A estrada de Piaçagüera guardada por praças da Força Policial para garantir o livre trânsito por
essa via
Foto publicada com a matéria
Preciso recorrer à
força para fazer a Light cumprir uma decisão judicial
O juiz da 2ª Vara Cível fez seguir um contingente da Força Policial para garantir o trânsito pela estrada de
Piaçagüera
Como
vimos noticiando, desde o início da questão surgida em torno da estrada que liga Piaçagüera e Areais a Santos e Cubatão, que foi interrompida, por
haver a Light mandado destruir a ponte sobre o rio Perequê, os moradores daquelas localidades, não se conformando com a atitude da empresa
canadense, requereram e obtiveram, em juízo, um mandado de manutenção de posse da estrada.
Na Constituinte - O assunto foi rumorosamente
comentado, tendo repercutido na Constituição Estadual, onde, por unanimidade de votos, foi aprovado um requerimento solicitando imediatas e
enérgicas providências do Governo, no sentido de manter aberta a referida estrada e, ao mesmo tempo, reconstruir a ponte em questão, transformando a
estrada em via estadual.
A Light desrespeita a Justiça - Entretanto, a questão
tomou novo e surpreendente aspecto. A Light recusou-se a cumprir a decisão judicial e, quando o oficial de justiça foi fazer a reabertura da
estrada, encontrou os prepostos da grande empresa com ordens rigorosas de não permitir o trânsito pela estrada, embora esse trânsito já tivesse sido
garantido por uma decisão da Justiça, cujo teor tivemos oportunidade de publicar.
Força para garantir a decisão judicial - Levado ao
conhecimento do juiz da 2ª Vara Cível e Comercial de Santos, este determinou imediatamente a remessa de força para garantir a sua decisão.
Ontem, pela manhã, seguiu para a estrada de Piaçagüera um
forte contingente policial, juntamente com o oficial de Justiça, a fim de executar a ordem do juiz e, ao mesmo tempo, tomar todas as medidas
necessárias para que o cumprimento da decisão da Justiça não sofra delongas e nem obstáculos.
Em face do novo aspecto da já famosa questão, aumentará a
repercussão que a mesma tinha alcançado na Constituinte, tornando-se cada vez mais surpreendente o reprovável procedimento da Light, tanto mais em
se tratando de uma empresa usufrutuária dos mais rendosos serviços públicos do país. A pendência parece assumir uma feição de ridículo capricho,
tanto mais grave porque a atitude da poderosa organização estrangeira significa um desrespeito flagrante e ofensivo à Justiça brasileira.
Imagem: reprodução da matéria original
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