CINEMA
Tron foi pioneiro no uso
da computação
Produzido
em 1980 pelos estúdios Disney, o filme Tron é considerado
o marco de entrada do computador no cinema, por ser o primeiro filme a
ter seqüências inteiras feitas totalmente em computador. Os
objetos em cena são criados em wire frame, a chamada "tela
de arame", com o formato básico da peça ou pessoa, com atribuição
de efeito tridimensional (em que o objeto é rodado em torno de um
eixo, recebendo as coordenadas de profundidade, seguindo-se a renderização
(atribuição de efeitos de luz, sombras, cor e texturas que
revestem a "tela de arame" e criam a aparência realística,
como se o objeto ou pessoa realmente existissem). Tudo isso pode ser feito
em programas de computador comuns, como o 3D Studio.
Marcelo Paiva considera, porém,
igualmente importante o filme Guerra nas Estrelas, de 1977, quando
a Industrial Light & Magic dava seus primeiros passos. Nele, a explosão
da Estrela da Morte precisava simular realisticamente a gravidade zero
existente no espaço sideral. O jeito foi pendurar o globo a ser
explodido e filmar de baixo para cima, de forma que na tela parecesse que
os destroços se espalhavam em todos os sentidos, inclusive na direção
do espectador. O filme usou película própria para gravar
de 200 a 350 frames por segundo, dez vezes mais que a média,
permitindo que a explosão original de três segundos durasse
uns sete segundos na tela do cinema.
Já em Jurassic Park,
o efeito foi expandido, agora com o nome Bullet Motion, usando filmes para
12 mil frames por segundo. Muitas das cenas foram filmadas usando-se
o efeito cromakey, em que os atores representam defronte a um fundo
azul cobalto, depois eletronicamente substituído pela imagem desejada.
A televisão usa muito esse truque quando o apresentador explica
as condições meteorológicas sobre um mapa na parede
que vai mudando. Na verdade, a parede é apenas uma tela azul. Por
quê azul? Repare que no espectro luminoso (arco-íris) o azul
cobalto é a cor central, sendo assim a mais propícia a ser
substituída por outra.
A Light & Magic recorreu muito
à miniaturização extrema das maquetes (uma nave espacial
era pouco maior que uma moeda), por ser mais barato produzi-las e porque,
em cena, permitiam passar uma idéia de maior agilidade em vôo.
Já em obras como Matrix, partes da cena são desenhadas sobre
o celulóide do filme, quadro a quadro. Outro truque, de fazer uma
coisa ou pessoa se transformar em outra (popularizado pelo cantor Michael
Jackson no vídeo de Black & White), nada mais é
que o efeito Morph, que muitos programas de computador possuem, entre eles
o Photoshop.
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