Clique aqui para voltar à página inicial  http://www.novomilenio.inf.br/ano97/cpmcom02.htm
Publicado originalmente pelo autor no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos, em 2 de setembro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/20/00 22:30:24
POR DENTRO DO COMPUTADOR - 2
Dispositivos básicos de saída 

Um intermediário que recebe informações, processa e libera em seguida: assim é o computador. A saída das informações é feita por diversos dispositivos que, nessa condição, funcionam de forma passiva, recebendo as instruções do processador. É o caso do monitor, que recebe as imagens geradas; as placas de som, que convertem o sinal digital em analógico para ser ouvido nos alto-falantes ou gravado em outros aparelhos; da impressora, que registra em papel os textos e as imagens gerados no sistema; entre outros dispositivos.

Modelo de monitor multimídia slim lançado em 1997
Modelo de monitor multimídia slim lançado em 1997

Pode-se desligar o monitor, a impressora e até os alto-falantes, que o computador continua funcionando e processando os dados, já que esses dispositivos são apenas usados para se obter o resultado das informações processadas. Só recentemente alguns desses dispositivos começaram a trocar informações, como as impressoras que informam à CPU detalhes do andamento da impressão.

Existem três tipos básicos de impressoras: a matricial é a mais antiga, e ainda hoje muito utilizada quando não há necessidade de impressos de alta qualidade gráfica. Nesse equipamento, uma cabeça com diversas agulhas se move, e conforme o comando da CPU parte das agulhas (ou todas) bate na fita entintada contra o papel, formando as letras e os gráficos. Por isso é que elas são também conhecidas como impressoras de impacto: nelas, pode-se usar papel carbono de máquina para obter cópias do impresso (ou formulários de várias vias, com carbono intercalado).

Surgiram depois as impressoras laser, em que um cilindro recebe estímulos eletromagnéticos, provocando a aderência de partículas de tinta (o tonner). Quando o cilindro passa sobre o papel, a tinta é transferida e imediatamente o papel passa por cilindros quentes, que fazem a fixação da tinta, em processo parecido com o usado nas populares máquinas fotocopiadoras.

Devido ao custo alto das máquinas laser, especialmente as destinadas à impressão colorida (em que vários cilindros são usados, um para cada cor básica), surgiu nos últimos anos a primeira solução intermediária: as impressoras jato-de-tinta (Deskjet, como também são conhecidas, é parte de marca pertencente à fabricante Hewlett Packard). Nestas, a cabeça com agulhas que existia na impressora matricial foi aperfeiçoada, e a tinta de secagem instantânea corre por dentro das agulhas num jato para o papel. Há também alternativas como a de sublimação de cera e outras tecnologias, tanto para impressão em preto como a cores.

Aliás, há suprimentos especiais para as impressoras a laser e jato-de-tinta, como papéis para transferência térmica (que permitem imprimir imagens que depois serão transferidas a quente para camisetas), transparências (para uso com projetores, em apresentações) e uma infinidade de papéis (convites, cartões-de-visita, adesivos etc.).

Para usos específicos, existem ainda as plotters ou plotadoras, em que uma caneta executa traços no papel sob comando do programa, para o desenho de plantas arquitetônicas, por exemplo. Já as impressoras de qualidade fotográfica permitem reproduzir fotos digitalizadas com alta resolução, para uso em painéis. Há também impressoras para corte de vinil, usadas na confecção de faixas e cartazes.

Normalmente, as impressoras usam a chamada porta paralela, um conector que permite a ligação de um cabo em forma de fita fina, com uma série de fios paralelos (daí o nome). Diferente da porta serial, onde os dados são transmitidos em fila, na porta paralela os dados passam lado a lado (como os comandos para cada agulha da impressora matricial impactar o papel).

Cabo paralelo Centronics, geralmente usado na ligação com impressoras Cabo paralelo Centronics, geralmente usado na ligação com impressoras
Cabo paralelo Centronics, geralmente usado na ligação com impressoras

Monitores - Destinados a permitir que os usuários acompanhem o trabalho realizado no computador, substituíram os painéis com lâmpadas usados nos primeiros computadores. Os primeiros monitores foram os de fósforo verde, de pequena definição, e em meados dos anos 80 surgiram os monitores a cores. Nos anos 90, a preocupação ecológica vem determinando o surgimento de monitores Energy Saver (que entram automaticamente em estado de repouso quando não estão sendo usados) e low radiation (que emitem baixa radiação).

Também nesta década surgiram os monitores não entrelaçados, melhores que os entrelaçados (trata-se da forma como a imagem é montada na tela, nos entrelaçados eram substituídas linhas alternadas na imagem vista na tela a cada passagem do feixe de raios, enquanto nos novos modelos todas as linhas são substituídas em seqüência). A nova tecnologia permite reduzir o efeito flicker, em que a imagem parece piscar repetidamente. Também está sendo reduzida a distância entre os pontos da imagem na tela (o dot pitch, que quanto menor valor tiver, significa maior resolução de imagem, portanto maior qualidade). Fácil entender: quanto mais pontos de cor tiver uma imagem num mesmo espaço de tela, mais perfeita ela fica.

Além dos monitores tradicionais, que usam um canhão de raios para bombardear a tela formando a imagem luminosa, estão ganhando qualidade os LCD (Liquid Crystal Displays, monitores de cristal líquido, em que o cristal líquido, entre duas camadas de vidro, sofre alterações conforme estímulos elétricos para formar as imagens. Por não usarem canhão de raios, são monitores finos e mais leves, como os dos computadores portáteis.

Depois do padrão de imagem Computer Graphics Array (CGA), surgiram outros, como o VGA, de melhor qualidade, o ainda atual Super VGA (SVGA) e o novo Ultra VGA (UVGA). Os novos equipamentos também estão permitindo telas maiores sem perda de qualidade, já que a resolução das imagens geradas está crescendo também.

Som, Vídeo, Jogos - Lembradas geralmente como dispositivos de saída (pois convertem o sinal digital em analógico, para envio aos alto-falantes) na verdade, funcionam também como dispositivos de entrada, quando o usuário conecta uma fonte externa de som para que este seja processado no computador. Os músicos, por exemplo, já estão conectando teclados e outros instrumentos na entrada do sinal sonoro, para que este seja editado no computador.

Para isso, eles usam a interface MIDI (Musical Interface for Digital Instruments, ou Interface Musical para  Instrumentos Digitais), que segue um padrão definido para este setor. Esse padrão permite aos programas no computador reconhecerem os sinais emitidos pelo instrumento musical e enviarem comandos que o instrumento possa interpretar como música.

Assim, músicas inteiras podem ser transformadas em arquivos editáveis, tornando-se fácil alterar a forma de execução, timbre, volume etc. Hoje, um músico apenas, com um bom sistema MIDI, pode substituir uma orquestra inteira em certas situações.

As placas de som estão sendo aperfeiçoadas, e desde as primeiras SoundBlaster (marca que se tornou padrão no setor), já existem placas com 64 canais de som simultâneo e até as que possuem memória sampler (para guardar amostras de som dos principais instrumentos, permitindo reproduzi-los com maior perfeição.

Também as placas de vídeo estão se sofisticando, com novas capacidades, como a compressão MPEG (em que os grandes arquivos de vídeo são modificados por um algoritmo que substitui trechos repetidos por códigos, reduzindo seu tamanho sem prejuízo sensível da qualidade). Também estão surgindo as placas que conseguem processar os sinais de vídeo com maior velocidade, graças ao uso de processadores dedicados a essa função, permitindo efeitos mais realistas (e até tridimensionais) em jogos ou formação mais rápida das imagens complicadas usadas em programas artísticos.