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*Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 17/8/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/05/00 11:03:19
CINEMA
Tron foi pioneiro no uso da computação 

Produzido em 1980 pelos estúdios Disney, o filme Tron é considerado o marco de entrada do computador no cinema, por ser o primeiro filme a ter seqüências inteiras feitas totalmente em computador. Os objetos em cena são criados em wire frame, a chamada "tela de arame", com o formato básico da peça ou pessoa, com atribuição de efeito tridimensional (em que o objeto é rodado em torno de um eixo, recebendo as coordenadas de profundidade, seguindo-se a renderização (atribuição de efeitos de luz, sombras, cor e texturas que revestem a "tela de arame" e criam a aparência realística, como se o objeto ou pessoa realmente existissem). Tudo isso pode ser feito em programas de computador comuns, como o 3D Studio.

Marcelo Paiva considera, porém, igualmente importante o filme Guerra nas Estrelas, de 1977, quando a Industrial Light & Magic dava seus primeiros passos. Nele, a explosão da Estrela da Morte precisava simular realisticamente a gravidade zero existente no espaço sideral. O jeito foi pendurar o globo a ser explodido e filmar de baixo para cima, de forma que na tela parecesse que os destroços se espalhavam em todos os sentidos, inclusive na direção do espectador. O filme usou película própria para gravar de 200 a 350 frames por segundo, dez vezes mais que a média, permitindo que a explosão original de três segundos durasse uns sete segundos na tela do cinema.

Já em Jurassic Park, o efeito foi expandido, agora com o nome Bullet Motion, usando filmes para 12 mil frames por segundo. Muitas das cenas foram filmadas usando-se o efeito cromakey, em que os atores representam defronte a um fundo azul cobalto, depois eletronicamente substituído pela imagem desejada. A televisão usa muito esse truque quando o apresentador explica as condições meteorológicas sobre um mapa na parede que vai mudando. Na verdade, a parede é apenas uma tela azul. Por quê azul? Repare que no espectro luminoso (arco-íris) o azul cobalto é a cor central, sendo assim a mais propícia a ser substituída por outra.

A Light & Magic recorreu muito à miniaturização extrema das maquetes (uma nave espacial era pouco maior que uma moeda), por ser mais barato produzi-las e porque, em cena, permitiam passar uma idéia de maior agilidade em vôo. Já em obras como Matrix, partes da cena são desenhadas sobre o celulóide do filme, quadro a quadro. Outro truque, de fazer uma coisa ou pessoa se transformar em outra (popularizado pelo cantor Michael Jackson no vídeo de Black & White), nada mais é que o efeito Morph, que muitos programas de computador possuem, entre eles o Photoshop.

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