Mesmo já contabilizando muitos sucessos na localização de crianças desaparecidas e solução de situações de maus tratos (e até de trabalho escravo infantil), a Internet continua dependendo da boa vontade de cada um para que - talvez, um dia - se chegue ao pleno cumprimento de tudo o que dispõe a Declaração Universal dos Direitos da Criança.

Aliás, o texto da declaração, que completa seu décimo aniversário em novembro, está disponível no site especial La Juventud Opina (em espanhol), com imagens e exemplos, além das opiniões dos internautas sobre esses temas. No Brasil, a Unicef também tem um site.

No dia 12 de dezembro, haverá um Dia Internacional de Rádio e Televisão em Favor das Crianças, "dedicado a destacar a maneira com que se pode canalizar a energia das crianças para mudar o mundo, e criar desta forma as novas sociedades do século vindouro", como relata o site principal da Unicef, com versão em espanhol. A propósito, o relatório "Estado Mundial da Infância 1999", citado naquela página, adverte que enquanto cerca de um bilhão de pessoas (a sexta parte da humanidade) continuarem sendo analfabetos funcionais, a prosperidade e a paz do mundo continuarão ameaçadas: "Proporcionar educação para todos custará somente US$ 7 bilhões adicionais, menos do que os Estados Unidos gastam todos os anos em cosméticos ou a Europa em sorvetes".

Outro endereço na Internet sobre os problemas infantis é The Hunger Site, sucesso de marketing pela proposta inovadora (tão inovadora que precisou incluir uma declaração das Nações Unidas de que o sistema funciona mesmo): basta você, internauta, clicar na página para que os patrocinadores contribuam, em seu nome, para a redução da fome no mundo. Na primeira página do site, um mapa-mundi vai mostrando como, a cada 3.6 segundos, uma criança morre de fome em algum país. A legenda explica que três quartos das mortes são de menores de cinco anos de idade. Inaugurado em 6/1999, o endereço tem feito sucesso principalmente no Brasil: os brasileiros são o segundo maior país em número de doações através dos cliques na página.

Desaparecidos – Outro grande problema tem sido o de crianças desaparecidas ou vítimas de maus tratos, raptadas ou mortas. Existem diversos endereços na Internet com a descrição dessas crianças, o que já permitiu a solução de vários casos.
A Polícia Civil de São Paulo tem uma página um tanto escondida em seu site, com fotos de crianças desaparecidas e ligações para outros endereços nacionais e para o site canadense Missing Children. Outro endereço importante é o do Centro Brasileiro para Crianças Desaparecidas e Vítimas de Abuso, também conhecido como S.O.S. Criança, um serviço da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Entre as histórias de sucesso de crianças que voltaram para casa estão a de Mônica Cassiano do Carmo, que esteve trabalhando como doméstica em Santos e retornou à sua casa na capital paulista, e do adolescente Gutemberg Dias Martinho, cuja família foi em março localizada em Praia Grande.

Os dois Pedrinhos – Talvez um dos endereços mais conhecidos entre os de crianças desaparecidas seja o site "Onde está Pedrinho?", sobre o menino Pedro Rosalino Braule Pinto, que nasceu em 20 de janeiro de 1986 em Brasília e foi seqüestrado ainda no hospital, com apenas 12 horas de vida.

Mas há outro Pedrinho buscando ajuda, através de correntes de e-mail e de página Web, como Informática citou em 29/12/1998: o menino Pedro Poggetti Lopes Gonçalves, da capital paulista, sofre desde 1990 de uma doença não diagnosticada, causadora de convulsões durante o sono. Os pais, Liane e Manoel, vêm procurando pela Internet quem conheça casos semelhantes (a página tem toda a descrição do problema) ou formas de tratamento, pois todos os exames feitos nada acusaram.

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