HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - JUDIAS
As polacas e seu cemitério cubatense (8)
A história do Cemitério Municipal começou em 1902
A história do Cemitério Municipal de Cubatão remonta a julho de 1902 e a um outro local, o sopé
da Serra do Mar, numa área hoje ocupada pela Refinaria Presidente Bernardes. Faz parte dessa história a criação do cemitério israelita, onde eram sepultadas as chamadas polacas, e a transferência dos despojos para o
novo local, no Sítio Cafezal, feita de 1951 a 1953, para que sua antiga área fosse usada na expansão do Polo Industrial. Essa transferência, por sua vez, deu origem a uma lenda municipal, a da procissão dos mortos, em noites
escuras. Em outubro de 2014, a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura divulgou comunicado à Imprensa, com o expediente do Dia de Finados,
oportunidade em que foram atualizadas informações sobre o cemitério:
30/10/2014
Finados: trânsito e expediente
CMT dará atenção especial ao Sítio Cafezal neste domingo
Cerca de 30 mil pessoas, de mais de quatro mil famílias, são esperadas para visitação aos 25.600 sepultados no Cemitério Municipal de Cubatão, nos próximos sábado (1) e domingo (2) de Finados. O
funcionamento das instalações será das 7 às 17h30, com reforço no plantão de atendimento para informações sobre a localização das campas.
A Companhia Municipal de Trânsito de Cubatão (CMT) organizará um esquema especial de trânsito no Sítio Cafezal, bairro onde fica localizado o Cemitério Municipal, para o próximo domingo: desde as primeiras horas da manhã, agentes da CMT estarão
organizando o trânsito da região.
A empresa recomenda que as pessoas evitem ir de automóvel para o Cemitério, devido ao número pequeno de vagas para estacionamento. A região do Sítio do Cafezal é servida pelas linhas 3, 7, 8, 9 e 13 do Transporte Coletivo e 6 do Alternativo. Outras
linhas passam pela Avenida 9 de Abril, distante cerca de 600 metros do Cemitério.
Histórico - Existente desde 1953, quando terminou a transferência desde as instalações antigas no sopé da serra, o cemitério tem capacidade para 10.097 gavetas e 1.460 campas, recebendo em média 800 sepultamentos por ano. Antes de 1953,
situava-se no sopé da Serra do Mar, em área que a partir de 1951 começou a ser ocupada por instalações da Refinaria Presidente Bernardes Cubatão (RPBC). Da primeira metade do século XX, o chefe da administração do cemitério, Eduardo Barboza Santos,
guarda em uma caixa de madeira as folhas do primeiro livro de registros de sepultamentos, que espera ver um dia restaurado pelo valor histórico das informações nele contidas.
Além das campas visitadas por familiares, há uma que se destaca pelo número maior de visitantes: a campa 853/solo 91, de Helena Valéria de Oliveira (nascida em 26 de julho de 1969 e falecida em 2 de julho de 1973), que recebe muitos presentes como
balas, flores e brinquedos como agradecimento por graças alcançadas. Logo na entrada, estão as campas do primeiro prefeito de Cubatão, Armando Cunha (campa 4/solo 1) e do ex-prefeito José Rodrigues Lopes (campa 1.198/solo 126). Já o ex-prefeito
Abel Tenório e o escritor cubatense Afonso Schmidt, muito citados pelos visitantes, não foram sepultados em Cubatão (Abel foi sepultado no Cemitério da Filosofia, em Santos, e Afonso Schmidt no cemitério do Araçá, na capital paulista).
Manutenção - Tombado em 25 de agosto de 2010 pelo Patrimônio Histórico, o Cemitério Israelita é um dos raros desse tipo no Brasil, e embora haja interesse em visitá-lo, no momento está fechado, aguardando as gestões que a Prefeitura vem
fazendo junto à entidade responsável pela sua preservação, a Chevra Kadisha, para que ele receba a manutenção necessária.
A Companhia Cubatense de Urbanismo e Saneamento (Cursan) realizou nos últimos dias diversos trabalhos de manutenção em todo o cemitério, preparando as instalações para Finados. Inclusive, a antiga capela central já está em fase final de restauração
e a capela do velório também recebeu melhorias. No domingo serão celebradas três missas na Capela do Cemitério, às 8h, 10h e 16h.
Texto: Carlos Pimentel Mendes - MTb 12.283 |
A capela antiga no interior do cemitério foi restaurada
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
Jazigo da menina Helena Valéria de Oliveira (25/7/1969 - 2/7/1973), muito procurada pelos visitantes por causa de graças alcançadas
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
Jazigo do primeiro prefeito de Cubatão, Armando Cunha, e sua esposa Helena
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
Jazigo familiar do prefeito de Cubatão em 1964/1965, José Rodrigues Lopes
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
Primeira folha do registro de óbitos com sepultamento no Cemitério de Cubatão: primeiros registros são de 1902: em 23 de julho daquele ano ocorreu o
primeiro sepultamento, de um feto, filho de Joaquim Pinto da Silva, nacionalidade brasileira, sexo masculino, morreu ao nascer sem assistência médica
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
Página dupla seguinte do primeiro livro de registros do Cemitério de Cubatão
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em 24 de outubro de 2014
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