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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no CD-ROM do III Salão de Informática de Santos, em março de 1998. O editor de Novo Milênio também foi editor de Porto e Mar do Video Texto de Santos.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:31:58

HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 7a
O videotexto em Santos

No dia 15 de dezembro de 1982, começou a funcionar no Brasil o sistema de videotexto, que permite ao usuário do sistema telefônico conectar um aparelho especial e receber informações diversas num monitor de computador ou num aparelho de televisão. No início, foram utilizados aparelhos adaptadores importados da França - que mantém até hoje um amplo sistema de videotexto, o Minitel, mas a partir de 1983 os adaptadores começaram a ser fabricados no Brasil e, com o lançamento em 1985/6 dos computadores da linha MSX, a Telecomunicações de São Paulo (Telesp), pioneira nacional no uso do videotexto, passou a fazer a locação desses computadores junto com a licença de uso do sistema. Hoje, existem programas para uso do videotexto com microcomputadores da linha PC, inclusive para ambiente Windows.

Devido aos custos inicialmente altos (inclusive por ficar a central na capital paulista, e as demais cidades só terem acesso por ligações interurbanas), o sistema não se popularizou no Brasil da mesma forma como na França e na Inglaterra, entre outros países que criaram serviços semelhantes. Para o fornecimento do conteúdo de informações, a Telesp, como outras empresas telefônicas nacionais, passou a cadastrar centrais particulares de videotexto, que utilizavam um terminal de composição (compreendendo modulador Modem Parks, monitor Matra e drive de disco) para o preparo do material informativo.

Santos teve a primazia de contar com a primeira central de videotexto fora da capital paulista. Ela foi criada pela Associação dos Jornalistas da Baixada Santista, visando fornecer noticiário regional sobre "porto, bares, restaurantes, lazer, turismo, café, esporte, rede hoteleira, utilidade pública, ensino, variedades, pesca, noticiários, cinema, teatro, shows, clubes, pólo industrial, congressos, camping, diversões, economia, meteorologia, banco de dados e outros serviços", conforme comunicado ao público divulgado pela associação em 6 de dezembro de 1982.

A central dos jornalistas de Santos foi batizada com o nome do falecido jornalista Emir Nogueira, presidente do sindicato estadual da categoria, em reconhecimento ao apoio que sempre deu ao desenvolvimento da seção regional do sindicato dos jornalistas. Instalada na sede da delegacia sindical, na Rua Martim Afonso, 101, 6º andar, e com subsede na capital paulista, a central de videotexto funcionou por algum tempo, lutando com dificuldades para a manutenção do serviço, agravadas pela não popularização do sistema videotexto entre os brasileiros, encerrando posteriormente as atividades.

As imagens a seguir são fotos de telas exibidas pelo sistema nos primeiros dias de funcionamento (as telas tinham formato de mosaico, com alguma possibilidade de animação, restrita à baixa velocidade de transmissão - usava-se modems de 75 bps para transmitir e 1200 bps para receber as informações), bem como um exemplo da lauda especial utilizada para a redação dos textos jornalísticos, permitindo calcular com exatidão a quantidade de texto que poderia ser colocada em cada tela do sistema: