HISTÓRIA DO COMPUTADOR
- 56 - O futuro que vem aí
Nanocomputador deve estar pronto
no ano
2011
Um "time
dos sonhos" que inclui ao menos um ganhador de Prêmio Nobel usa a
Web para criá-lo
Nano
significa “muito pequeno”, e se esse prefixo estiver antes de uma unidade
métrica, ela deve ser elevada à potência de 9 negativo.
Pode-se dizer que designa geralmente coisas cujo tamanho está por
volta da milésima parte de um mícron (ou seja, algo como
um milionésimo da espessura de um fio de cabelo), que só
podem ser observadas em poderosos microscópios. Pois é a
esse tamanho que poderá se reduzir a unidade central de processamento
dos computadores dentro de uns 13 anos, se derem certo os planos do chamado
Nanocomputer Dream Team – o Time dos Sonhos do Nanocomputador.
O grupo – que
inclui ao menos um ganhador de Prêmio Nobel - vem trocando informações
via Internet sobre o assunto, formando um groupware, um grupo de trabalho
através da rede mundial de computadores, para desenvolver um computador
que funcionaria através da reunião de átomos e modificação
de moléculas.
Mais de 200
especialistas estão trabalhando em sete grupos de tarefas, designados
por nomes de cores. Darrell Parfitt, que capitaneia o time Vermelho (encarregado
da avaliação de modelos lógicos), explica que “O Nanocomputer
Dream Team é uma organização não lucrativa
via Internet com a missão de construir o primeiro nanocomputador
– ou pelo menos imediatamente o segundo”. Os detalhes estão na revista
eletrônica EE Times, em artigo disponível
na Web.
A matéria
cita também o trabalho da companhia Robodyne Cybernetics, de Londres,
que desenvolve robôs fractais para diversas finalidades (até
para uma missão a Marte
em 2001). Tais robôs são chamados de fractais, porque
- da mesma forma que a arte fractal é feita com pixels em duas dimensões
e uma dessas imagens é composta por grande número de imagens
iguais em escala reduzida (por sua vez compostas por imagens iguais, em
escala ainda mais reduzida) - esses robôs são compostos de
cubos (tridimensionais, portanto), atingindo volumes como um metro cúbico
ou apenas um mícron cúbico (para realização
de microcirurgias oculares).
Da mesma forma
como colocamos uma caixa dentro da outra, e esta outra pode ser colocada
dentro de uma caixa ainda maior, tais cubos podem conter outros, sucessivamente,
pois cada face de um cubo tem seu próprio microprocessador e as
conexões para as outras faces do cubo (ou para as de outros cubos),
além de motores-de-passo que permitem movimentação
para os quatro lados, permitindo que o sistema se reconfigure automaticamente.
Assim, esses robôs podem por exemplo se configurar para formarem
abrigos para vítimas de um terremoto, ou rearranjar suas estruturas
microscópicas (físicas e de computação) conforme
a tarefa a executar e o software carregado.
Congelamento
– Na edição de 14 de abril de 1997, a mesma publicação
cita que cientistas na Universidade de Michigan conseguiram aplicar pulsos
de laser para comprimir os átomos de um cristal, reduzindo a área
por eles ocupada e assim obrigando-os a diminuírem sua movimentação.
O congelamento da movimentação dos átomos foi assim
pela primeira vez conseguido usando matéria sólida, embora
o processo já tivesse sido aplicado a fótons de luz uma década
antes.
Explica o articulista
R.Colin Johnson que esse efeito é importante para tecnologias que
precisem codificar informação em um só componente
(lembre-se que no universo atômico funciona uma outra física,
a Quântica, em que um elemento pode estar em dois lugares ou sob
duas formas diferentes ao mesmo tempo, sendo problemático determinar
sua posição, já que o simples fato de se tentar observar
já altera a posição do elemento atômico – daí
o chamado princípio da incerteza).
Ao se conseguir
praticamente o congelamento da movimentação de partículas
atômicas, pode-se reduzir a níveis irrelevantes esse efeito
de dualidade, estabelecendo-se medidas com grande precisão. Com
isso, torna-se mais fácil emitir ondas de informação
entre os átomos. “Nos desejávamos demonstrar como controlar
a matéria, mais que apenas observá-la”, disse Roberto Merlin,
um dos cientistas da Universidade de Michigan que trabalham no congelamento
em nível quântico, explicando que esse congelamento facilita
a localização da partícula a ser observada, seja um
fóton ou um átomo, já que eles se movimentam menos.
Em termos técnicos,
ele explicou que, num sólido congelado, as flutuações
do quantum oscilam entre um valor abaixo e outro acima do limite quântico
padrão. No estado congelado, as flutuações do átomo
são menores que na situação comum, e assim, pequenas
flutuações significam fraca dispersão de elétrons
e portanto uma transmissão de dados mais rápida. “Mas não
estamos pensando já em como implementar essas idéias em um
aplicativo”, disse ainda. A matéria
prossegue, detalhando como foi realizado o experimento norte-americano. |