A maguari é uma espécie de garça de grande porte
Foto: divulgação, publicada com a matéria
Biólogos descobrem ninhal de garças-maguari
Robson Silva e Silva e Fábio Olmos estudam a avifauna dos manguezais da região com o apoio da
Ultrafértil
Os biólogos Robson Silva e Silva e Fábio Olmos fizeram outra
descoberta notável na região de manguezais de Cubatão e Santos, que demonstra a importância da área para a biologia mundial, uma vez que tem mais
espécies que o pantanal matogrossense: encontraram um ninhal da garça-maguari (nome científico Ardea cocoi). Trata-se de uma espécie de garça
de grande porte (1,20 metro de altura) que habita praticamente todo o continente sul-americano, podendo ser encontrada nos rios, mangues, pântanos,
brejos e outros ambientes aquáticos.
Nos manguezais de Cubatão e Santos esta é uma das 200 espécies de aves já registradas pelos
biólogos Robson Silva e Silva e Fábio Olmos, que estudam a avifauna da região, com o apoio da Ultrafértil. A presença dessa variada espécie
demonstra os avanços da recuperação ambiental dessa região industrial do Litoral Paulista.
Ao contrário das outras garças, a maguarai apresenta números pequenos. Por exemplo: há em média 10
garças-azuis para cada garça-maguari encontrada na região. A maguari é a maior garça em tamanho já vista na região, chegando a 1,20 de altura e a
pesar 3 quilos, pois se alimenta de peixes grandes, como paratis e tainhas.
Até 1997, os biólogos não haviam comprovado a reprodução desta garça nos manguezais da região.
Surpresa - Mas, recentemente, tiveram uma surpresa. Encontraram o ninhal numa área de
difícil acesso, no interior de uma das ilhas dos mangues, a Ilha Piaçagüera.
Em toda a região, eram conhecidos cinco ninhais, dos quais apenas um constituído por
garças-brancas-pequenas, garças-brancas-grandes, socós-dorminhocos e socós-caranguejeiros.
O mais interessante é o fato deste ninhal ser excluído das maguaris, sendo que normalmente esta
espécie se reproduz juntamente com outros tipos de garças e aves pernaltas, conforme já observado no pantanal matogrossense.
"Este ninhal nos chamou a atenção por ser formado apenas de garça-maguari e também por ser o único
conhecido em todo o Litoral do Estado de São Paulo", diz o biólogo Robson. A reprodução destas garças é totalmente independente das outras, tanto
nos aspectos de área como na época utilizada.
Enquanto as demais espécies de garças, socós e guarás se reproduzem no final do ano, nas estações
da primavera e verão, a maguari se reproduz no inverno. Os biólogos encontraram cerca de 24 ninhos por temporada, sendo que em média a postura é de
dois ovos de cor azul clara para cada ninho. Subir nestes ninhos não é tarefa fácil para os pesquisadores, pois estão sobre árvores em alturas
variando entre 10 e 18 metros e normalmente em galhos secos.
Os principais predadores, neste período, são os urubus e carcarás, que atacam os ovos e filhotes
pequenos. |