em
construir outra pista. Agora, a questão foi encaminhada ao DER, que é o órgão competente, pois trata-se de ligação intermunicipal. Como a solução
depende de entendimentos entre a SBS e o DER, as únicas providências referem-se ao sistema de tapa-buracos: a SBS executa seus reparos na tubulação,
tapa o buraco e cria mais um remendo. Vem o DER, tapa outro buraco e também cria novo remendo.
Assim é a ex-Estrada Velha, que foi o primeiro caminho entre
o Planalto e o Litoral e recebe cuidados aparentes, "apenas paliativos, sem soluções positivas", reclamam os vereadores. É o caso do vereador Mário
Canelas que constantemente apresenta trabalhos pedindo providências. No último, justifica: "Torna-se urgente e imprescindível a melhoria de nossas
vias públicas, principalmente agora com o aumento do número de veículos que circulam na cidade".
"Apesar dos inúmeros trabalhos apresentados, até a presente
data, pouco tem sido feito nesse sentido. Desejo ressaltar o lastimável estado em que se encontra a chamada Estrada Velha, que é passagem
obrigatória de todos os veículos que vêm de Santos e querem atingir o Jardim Casqueiro, ou deste bairro para o centro da Cidade. O estado de
conservação é de pasmar a qualquer um, contrastando com o cuidado dispensado pelos órgãos estaduais a outras estradas sob sua responsabilidade. Já é
tempo de o Poder Público tomar providências para solucionar este angustiante problema".
Outro vereador, Luiz Pieruzzi Netto, pede a duplicação da
pista, para maior segurança. Quanto a este aspecto de segurança a única providência foi a colocação de faixa central divisória; determinando os
locais de ultrapassagem proibida, o que pouco adiantou, pois muitos veículos, para desviar dos buracos, invadem a pista de tráfego contrário.
Estreita, sem acostamento, cheia de buracos, mal pavimentada
nos trechos onde não há crateras, a ex-Bandeirantes parece apenas um caminho, que motoristas desavisados procuram para chegar ao destino sem
precisar se utilizar da Via Anchieta.
Esperando a duplicação da pista, ou mesmo um simples
recapeamento, e cansada dos remendos que a SBS e o DER fazem, a estrada poderá perder um dia todo seu movimento e finalidade, enquanto a Via
Anchieta ganhará movimentação desnecessária e prejudicial a uma via expressa.
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