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Publicado originalmente pelo autor no caderno Informática 
do jornal A Tribuna de Santos, em 9 de setembro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:30:46
POR DENTRO DO COMPUTADOR - 3
Dispositivos básicos de entrada 

Para que um computador funcione, é preciso que ele receba as informações, e o teclado é, de longe, o dispositivo mais lembrado para dar a entrada nas informações. Mas, há outros: o joystick usado nos jogos, por exemplo, passa informações ao computador, de forma semelhante à do mouse. Um scanner permite digitalizar uma fotografia, uma página de livro, e colocar essas informações dentro do computador, para serem tratadas pelos programas específicos (o software, lembra?). A mesa digitalizadora (uma placa sensível ao toque) converte desenhos feitos sobre ela em informação compreensível pelo computador, de forma parecida com a tela sensível ao toque (touch-screen).

Todos os dispositivos conectados ao computador são pesquisados a cada fração de segundo, quando o equipamento está ligado, para detectar alguma ação (uma tecla pressionada, um movimento do mouse, um toque na tela touch-screen etc.).

Antigo mouse, com um botão apenas

Antigo mouse, com um botão apenasMouse - Nos anos 80, com o surgimento de programas gráficos - como o Windows -, o mouse ganhou força. Seu nome vem da semelhança com um ratinho (o rabo é o fio que o liga ao computador). Ele tem uma esfera do tamanho de uma bolinha de gude, que ao ser movimentada faz com que rodinhas existentes no interior do mouse se movimentem, transmitindo coordenadas de posição ao computador. Geralmente, há duas teclas (a terceira, do meio, caiu em desuso), que servem para marcar um ponto na tela (clicar), conforme o programa que estiver sendo usado no momento.

Nos últimos anos, surgiram outros tipos de mouse: sem fio (envia as informações por sinal infravermelho), track-ball (fixo, em que você é que movimenta a bolinha, em vez de arrastar a base pela superfície da mesa). O joystick é primo do mouse, com funções semelhantes, destinado geralmente ao uso com programas de jogos.

Coordenadas - Uma terceira categoria de dispositivos de entrada inclui as canetas ópticas, as telas touch screen, as mesas digitalizadoras. Todas elas objetivam passar ao computador coordenadas de posição, conforme um padrão definido pelo programa encarregado de processar esses sinais. Como num mapa: pelo cruzamento da posição X (altura) com a Y (lateralidade) do lugar apontado, o computador localiza o ponto desejado e executa as instruções predeterminadas para tal situação. Ou então, como uma sucessão de pontos forma uma linha, pode-se desenhar algo na tela deslocando-se o dispositivo (o que também vale para o mouse e as teclas direcionais...)

Modelo básico de joystick, da Atari

Modelo básico de joystick, da AtariOs quiosques de shoppings e certas máquinas de extrato de banco já possuem as telas sensíveis ao toque, enquanto certas agendas de bolso recebem dados traçados num trecho da tela com um bastão semelhante a uma caneta. Nas lojas de diversões eletrônicas, a pistola usada em tiro-ao-alvo equivale a uma caneta óptica. Com o detalhe de que, nesses casos, o alvo é que atira em direção à caneta ou ao revólver: na verdade, um ponto luminoso que varre seguidamente a tela é detectado por uma fotocélula existente na caneta (ou no rifle óptico) e comparado pelo computador com um padrão de coordenadas, permitindo saber que lugar está sendo apontado.

Imagens - Outra categoria de dispositivos de entrada é a que permite receber imagens. Primeiro foram os scanners, semelhantes a fotocopiadoras, que capturam a imagem e a transformam num arquivo digital que possa ser interpretado pelo software. Na verdade, um transmissor de fax é um tipo de scanner, que “lê” o que está num papel e converte em sinais para a transmissão pela linha telefônica. Por isso, quem tem um scanner e uma impressora ligados a um computador pode dispensar uma fotocopiadora, e quem também tiver um modem ligado à linha telefônica pode dispensar o aparelho de fax, já que as duas funções podem ser cumpridas pelo computador.

Nos últimos dois anos, estão ganhando força as micro-câmaras de vídeo e as máquinas fotográficas digitais, que podem ser ligadas ao computador para que suas imagens sejam processadas e arquivadas na memória, impressas ou transmitidas pelo modem para usuários distantes.

Disco flexível de 8 polegadas, de 1978. 
Foto: Museu da Computação da Universidade de Virginia/EUA

Disco flexível de 8 polegadas, de 1978. Foto: Museu da Computação da Universidade de Virginia/EUAJá foi comentado na edição anterior que da mesma forma podem ser tratados os sons, através das placas de som, dos microfones e dos dispositivos MIDI, que permitem capturar sons (vozes, músicas) e processá-los no computador, funcionando nesses casos como dispositivos de entrada de sinais.

Na verdade, o conceito de dispositivos de entrada e saída de sinais está se perdendo, aos poucos, já que cada vez mais os dispositivos periféricos estão trocando dados com a CPU. São os chamados dispositivos inteligentes: a impressora ou o no-break (aparelho com baterias para suprir a falta de energia elétrica) passam também informações sobre seu estado ou a atividade que estão executando, e já está surgindo até o joystick que “treme” na mão do usuário, conforme o jogo que está sendo disputado.

E a informação também pode vir de outros computadores, através de cabos de rede, modems, disquetes, discos laser etc. (isto é, a informação já estava digitalizada e armazenada em outros equipamentos, sendo apenas transferida para o computador em que vai ser usada). Mas, é história para mais adiante...