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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - FAUNA
Animais passeiam pela política municipal (6)

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Não bastasse o tucano ser símbolo de um partido político nacional, e o guará vermelho ter se tornado o símbolo da recuperação ambiental cubatense, aves raras e outros animais também fazem suas visitas ao prédio do Legislativo municipal, às indústrias locais e aos parques ecológicos, tornando-se notícia na imprensa regional. Principalmente quando vêm de muito longe, como lembra esta notícia, publicada no jornal santista A Tribuna, em 20 de novembro de 2000:

ECOLOGIA

Manguezais recebem aves de outro hemisfério

Até falcões da Groenlândia são encontrados na região

Com o início da primavera, começam a chegar aos manguezais de Santos e Cubatão alguns turistas que poucas pessoas sabem que aparecem por aqui: são aves do Hemisfério Norte.

As pessoas que mais conhecem e recepcionam estes ilustres visitantes são os biólogos, que estudam a avifauna da região através do patrocínio da Ultrafértil. Eles já registraram 200 espécies de aves em toda a área, mas destas 12 migram para cá todos os anos, vindas de diversas regiões do Hemisfério Norte, fugindo do frio rigoroso do inverno.

A migração é um fenômeno que ocorre em diversas espécies de aves e suas distâncias variam de acordo com cada espécie. Em alguns casos, podem percorrer até 22 mil km nestas migrações contando-se apenas a ida e volta.

Estas aves se reproduzem apenas nestas regiões do Norte, como o Canadá, Estados Unidos e até Groenlândia. Mas são praticamente obrigadas a deixar estes locais por causa do frio. Então se dirigem para o Sul, em busca de temperaturas mais amenas, chegando na América do Sul e atingindo até os países bem ao Sul, como Uruguai e Argentina.

Durante este período de estadia, estabelecem os locais onde ficarão entre os meses de outubro e abril. Os biólogos chamam estes locais de áreas de invernada, pois corresponde ao período de inverno no Hemisfério Norte.

 

Em alguns casos, as aves chegam a percorrer até

22

mil quilômetros nas migrações, contando ida e volta

 

Maçaricos - Encontramos na região águias-pescadoras, falcões peregrinos, maçaricos e batuíras em números altos durante esta época.

Os maçaricos e batuíras, que são aves pequenas de pernas compridas e bicos longos ou curtos, formam bandos que podem chegar a centenas de exemplares e são vistos sempre se alimentando de pequenos caranguejos ou vermes (poliquetos, que parecem um macarrão), nos bancos de lama dos manguezais.

Um fato interessante na maioria destas espécies é que chegam aqui com uma plumagem diferente daquela que saíram de seus locais de origem, dificultando a sua identificação. As espécies mais comuns são: o maçarico-grande-de-pernas-amarelas, maçarico-pequeno-de-pernas-amarelas, maçarico-pintado e batuíra-de-bando.

Já o falcão-peregrino vem para a região para capturar estes maçaricos e batuíras, que também são seu alimento no Hemisfério Norte. Realiza vôos rasantes sobre estas pequenas aves, enquanto se alimentam em áreas abertas mas não é nada fácil, pois os maçaricos estão sempre atentos para a presença de predadores.

Groenlândia - Os biólogos já encontraram, na região da Alemoa, um falcão que estava com uma anilha (anel de identificação) que havia sido colocada na ave enquanto era um filhote, em seu ninho, num penhasco da Groenlândia.

A águia-pescadora, como o próprio nome diz, é uma grande ave de rapina que se alimenta quase exclusivamente de peixes. Possui garras afiadas e pés especialmente adaptados para capturar suas presas escorregadias. Caça principalmente paratis, tainhas e caratingas nas águas dos mangues. Assim que observa a sua presa, enquanto está voando, realiza rapidamente uma manobra para mergulhar, sempre com as garras voltadas para a frente. Depois sai da água carregando seu peixe para ser comido logo em seguida.

Não possuem inimigos naturais. Mas, outra ave de rapina, o carcará, às vezes tenta se aproveitar do momento em que a águia está carregando o peixe para roubá-lo. Em alguns casos até 4 carcarás perseguem a águia até esta deixar o peixe cair. Os biólogos estão preparando uma publicação científica sobre a ecologia das águias-pescadoras nos manguezais da região, onde serão apresentadas informações sobre alimentação e comportamento.

"Praticamente nada se conhece sobre a biologia das águias-pescadoras no Brasil, principalmente quais espécies de peixes fazem parte da sua dieta", diz o biólogo patrocinado pela Ultrafértil, Robson Silva e Silva.

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