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BAIXADA SANTISTA/temas - A QUESTÃO PESQUEIRA
Capítulo 2

 
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O "Diamante de Porter" em estudo exploratório multicaso no setor pesqueiro exportador de Santos

João Ribeiro Natário Neto


Capítulo 2: O Diamante de Porter

O Diamante de Porter (1993) apresenta-se como uma solução esquemática na forma de um diamante lapidado que une pontes ou fatores responsáveis pela criação de vantagens competitivas para uma indústria, uma nação ou uma região (AMARAL FILHO, 1999) conforme Figura 3.


Figura 3 - Determinantes da vantagem nacional
Fonte: PORTER (1993, p. 88).

O senso comum permite a um cidadão estabelecer a relação entre determinado tipo de indústria e o país considerado número um em termos de competitividade mundial, porém identificar as bases que sustentam a estratégia de competitividade de determinado país para com a indústria local vai depender de uma análise metodológica mais apurada, através de indicadores previamente identificados e validados como é o caso dos determinantes da vantagem competitiva nacional estabelecidos por Porter (1993, 1999).

Essas questões têm raízes fincadas na capacidade da indústria de inovar e se aperfeiçoar, de agir em tempo, como resposta a um estado contínuo de mudanças; têm também uma estreita ligação com a política governamental desses países e em se tratando de empresas multinacionais, é importante considerar o papel dos países sede, quanto ao incentivo à melhoria competitiva e à inovação. Estabeleceu, ainda, quatro determinantes para a indústria em um país, denominado como "Diamante de Porter" (PORTER, 1993), que definem o ambiente que favorecerá ou dificultará a criação da vantagem competitiva:

Condições de fatores
Condições de demanda
Indústrias correlatas e de apoio
Estratégia, estrutura e rivalidade entre empresas

No determinante "condições de fatores" são considerados importantes para a vantagem competitiva a capacidade dos recursos humanos, a estrutura local existente para a geração e gerenciamento de conhecimentos, os recursos de capital para financiamento da indústria e infra-estrutura.

Considerando que os recursos humanos especializados e os recursos de conhecimento são as duas mais importantes categorias destes fatores, e que estas são passíveis de contínua depreciação, a manutenção da vantagem competitiva da indústria, neste particular, necessita de estrutura de renovação constante para manter-se. Para a análise deste determinante Porter (1993) ressalta a importância de se comparar o custo absoluto de cada fator com os custos produzidos pelos rivais estrangeiros.

Com relação às "condições de demanda" o enfoque é mais quanto à qualidade da demanda interna do que a quantidade. Os dados quantitativos da demanda são importantes porém, refere-se neste trabalho, à exigência dos compradores, grande responsável pela aceleração dos processos de inovação, criatividade, agilidade e aumento da produtividade das empresas. Quanto mais sofisticada for a demanda interna mais possibilidades terá a indústria local de satisfazer às necessidades futuras dos compradores de outros países.

A obtenção da vantagem competitiva precisa, também, contar com uma estrutura competente de fornecedores e distribuidores, o que Porter (1993) denomina indústrias correlatas e de apoio, capazes de competir internacionalmente. Tudo o que é tratado nesta pesquisa para a indústria fim, considera, necessariamente, as indústrias de apoio existentes.

O quarto determinante, "estratégia, estrutura e rivalidade entre empresas" pode ser considerado o grande provocador do ambiente competitivo. A disputa pelas fatias do mercado interno impulsionam fortemente as empresas a se prepararem e se capacitarem a competirem internacionalmente. É aqui que se identificam importantes diferenças nacionais da indústria quanto a suas estratégias e práticas administrativas capazes de torná-la importante no mercado internacional. Interfere significativamente neste determinante a cultura local quanto às relações interpessoais, de capital e trabalho, normas sociais etc. (HOFSTEDE, 1997).

A política governamental também possui grande importância neste ambiente de competitividade, podendo facilitar ou dificultar que determinado ramo da indústria tenha êxito nos processos de internacionalização (IMD, 2001). Um exemplo é o tratamento dado à política cambial, que afeta, diretamente, a captação de recursos externos para o desenvolvimento da indústria, bem como as operações de importação e exportação (OHMAE, 1999).


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