O Jardim Real surgiu em julho de 2008, como
denominação escolhida pelos moradores para o conjunto habitacional erguido no Bolsão 9 para receber as 160 famílias
residentes no núcleo extinto do Jardim São Marcos. Em 25 de junho de 2008, esta matéria foi distribuída
aos veículos de comunicação pelo Departamento de Imprensa da Prefeitura de Cubatão:
Cidade
Jardim São Marcos
começa a desaparecer. E surge o Jardim Real
Mudança das famílias foi iniciada nesta
quarta-feira (25/6)
"Nem parece que é real!" – A frase proferida
por Deisiane da Costa Silva, enquanto via seu barraco no Jardim São Marcos sendo demolido e – depois de tanta expectativa – enfim sua mudança ser
feita para o novo conjunto habitacional que os moradores resolveram denominar de Jardim Real, representa um marco divisor entre duas realidades:
desaparece a favela situada num enclave do Pólo Industrial de Cubatão, e surge um novo núcleo residencial, para receber esses moradores. Na vida de
cada um, é também um marco, pois representa a passagem para uma nova realidade, um novo padrão de vida, mais digno.
Essa mudança, simultânea com a extinção da
antiga favela, começou a ser feita nesta quarta-feira (25/6), e a cada dia (até se completar a remoção de todos os residentes no Jardim São Marcos,
prevista para 3 de julho) novos grupos de moradores serão transferidos para o novo núcleo, situado junto ao Jardim Nova República, na intersecção
das rodovias Anchieta e Imigrantes. O objetivo é transferir 18 famílias por dia, e para isso a Prefeitura disponibilizou seis caminhões.
Detalhe: as chaves, Deisiane recebeu
simbolicamente no dia 20 de maio, entregues em Santos pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (o governo federal participou com R$
5,4 milhões, por meio do Programa Habitar Brasil, e a prefeitura cuidou da doação do terreno e da regularização fundiária, além de investir na obra
R$ 5,3 milhões).
Há oito anos, Deisiane (24 anos de idade,
doméstica) morava num barraco de três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, com o marido Romualdo Domingos da Silva, os filhos Rômulo
(2 anos) e Nataly (4 anos).
Aliviada pela realização de um sonho, disse
que sair dali representava "uma total mudança de vida". Tanto, que nem teve tempo de sentir tristeza pela demolição de sua antiga casa: "A alegria
que eu estou sentindo é bem maior. Eu iria só na segunda-feira, e quando soube que poderia mudar já, tratei de pedir pro meu marido arrumar um
carreto, para mudar hoje mesmo, não vejo a hora de chegar lá".
Romualdo (31 anos de idade, porteiro),
comentou, enquanto ajudava a destruir o antigo barraco: "Estou muito feliz, sei que esta mudança é uma grande bênção para a vida da gente. Quero
ajudar a enterrar este passado. Passamos momentos bons aqui, mas não posso negar que foram dias de dificuldade, sofri muito com a minha família, nem
sei quantas vezes tive que reformar esse barraco com madeirites novos. Agora é tudo novo, vida nova: joguei no lixo o sofá velho, a mesa da sala,
quero tudo novo!"
Pouco depois, já em seu novo endereço, ambos
voltaram a mostrar seu contentamento com a nova moradia, que tem dois quartos, sala e uma cozinha já adaptada com um tanque, que servirá como área
de serviço. Aliás, antes da mudança, com autorização da CDHU, o casal já havia feito algumas alterações, com a escolha de outra cor para a pintura
das paredes, e aplicação de cerâmica no piso de todos os cômodos.
Flexibilidade
– Essa é uma nova característica nas obras habitacionais públicas, que já pode ser observada neste núcleo residencial: todo um trabalho de
preparação vem sendo feito, para que a transição para um novo padrão de vida seja melhor assimilada, com a mudança de hábitos e a adaptação ao novo
local de moradia.
Uma série de palestras tem sido feita com os
moradores, por exemplo, para decidir sobre a destinação dos mais de duzentos animais domésticos criados por eles, inclusive cavalos, vacas, galos e
porcos. Também houve a preocupação de criar condições culturais para a mudança do padrão de vida, com o oferecimento de cursos profissionalizantes e
de geração de renda, e a conscientização sobre novos direitos e deveres da vida em condomínio.
O próprio projeto habitacional previu áreas
para o lazer e também espaço para comércio (bares, mercearias, quitandas), de forma a que os moradores que já atuavam nesses ramos de atividade
possam continuar exercendo-os. E o Consórcio Galvão-Terracom, responsável pela obra, está entregando a cada uma das 160 famílias um Manual do
Proprietário, informando sobre regras de como viver em condomínios, uso adequado de espaços e áreas comuns, prevenção de acidentes domésticos,
descarte de lixo e outros assuntos do gênero. O conjunto habitacional recém-construído dispõe de oito blocos de apartamentos, com 20 unidades cada
um.
Festa – No dia 1º de julho, a partir das 10 horas, está programada uma festa de boas vindas aos moradores, no novo núcleo, com uma manhã repleta de
atividades recreativas para toda a comunidade.
Departamento de Imprensa - 25/6/2008
20080625-Sohasp-JardimSMarcosMudanca-CPM.doc – Zanza 2
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