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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 25/5/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:14:14
Y2K
"Sim, é um grave problema para a Economia!" 

Usando como referência o livro "A bomba-relógio", de Edward e Jennifer Yourdon (Editora Campus, São Paulo, 1998), William Kiss destaca que, ao contrário do que ainda pensam muitos economistas e políticos, o Bug do Milênio não é apenas um problema de informática, mas de economia mundial. 

Primeiro, por que a quase totalidade da economia mundial (mais de 95%) é movimentada pelas pequenas empresas, que sequer têm consciência de como o problema pode afetá-las. 

Segundo, por que a quase totalidade dos PCs fabricados ainda hoje utiliza o velho RTC de dois dígitos para o ano, sem falar nos programas ainda não atualizados pelos fabricantes. 

Terceiro, porque as dificuldades das empresas na correção dos sistemas e, consequentemente, na manutenção de suas atividades, implica na possível ocorrência de situações de desabastecimento, caos em serviços públicos e no sistema financeiro, prejuízos importantes nas transações comerciais com outros países.

Por exemplo, se os computadores dos países fornecedores de trigo e petróleo não processarem as requisições de exportação desses produtos, haverá falhas de abastecimento no Brasil. Como um petroleiro procedente dos países árabes pode demorar mais de um mês para chegar, e nossas reservas são para 30 a 40 dias, quando o problema for percebido e corrigido pode ser tarde demais para evitar uma crise de desabastecimento. Até porque será preciso competir com outros países em situação semelhante.

Falhas nos sistemas de informação, governo, abastecimento, finanças e transporte, por exemplo, podem prejudicar grandemente a economia de um país, para não falar da falência de empresas que dependiam do cumprimento de contratos com os clientes para sobreviverem. O problema é tão grave que o governo norte-americano já está programando uma série de ações de contingência e prontidão contra efeitos do Y2K, junto com a Cruz Vermelha Internacional e outras entidades.

A propósito, explicou Kiss, Santos foi uma primeiras cidades escolhidas para suas palestras de conscientização (junto com a capital paulista) por que grande parte do comércio exterior brasileiro (em valor) passa pelo porto santista, e se houver falhas de transporte por causa do Bug do Milênio (decorrendo daí o descumprimento de datas para o transporte de mercadorias, por exemplo), toda a economia nacional será afetada. A preocupação do governo norte-americano é que isso também poderá afetar a economia estadunidense, já que o Brasil é importante parceiro comercial daquele país.

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