ENSINO
Capacitação profissional
e o novo conceito de empregabilidade
A partir dos anos 80, os próprios
fabricantes começaram a desenvolver cursos
Enilson Moraes Pestana (*)
Colaborador
Nos anos
70 e 80, o único meio de obter uma especialização
na área de tecnologia era participar de cursos, principalmente nos
EUA. Depois, alguns fabricantes liderados pela IBM e pela antiga Burroughs
passaram a trazer seus cursos para o Brasil, mas estes enfocavam apenas
o uso de seu ferramental.
Com o advento da microcomputação,
os fabricantes perceberam que os sistemas de ensino não estavam
acompanhando a demanda do mercado por novas tecnologias, seus cursos não
refletiam a necessidade do mercado e o estado-da-arte de seus produtos.
E isso ocorreu não apenas em países como o Brasil, dito Terceiro
Mundo, mas até mesmo nos EUA.
Com isso, perceberam também
que o mercado passou a atualizar menos suas tecnologias; afinal, mal dominavam
as atuais versões, assim, por quê atualizá-las?
Motivação –
A falta de qualificação profissional, o desconhecimento do
uso e da aplicação das novas tecnologias impediam que o mercado
crescesse na velocidade desejada, exceto os grandes usuários que
podiam investir em capacitação fora do País. Assim,
as novas empresas, lideradas pela Novell, passaram a criar programas de
capacitação profissional, passaram a desenvolver os cursos
em paralelo aos produtos. Algumas passaram a enfocar a tecnologia, outras
estrategicamente continuaram a enfocar o uso e a aplicação
de seus produtos.
A Novell, como empresa pioneira na
criação destes programas, e também como provedora
de soluções em redes, numa época em que reinavam os
mainframes,
precisava criar uma cultura em cima da nova tecnologia. Assim, teve uma
preocupação maior, e seus programas educacionais enfocaram
o uso da tecnologia e, até hoje, seus programas abordam cerca de
70% a conceituação e aplicação da tecnologia
de network computing e apenas 30% sobre como usar seus produtos.
Este enfoque acertado permitiu que
a Novell treinasse milhares de profissionais em todo o mundo. Posteriormente,
empresas como Microsoft, Lotus, HP, Compaq e muitas outras, criaram seus
programas de capacitação. A preocupação atrás
disso tudo é a criação de especialistas, profissionais
habilitados em curto espaço de tempo para atuar no mercado.
Agregada a esta realidade, que não
é novidade, temos a postura da grande maioria de empresas que, em
nome de um novo conceito de empregabilidade, deixaram de investir em treinamento
profissional. Assim, cada vez mais, cabe ao profissional fazer um alto
investimento em sua carreira, assim ficará mais competitivo e mais
valorizado. É isto que temos mostrado ao mercado, através
de dezenas de palestras, a milhares de alunos universitários.
Desafio – O maior desafio
para países emergentes economicamente, como o Brasil, é dispor
de mão-de-obra preparada e qualificada para dar sustentação
ao seu desenvolvimento. Na área de redes e telecomunicações,
onde a atualização tecnológica é muito rápida,
as necessidades são maiores ainda, pois as empresas, independentemente
de seu porte e área de atuação, precisam se automatizar
e estar integradas com o mundo, para serem mais competitivas num mercado
globalizado.
Devido a estas rápidas mudanças
e inovações, as instituições de ensino, por
maior que sejam seus esforços, não conseguem atender esta
demanda e nem manter seus currículos atualizados. Esta é
uma realidade não apenas do Brasil, mas em outros países
como EUA, que buscam profissionais em todo o mundo. Nos EUA são
mais de 190 mil vagas e no Brasil existem mais de 35 mil vagas em aberto
nas áreas de Redes, Internet e Telecomunicações.
Existe uma demanda por profissionais
especializados, que dominem as tecnologias de Network Computing
e Telecomunicações, preparados para a implementação
de soluções que o mercado necessita. Com as recentes privatizações
na área de Telecomunicações no Brasil, a demanda por
estes profissionais tem tido um crescimento maior ainda.
Estas questões levaram os
fabricantes a desenvolver soluções com o objetivo de capacitar
tecnologicamente profissionais, criando programas educacionais que complementam
os ensinos aplicados em instituições tradicionais como escolas
secundárias, faculdades e universidades.
Através dos programas de Certificação
Profissional, o mercado passa a receber o treinamento diretamente de quem
desenvolveu a tecnologia e, mais importante ainda, de forma rápida
e em sintonia com o mercado mundial, ou seja, o treinamento é
lançado junto ou até mesmo antes que o produto chegue aos
usuários. Com isso, esta indústria capacita profissionais
para proverem soluções, ensinando como usar plenamente as
novas tecnologias.
Os títulos de Certified Professional
têm um valor agregado muito grande, pois são reconhecidos
mundialmente, ou seja, em qualquer parte do planeta um profissional certificado
está apto a trabalhar no ambiente em que se desenvolveu.
Cursos – Atualmente, existem
programas de certificação profissional na área de
hardware pela HP, Compaq, 3COM, Cisco, Motorola. Na área de software,
existem programas para especialização e suporte técnico
ou desenvolvimento de sistemas, da Novell, Microsoft, Oracle, Sun e outras.
Na área de Internet, a Novell, a Netscape e a Sun oferecem um programa
completo para formar especialistas em programação e desenvolvimento
de negócios.
A Inbras lidera o segmento de treinamento
em network computing na América Latina e, com base neste
know-how,
criou um programa de Pós-Graduação. Este programa
consumiu 13 meses de trabalho de uma equipe e contou com o apoio de algumas
faculdades.
Com base na experiência em
programas educacionais de certificação profissional da Novell,
Lotus, Motorola e InfiLearning para cursos Microsoft e Sun, foram formatados
três cursos completos de pós-graduação em nível
de especialização: 1) em network computing; 2) em
Internet e e-commerce; e 3) em telecomunicações.
Estes cursos atendem os requisitos
do MEC, e são programas de pós-graduação lato
sensu, a nível de especialização e aperfeiçoamento,
com fundamento na resolução nº 12/83 do Conselho Federal
de Educação, e cursos de extensão universitária,
com duração de 16 meses.
O grande diferencial deste programa,
que o torna único, é a sua formatação e conteúdo.
Todos os materiais utilizados durante os cursos serão os oficiais
de fabricantes como Novell, Lotus, Motorola e Microsoft. O curso será
ministrado por instrutores certificados por estes fabricantes.
Ao final, o aluno poderá fazer
os testes de certificação e receber os títulos destes
fabricantes como Certified Novell Engineer (CNE), Certified Novell Administrator
(CNA), Certified Lotus Professional (CLP), Microsoft Certified Professional
(MCP), Certified Internet Professional (CIP) e de Formação
Cabling Professional (FCP). O aluno estará recebendo sua pós-graduação
e, ao ser aprovado nos testes, receberá as certificações
de empresas que lideram a tecnologia no mundo.
Estas certificações
são fornecidas pela indústria, sendo reconhecidas mundialmente,
pois o mesmo treinamento que o aluno tem neste programa no Brasil é
aplicado em qualquer parte do planeta, usando o mesmo material.
As turmas terão inicio em
3/1999, através da Unimes. As aulas serão ministradas às
segundas e quartas-feiras ou nas terças e quintas-feiras, ou ainda
no sábado em período integral. O aluno poderá escolher
uma das especializações e, para ingressar nestes cursos,
o requisito é a sua formação universitária
em cursos com ênfase em Informática, Administração,
Marketing
e Engenharia.
Além destes cursos de pós-graduação,
os interessados que não possuem ainda uma formação
universitária, podem fazer os programas de certificação
avulsos, e obterem os títulos de CNA, CNE. e MCP.
(*) Enilson
Moraes Pestana () é diretor-presidente da Inbras Centro Educacional.
Os interessados em maiores detalhes podem obter informações
pelo e-mail.
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