POR DENTRO
DO COMPUTADOR - 12
O ambiente em que o programa vai
funcionar
Os softwares
podem ser divididos em várias categorias de acordo com a forma de
funcionamento: sistema operacional, ambiente etc.
Imagine
um
bolo com diversas camadas. Por baixo de todas, existe uma camada básica,
que sustenta todas as outras. No computador, essa camada é chamada
de sistema operacional. Em seguida, pode haver uma camada conhecida como
ambiente, e então vêm os softwares e seus complementos. Na
essência, é simples, mas ultimamente as coisas têm se
complicado um pouquinho.
Nos anos 60,
começaram a surgir sistemas operacionais como o CP/M, destinados
a facilitar o uso dos computadores, executando diversas funções
básicas. Esses primeiros sistemas eram adequados aos computadores
equipados com processadores de 8 bits, como o Zilog Z80, que estrelou nos
primeiros computadores pessoais, nos anos 70. Lembrando: o chip de 8 bits
conseguia ler oito bits (bit é a unidade básica de informação
do computador, zero ou um; oito bits formam um byte) de cada vez.
Até
recentemente, um computador do tipo PC tinha um sistema operacional conhecido
como Disk Operational System (DOS), que poderia ser o da Microsoft (MS-DOS)
ou o menos conhecido DR-DOS. O MS-DOS teve diversas versões, cada
uma atualizando as anteriores (a última foi a 6.22). O sistema operacional
é o responsável pela tradução dos comandos
em linguagem inteligível pelo computador. Muitos programas eram
escritos diretamente para uso com o DOS, que assim funcionava também
como ambiente de trabalho.
Mas, o DOS
começou a ser insuficiente: era desajeitado com a parte gráfica,
não aproveitava os novos recursos da máquina e obrigava a
que cada criador de programas tivesse de montar uma série de rotinas
para o uso dos recursos do computador. Logicamente, cada programador tinha
seu método de trabalho, as rotinas eram diferentes entre si e de
vez em quando um programa esbarrava no outro, invadindo sua área
de atuação e causando a paralisação total do
sistema.
Os programadores
de jogos sentiram bastante as limitações do DOS, e surgiram
as versões estendidas desse sistema usadas nos principais games
até hoje, como o DOS4. Em seguida, há poucos anos, a Microsoft
lançou o Windows, um ambiente gráfico que, mesmo com todos
os famosos defeitos e erros de programação, conquistou os
usuários. Seus trunfos: o uso do mouse como meio de selecionar trechos
de textos e acionar programas, a possibilidade de ver na tela exatamente
(bem, quase!) o que seria impresso, as novas possibilidades de uso dos
recursos multimídia (som, imagem) e principalmente uma certa padronização,
que deveria ser seguida pelos criadores de programas, para facilitar a
vida dos usuários. Assim, determinados comandos estariam sempre
no mesmo lugar, evitando que o usuário tivesse de decorar uma lista
de comandos para cada programa.
Assim, o Windows
passou a ser um ambiente operacional, embora subordinado ao DOS: sem o
DOS, o Windows não funcionaria, mas certas funções
do Windows poderiam enganar o sistema operacional, agindo diretamente no
disco rígido e acessando os periféricos, de forma a ganhar
a agilidade que o DOS não tinha. Uma das vantagens era a possibilidade
de usar vários programas simultaneamente.
Mudanças
- A partir de 1995, a Microsoft começou a decretar a morte do
DOS, com o lançamento do Windows-95, que era ao mesmo tempo sistema
operacional e ambiente de trabalho, podendo dispensar a instalação
do DOS. Porém, para manter a compatibilidade com os programas antigos,
até que todos eles migrem para o padrão gráfico do
Windows, todo o sistema operacional DOS foi embutido no Windows. O Windows-95
também melhorou o acesso ao disco, permitindo programas em 32 bits
(isto é, aqueles em que as informações são
trocadas com o equipamento de 32 em 32 bits por vez), além dos programas
antigos de 16 bits.
Assim, DOS
e Windows são camadas básicas de operação num
computador PC. Existem outros sistemas menos populares, como o OS/2 da
IBM, para PCs, o System 7 para computadores Macintosh, o Unix (geralmente
utilizado em equipamentos de maior porte, como os de alguns provedores
de acesso à Internet) e sistemas mais especializados para computadores
também mais especializados.
A maioria dos
atuais programas é escrita para uso com um sistema operacional e/ou
ambiente de trabalho, e não deve rodar em outro ambiente (embora
o mesmo pacote possa conter versões para instalação
em vários ambientes). A instalação é necessária,
geralmente, para que certas informações fiquem disponíveis
no computador quando o programa é utilizado, como um arquivo que
registrará a pontuação dos jogadores num jogo, ou
com que partes do sistema operacional o programa deve se ligar. Em alguns
casos, o programa todo será copiado para o disco rígido,
e em outros serão copiados apenas alguns arquivos básicos,
ficando o volume principal de dados no disco de origem (é o que
ocorre geralmente nos programas distribuídos em CD-ROM).
Para
acabar com os problemas de incompatibilidade entre os computadores, estão
surgindo ambientes multiplataforma, em que os aplicativos são iguais,
o ambiente é que se encarrega de fazer a comunicação
entre as instruções do programa e o hardware de cada computador.
Aliás, muitos programas já compartilham dados entre equipamentos
PC e Macintosh, especialmente imagens.
Plug-ins
- Existe ainda uma outra categoria de software que não funciona
de forma isolada, mas depende da instalação prévia
de outros programas, e serve para acrescentar funções a esses
programas. São os plug-ins, que se tornam cada vez mais comuns com
o uso da Internet.
Por exemplo:
para ver as páginas Web na Internet é preciso um software
browser (programa de navegação e busca), como o Internet
Explorer ou o Netscape (entre outros). Em certas páginas ou telas
da Web, existe a possibilidade de clicar com o mouse e ouvir, por exemplo,
uma música ou um trecho de vídeo, ou até mesmo uma
transmissão de televisão direta. Só que os programas
Explorer ou Netscape originais não estão preparados para
isso, é preciso instalar plug-ins que acrescentem essas funções,
como o RealPlayer, o Shockwave, o QuickTime for Netscape. Depois de instalados,
esses programas complementares é que vão permitir ao browser
apresentar o som, o vídeo e outras novidades contidas nessas páginas
Web.
A partir daí,
está sendo desenvolvido inclusive um novo conceito de programação:
o usuário receberia um programa básico e iria acrescentando
funcionalidades na medida em que delas precisasse. Já estão
disponíveis os primeiros computadores de rede (network computers
ou NCs), que levam esse conceito ao extremo: tudo o que o usuário
precisar deve ser obtido através da rede, já que esses computadores,
na sua forma básica, não possuem discos rígidos ou
quaisquer outros meios de guardar os programas para futura reutilização.
Assim, o usuário
de um NC que deseja escrever uma carta deve ligar o computador à
rede, copiar da rede para a memória de trabalho um programa editor
de textos, redigir a carta e depois enviá-la pela rede, para uma
impressora ou diretamente ao destinatário por via eletrônica.
Desligado o computador, se quiser escrever outra carta, deverá repetir
toda a operação. |