Y2K
"Sim, é um grave problema
para a Economia!"
Usando
como referência o livro "A bomba-relógio", de Edward e Jennifer
Yourdon (Editora Campus, São Paulo, 1998), William Kiss destaca
que, ao contrário do que ainda pensam muitos economistas e políticos,
o Bug do Milênio não é apenas um problema de informática,
mas de economia mundial.
Primeiro, por que a quase
totalidade da economia mundial (mais de 95%) é movimentada pelas
pequenas empresas, que sequer têm consciência de como o problema
pode afetá-las.
Segundo, por que a quase totalidade
dos PCs fabricados ainda hoje utiliza o velho RTC de dois dígitos
para o ano, sem falar nos programas ainda não atualizados pelos
fabricantes.
Terceiro, porque as dificuldades
das empresas na correção dos sistemas e, consequentemente,
na manutenção de suas atividades, implica na possível
ocorrência de situações de desabastecimento, caos em
serviços públicos e no sistema financeiro, prejuízos
importantes nas transações comerciais com outros países.
Por exemplo, se os computadores dos
países fornecedores de trigo e petróleo não processarem
as requisições de exportação desses produtos,
haverá falhas de abastecimento no Brasil. Como um petroleiro procedente
dos países árabes pode demorar mais de um mês para
chegar, e nossas reservas são para 30 a 40 dias, quando o problema
for percebido e corrigido pode ser tarde demais para evitar uma crise de
desabastecimento. Até porque será preciso competir com outros
países em situação semelhante.
Falhas nos sistemas de informação,
governo, abastecimento, finanças e transporte, por exemplo, podem
prejudicar grandemente a economia de um país, para não falar
da falência de empresas que dependiam do cumprimento de contratos
com os clientes para sobreviverem. O problema é tão grave
que o governo norte-americano já está programando uma série
de ações de contingência e prontidão contra
efeitos do Y2K, junto com a Cruz Vermelha Internacional e outras entidades.
A propósito, explicou Kiss,
Santos foi uma primeiras cidades escolhidas para suas palestras de conscientização
(junto com a capital paulista) por que grande parte do comércio
exterior brasileiro (em valor) passa pelo porto santista, e se houver falhas
de transporte por causa do Bug do Milênio (decorrendo daí
o descumprimento de datas para o transporte de mercadorias, por exemplo),
toda a economia nacional será afetada. A preocupação
do governo norte-americano é que isso também poderá
afetar a economia estadunidense, já que o Brasil é importante
parceiro comercial daquele país.
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