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Forte São João da Bertioga – Entrada Principal
Foto publicada na página 16 do livrete
Forte de São João da Bertioga
(Antigo Forte de São Tiago)
BERTIOGA – 1531 – Bertioga tem lugar marcante na história do Brasil, desde a primeira passagem de Martim Afonso de Souza, que ali aportou em 1531, antes de se fixar em S. Vicente no ano de
1532, iniciando o surto de civilização, que, ultrapassando o planalto, tornou possível a formação do país.
JOÃO RAMALHO – 1532 – Já existindo um início de colonização, Martim Afonso de Souza envia João Ramalho com alguns homens armados a Bertioga, para verificarem a possibilidade do estabelecimento
de uma fortificação, como principal defesa às invasões dos Tamoios, que, vindos de Iperoig e Maembique, atuais Ubatuba e S. Sebastião, atingiam pelo canal a novel vila de S. Vicente.
IRMÃOS BRAGA – 1532 – Com João Ramalho, entre outros portugueses, estava Diogo de Braga, personagem proeminente na formação e defesa da Bertioga, juntamente com sua mulher indígena e cinco
filhos, e que são os primeiros colonos citados nominalmente por diversos historiadores, acordes em reconhecer seus esforços na construção da primitiva paliçada, no desenvolvimento de uma fazenda, com a principal cultura da cana-de-açúcar e na
defesa do núcleo nascente aos assaltos dos ferozes silvícolas.
FORTE DE SÃO TIAGO – 1547 – Após terrível carnificina, a que escaparam apenas 8 cristãos, ficou positivada a necessidade da construção de um forte que pudesse oferecer maior resistência aos
ataques inimigos, e, assim, foram os Irmãos Braga que, unidos aos sobreviventes e a novos colonos, levantaram as fundações do Forte de São Tiago, no mesmo local da primitiva paliçada.
FORTE DE SÃO FELIPE – 1550 – Por ordem real, cumprida por Braz Cubas, foi construída do outro lado do canal da Bertioga, na Ilha de Santo Amaro, uma casa forte – que tomou o nome de São
Felipe.
HANS STADEN – 1550 – Essa primitiva fortaleza teve como condestável o artilheiro alemão Hans Staden, contratado pelo governador-geral Tomé de Sousa. Os dois fortes, São Tiago e São Luís, com
seus fogos cruzados, em muito auxiliaram a defesa da incipiente colônia, impedindo as incursões pelo canal da Bertioga.
RECONSTRUÇÕES – 1557/1560 – No ano de 1557 foi a Fortaleza de São Tiago reconstruída, reforçada e ampliada, trabalhos de que se incumbiu o fidalgo português Antônio Rodrigues de Almeida,
almoxarife da Capitania, e, nesse mesmo ano, determinou o capitão-mor Jorge Ferreira, governador da Capitania, fosse reconstruído o Forte de São Felipe, ordem que somente foi cumprida no ano de 1560.
ARMISTÍCIO DE IPEROIG – 1563/1564 – Partindo de Santos e com escala na Bertioga, os abnegados padres Nóbrega e Anchieta, em expedição custeada e acompanhada por um dos irmãos Adorno, seguiram
para Iperoig, para tentar a pacificação dos tamoios, tendo lá ficado como refém o padre José de Anchieta, que conseguiu, pela sua fé e força moral, a paz almejada.
FUNDAÇÃO DO RIO DE JANEIRO – ESTÁCIO DE SÁ, ANCHIETA, NÓBREGA, ADORNOS – 1565 – Em 1565, após missa rezada pelo padre Manuel da Nóbrega, a chamado e em auxílio de Estácio de
Sá, partiram da Bertioga o apóstolo José de Anchieta e os irmãos Adornos, que forneceram diversas naus e embarcações a remo e suas respectivas tripulações cristãs e indígenas, possibilitando, em união com as forças vindas de São Vicente e da Bahia,
a primeira retomada do Rio de Janeiro.
SEGUNDA EXPEDIÇÃO – 1567 – Em 1567, novamente partem eles da Bertioga, muito melhor aparelhados em naus, embarcações e homens, e apoiam decisivamente Mem de Sá e Estácio de Sá na luta pela
posse definitiva do Rio de Janeiro, tendo sido preponderantes os esforços desses pioneiros e particularmente do padre José de Anchieta, na expulsão dos franceses e seus aliados.
ARTILHARIA – 1760/1761 – Foi o Forte de São Tiago provido de novo armamento, representado justamente, entre outras peças, pelos 3 históricos canhões, remanescentes da época.
FORTE DE SÃO LUÍS – 1765 – Em 1765 foi o Forte de São Felipe reconstruído e ao mesmo tempo mudado o seu nome para São Luís, em homenagem ao governador d. Luís Antônio de Sousa.
FORTE DE SÃO JOÃO DA BERTIOGA – 1765 – A mudança do nome do Forte de São Tiago para o de São João da Bertioga teve a influência da capela erigida a este santo, quando de reformas procedidas na
casa da guarnição do Forte.
GUARNIÇÃO – 1772 – No ano de 1772, contava a Fortaleza de São João da Bertioga com uma guarnição completa, de onde eram tirados os destacamentos para São Sebastião e Ubatuba.
PLANTA DO FORTE – 1817 – A mando do conde da Palma, governador da Província, esteve na Bertioga o oficial Rufino José Felizardo e Couto, que nessa ocasião levantou a planta que vemos a
fls. 17, e em seu relatório, depois de estudar as províncias para reforma e ampliação do quartel do Forte, faz referência ao armamento existente dizendo textualmente: "Acham-se neste Forte 9 bocas-de-fogo, todas de ferro fundido,
desta só achei 3 que ainda poderão servir, a saber, duas de calibre 9 e uma de calibre 6, que é a melhor…"
RESTAURAÇÃO – 1945 – Em 1945 foi a Fortaleza de São João da Bertioga restaurada pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, consolidando-se suas bases ameaçadas e seus
baluartes.
MUSEU JOÃO RAMALHO – 1962 – Em virtude de entendimentos do Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga com a benemérita Diretoria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, superiormente dirigido pelo dr. Rodrigo Mello Franco de Andrade, foi procedida a completa reforma da Casa do Forte, possibilitando em vista do acordo firmado a instalação do Museu João Ramalho, que perpetuará as glórias do nosso
passado.
Celso Corrêa Dias
Diretor secretário
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Planta do Forte São João da Bertioga em 1817 (vide nº 24 do catálogo). Nota: na restauração procedida em 1961 pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (D.P.H.A.N.)
coadjuvada pelo Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga, não foi possível recompor na íntegra as ruínas do forte, de forma a refazer esta planta de 1817, o que se espera realizar em uma segunda etapa, quando da obtenção de novos recursos.
(N.E.: na verdade, nº 23)
Foto publicada na página 17 do livrete
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