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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 27 de janeiro de 1998
Publicado em Novo Milênio em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:47:02
HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 53 - O futuro que vem aí
Bases do sistema foram divulgadas há quatro
anos [N.E.: em 1994]

"Uma combinação de técnicas fotolitográficas e químicas usada para preparar substratos modelados biologicamente ativos, para guiar o desenvolvimento de neurônios em cultura. Um peptídeo sintético, derivado da cadeia B2 da laminina foi quimicamente ligada a uma superfície modelada de silício, para promover o desenvolvimento e orientação de neurônios embrionários do hipocampo de ratos. Em linhas paralelas, os neurônios desenvolveram uma amadurecida morfologia bipolar. Estas superfícies modificadas podem ser um importante elemento dos futuros biosensores e dispositivos protéticos neurais”. 

Com essa linguagem hermética, a Sociedade de Engenharia em Medicina e Biologia (EMBS, da Inglaterra) descreve o artigo assinado por Richard Potember, Mieko Matsuzawa e P.Liese, “Bioactive Surface Modification for Neurite Development”, incluído nos anais da 16a Conferência Internacional da entidade, realizada em Baltimore (EUA) em 1994. Para uma introdução sobre os dispositivos eletrônico-moleculares, vale a consulta à página de Richard Terra.

Página de Richard Terra sobre o tema
Sem cobaias – O artigo “Circuitos nervosos podem substituir testes com animais”, publicado em Chemistry & Industry em abril de 1996 apresenta mais detalhes, lembrando por exemplo que no cérebro existem 10^10-10^12 neurônios (dez elevado à décima ou décima-segunda potência), e eles têm potencial de se conectar com mais de dez mil outras células simultaneamente, o que torna os neurônios poderosíssimos computadores de processamento paralelo. 

A propósito, artigo na publicação eletrônica Foresight Update 6-1, do Instituto Foresight, mostra que o consumo total de energia pelo cérebro humano é de cerca de 25 watts, mas como parte dessa energia não é usada para computação efetiva, considera-se razoável um consumo de apenas 10 watts. 

Os pesquisadores notaram que os campos elétricos afetam as células diferentemente, dependendo da direção do campo aplicado. Um campo aplicado paralelamente à direção do neurônio provoca um grande dano às células. Se aplicado perpendicularmente, tem efeito mínimo. Isso tem conseqüências possíveis no desenho futuro de dispositivos eletrônicos de aplicação médica, como fibriladores e marcapassos, diz Potember: “Nós agora temos um método para estudar a influência dos campos elétricos nas células em um ambiente muito controlado”. Assim, eles podem testar por exemplo o efeito de toxinas como o álcool diretamente nas células nervosas, sem precisar usar cobaias para isso. Esse já é um aspecto positivo colateral das pesquisas ligadas ao computador de neurônios. 

Página do Extropy Institute, de Max More
Ainda assim, o tema já provoca polêmica, pelas implicações possíveis em termos de ligação do cérebro humano diretamente a sistemas eletrônicos de processamento de dados e comunicações. Um grupo de debates na Internet tem seus textos sobre tecnologia de biochip publicados na Web

Outro grupo de debates, Cybermind, tem página na Web, e dele participa, por exemplo, Max More, criador e presidente do chamado Extropy Institute (ExI), que considera o trabalho de Potember e seus colegas como um novo passo no caminho da síntese homem-máquina...