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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO: BILLINGS & BORDEN
Revista em quadrinhos conta essa história (3)

Em 1962, a Editora Brasil-América Ltda. (Ebal), da Guanabara, produziu uma edição especial de uma de suas revistas em quadrinhos, com a história dos pioneiros da eletrificação do Brasil, especialmente Asa Billings:

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Na verdade, ainda havia muita coisa a fazer. Foram construídos o canal do Rio Pinheiros e as estações elevatórias que levariam as águas do Tietê, através do canal, até o reservatório do Rio Grande. Também as águas do reservatório de Guarapiranga foram desviadas para o sistema.

Essa fase das obras foi terminada em 1944. Além de sua função principal, a construção do canal de Pinheiros foi abençoada pelos moradores do bairro paulista de Pinheiros, pois acabou com as enchentes do antigo rio. Billings explicou aos jornalistas que, embora o desvio das águas do Tietê para a Usina de Cubatão prejudicasse o funcionamento da Usina do Parnaíba - que também se alimenta das águas desse rio -, para cada quilowatt perdido na Usina de Parnaíba obtinha-se quarenta na de Cubatão, pois a queda d'água é muito maior.

E o sistema foi crescendo, à medida que uma maior quantidade de água era lançada do alto da Serra do Mar para as turbinas da Usina de Cubatão. Hoje, ela dispõe de uma seção subterrânea (construída depois que Billings se afastou), e a sua capacidade total de produção de energia é de mais de 800 mil quilowatts.


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O crescimento de Cubatão, entretanto, tem obedecido sempre ao sistema introduzido por Billings. A Serra do Mar, domada pelo homem, serve como um trampolim do alto do qual se lança a torrente dos rios do Planalto, que, transformada em cavalos-vapor, volta a todo o galope para o altiplano, a fim de iluminar as casas e as ruas e fazer mover as engrenagens da Indústria paulista.

Entretanto, não era apenas São Paulo que crescia. O Rio de Janeiro também se desenvolvia e logo ficaria bem claro que necessitaria de cada vez mais energia elétrica. Copacabana ainda era uma praia isolada, onde os ricos construíam seus palacetes... Mais tarde, tornou-se uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, e a Zona Sul da cidade, sozinha, poderia ser considerada a terceira cidade do Brasil.

Já em 1930, fora necessária a instalação de um terceiro gerador na Ilha dos Pombos, seguido por outros dois (o último em 1949). Mas não bastava ampliar a Usina dos Pombos... era necessário modernizar e ampliar a Usina de Ribeirão das Lajes. Billings propôs que fosse instalado ali um novo gerador, de uns 35 mil quilowatts. Mas sabia que isso não seria suficiente: precisava-se de mais água para gerar mais energia.

Segundo os planos de Billings, foi aumentado o reservatório de Ribeirão das Lajes: duplicou-se a altura da barragem, abriu-se um novo túnel ligando o reservatório aos túneis de adução de água e, graças ao aumento do volume d'água, foi possível a instalação de mais dois geradores de 35 mil quiowatts. Dessa forma, a potência da usina passou a ser, em abril de 1947, de 167 mil quilowatts.

Todas essas obras ampliaram significativamente o potencial de energia à disposição do Rio de Janeiro, Mas, ainda em 1927, Billings sentira a necessidade de aumentar ainda mais esse potencial. Hyde sugeriu que se construísse uma barragem no Rio Paraíba, próximo à cidade de Barra do Piraí. Daí, a água seria conduzida, através de várias estações de bombeamento e canais, até o alto da Serra, de onde seriam lançadas, em tubos adutores, até geradores instalados em Fontes - algo semelhante ao que foi feito em São Paulo.

Esse projeto só foi aprovado pelo governo federal em 1945. As obras foram iniciadas imediatamente. O projeto utilizou uma usina subterrânea, que tomou o nome de Nilo Peçanha - a primeira usina hidrelétrica subterrânea da América. Em dezembro de 1952, lá foram instalados dois geradores de 35 mil quilowats.

Essa foi a obra de Billings nos vinte e sete anos que passou no Brasil. Quando aqui chegou, em 1922, a potência de energia instalada no Rio e em São Paulo ia a cerca de 90 mil quilowatts. Quando nos deixou, em 1949, a potência instalada em São Paulo era de cerca de 500 mil quilowatts e, no Rio, perto de 350 mil quilowatts.

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