POR DENTRO
DO COMPUTADOR - 11
Matemática é que gera
som e cor no micro
Os ouvidos
humanos conseguem captar sons que estejam em freqüências entre
20 Hertz e 20 mil Hertz. Freqüência é o número
de vezes que um sinal (ou impulso) se repete a cada segundo. As freqüências
abaixo
de 20 Hz podem ser usadas para mudar as características dos sons
audíveis, numa técnica chamada modulação.
A nota musical se divide em oito oitavas, cada uma com doze semitons.
Pode-se calcular
a freqüência de cada nota da escala multiplicando um semitom
abaixo dela por 1,0594631. Fazendo essa multiplicação 12
vezes, a freqüência original é duplicada. Portanto, um
computador pode produzir música apenas variando a freqüência
de um sinal, transmitido por um processador específico para essa
finalidade.
Para não
complicar muito: repare nos modernos telefones, que usam sons diferentes,
mais agudos ou graves, para transmitir os números discados (nos
telefones mais antigos, eram enviados pulsos na quantidade necessária
para cada número discado, o nove requeria nove pulsos...). Bem,
a idéia é a mesma. O computador usa dispositivos conhecidos
como osciladores para emitir os sons, de acordo com as instruções
numéricas fornecidas.
Mudanças
- Antigamente, em linguagens como o Basic, era necessário informar
o valor da freqüência correspondente à nota, usando o
comando POKE seguido de um número. Saía uma linha de programação
como
[POKE
36874,219:POKE 36875,219:POKE 36876,219:Poke 36878,7]
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que significava
colocar a nota [La] em 440 Hz no oscilador 1, em uma oitava acima no oscilador
2, em outra oitava acima no oscilador 3 e determinar que os três
osciladores atuassem num volume médio de alcance 7. Isto, num microcomputador
Vic-20, um dos primeiros lançados na Inglaterra, que tinha três
osciladores (trabalhando em freqüências diferentes para cobrir
até cinco oitavas de som).
Depois, outras
linguagens de programação passaram a fazer a conversão
automática, a instrução BEEP 5,9 permitia produzir
a nota lá a 440 Hz (que corresponde a nove semitons acima da nota
dó central) durante meio segundo. Um computador como o de padrão
MSX (lançado no Brasil em dezembro de 1985) aceitava comandos para
produção musical em até três canais de som,
o programador podia digitar uma música no formato
[Play
“DGF#GD06BGAB”,”04B05ED”]
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por exemplo.
A letra A representava a nota Lá, B significava Si,
C
representava Do, E era o mesmo que a nota Fá etc.
Cores -
Trabalho semelhante é feito com as cores. A cor não existe
em si mesma, é apenas a forma como percebemos uma radiação
eletromagnética, com um determinado comprimento de onda. Da mesma
forma que sentimos os sons, também percebemos as cores, apenas que
a imagem nos chega em outros comprimentos de onda.
O que o computador
faz, quando decidimos que um ponto na tela deve aparecer em vermelho, é
enviar um comando para o gerador de vídeo, para que ilumine aquele
determinado ponto com o vermelho. Há uma tabela de cores, que o
computador usa, com informações de como combinar as cores
básicas para produzir alguns milhões de tons, e o processador,
de acordo com as instruções do usuário, escolhe nessa
tabela o padrão de como deverá ser iluminado cada pixel da
tela.
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