HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 8 - O futuro que vem aí
O futuro do computador... e do ser humano
Computador mais genética podem tornar o homem imortal?
Um livro computadorizado, chamado e-book (electronic book,
livro eletrônico), é a resposta que a informática vai dar a quem acredita que o computador acabará com os livros impressos. Como o formato e a
praticidade do livro são insubstituíveis, pelo menos até agora, ele vai continuar existindo.
O planejado E-book
Só
que – de acordo com os cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos – o papel terá implantados na sua trama pequenos
discos (de 30 micrômetros cada um), com a frente branca e o verso preto (sugestão dada pela Xerox), que mudam de posição sob efeito de um campo
elétrico, formando as letras, com qualidade semelhante à da impressão laser.
Na lombada, duas baterias de relógio e uma espécie de driver, onde pode ser encaixado algo parecido
com um cartão de crédito, onde estão os arquivos de texto, cada cartão contendo até o equivalente a dez livros. Na capa, botões para a escolha do título
desejado e um display informando as opções. Assim, você carrega uma biblioteca inteira para a praia, e pode ir lendo no ônibus. Não é ficção, ele já
existe, só que ainda está em testes, apoiados por 41 empresas que participam do projeto. O endereço do MIT na Web é
http://web.mit.edu/.
Este é apenas um exemplo das surpresas que a informática está criando, e que vão
revolucionar muito a relação do homem com o computador. Talvez o caderno de Informática no século XXI seja recebido num equipamento (também
pesquisado pelo MIT) que em instantes se conecta com A Tribuna e imprime a informação. Depois de lido, o papel volta ao aparelho para reciclagem
e reaproveitamento.
Parecidos com os atuais cartões de crédito, os smart cards (cartões inteligentes) poderão
aposentar cédulas de identidade, o próprio papel-moeda e os cheques. Isso já ocorre em algumas comunidades onde estão sendo feitos testes. Se for
vencido o medo de invasão de privacidade dos portadores -, esse cartão pode servir como senha para acesso a computadores e prédios, funcionar como
arquivo ambulante com todo o histórico médico e escolar do usuário etc.
Já existem roupas inteligentes, que mudam de cor ou se tornam mais quentes ou frias com
base em informações ambientais e nas preferências dos usuários. Um chip no sapato pode funcionar como cartão de visitas, trocando com o sapato do
interlocutor os dados básicos dos seus usuários.
Cientistas já se vestem com super-computadores, literalmente. A imersão na realidade
virtual já virou brinquedo de shopping, apesar de essa tecnologia mal ter arranhado as possibilidades de uso (um médico manipulando um robô-cirurgião
via Internet, como se estivesse presente na sala de cirurgia, por exemplo). Um robô do MIT, o Whole Arm Manipulator, apanha no ar objetos que lhe são
arremessados (cuidem-se, jogadores de basquete!).
Sistemas de tradução de idiomas e de reconhecimento de voz e/ou visual estão começando a
incrementar os computadores (o Web Translator, nas lojas santistas, e os programas OCR que estão sendo distribuídos com os scanners, para o
reconhecimento das palavras digitalizadas, são dois exemplos). O programa MS Office-97 já tem um assistente digital que responde a perguntas feitas em
linguagem natural. Os bancos já permitem há alguns anos que ouçamos o nosso saldo bancário a qualquer hora da noite, sem que haja uma interlocutora
lendo as informações ao telefone. O MIT trabalha com sistemas que reconhecem uma pessoa por similaridade de pontos básicos de sua aparência, e o
Exército americano testa um sistema assim, que inclusive reconhece se a pessoa está surpresa, assustada, feliz, triste, com medo, repulsa ou raiva.
Testes em curso podem levar à substituição dos atuais discos rígidos por hologramas ou
cubos de dados. Hoje, podemos num disco laser (como os DVDs que começam a chegar às lojas) gravar informações em várias camadas, lidas por meio da
inclinação do feixe de raios laser. Agora, os cientistas pensam num cubo formado por folhas de uma espécie de plástico duro transparente, contendo
partículas fluorescentes que emitem um fóton de alta intensidade (valendo 1 na linguagem binária) quando atingidas por dois fótons de baixa intensidade.
Um forte raio queima a capacidade da partícula de emitir o fóton, gravando os zeros.
Já a memória holográfica seria obtida pelo alinhamento de micro-cristais, de forma a refletir e
desviar os raios de luz que recebe, criando uma imagem tridimensional feita de pontos vermelhos (o dígito zero) e azuis (o dígito 1). Rolf Henrik
Berg, do laboratório dinamarquês Riso, apresentou em 1996 uma molécula chamada DNO que pode futuramente ser um componente do tal computador
holográfico.
Biologia – O sangue, quando chega ao fígado, é recebido por grupos de células
hexagonais (hepatócitos), que o analisam e se dividem para metabolizar as substâncias nele presentes. Os hepatócitos mais adequados a quebrar as
moléculas de gordura se reúnem numa determinada área. Depois, o sangue sai por uma veia central. A idéia desenvolvida em Liverpool, na Inglaterra, é
usar esse princípio na montagem de um chip, em que cada tipo de dado seria desviado para uma área especializada do chip, em vez de percorrer todo o
circuito, o que significa maior velocidade no processamento.
Já existem protótipos de computadores comandados pelo pensamento. Pesquisadores da empresa
Biocontrol Systems, em Palo Alto (Califórnia/EUA), desenvolvem sensores parecidos com os eletrodos colocados na
cabeça de quem vai fazer encefalograma. Estes sensores interceptam ondas cerebrais geradas por pensamentos básicos como [sim], [não], [esquerda],
[direita], [ligar], [desligar], que permitem comandar os computadores, como é amplamente explicado em seu
artigo na publicação Scientific American de outubro de 1997. Também há equipamentos
comandados pelo movimento dos olhos, pesquisados na Dinamarca.
Solução de problema com o computador de DNA de Adleman
E imagine um computador genético: o
ácido desoxirribonucléico (DNA), o mesmo que define todas as complexas estruturas do corpo humano, pode substituir no próximo século o computador
tradicional. Ele funcionaria pela manipulação de quatro bases, as substâncias timina, adenina, guanina e citosina.
O matemático Leonard Adleman já estabeleceu em 1993 que cadeias grudadas ao seu par valem um e
as “solteiras” valem zero. O código está na enzima que cola os pares: presente vale um, ausente vale zero, e em excesso inverte o resultado (a soma de
duas cadeias casadas resulta em duas solteiras, ou zero). O computador genético teria a vantagem da velocidade, pois a resposta química é instantânea
(como quando misturamos dois líquidos), enquanto os micros atuais precisam efetuar todos os cálculos possíveis e analisar as alternativas de solução,
até encontrar a certa. Falta resolver a forma de ler as microscópicas respostas...
Pense agora num computador em que os dados são transmitidos por luz, em vez de se usar
circuitos elétricos. Um chip comum processa a informação, a diferença é que na saída do chip haveria uma célula de silício especial (chamado III-V,
contendo gálio e arsênio), capaz de brilhar quando recebe impulsos elétricos. Como se fosse uma lâmpada: acesa indica o número binário um, apagada
indica o zero. Fibras ópticas transmitiriam a informação, de forma bem mais rápida e sem risco de interferências elétricas.
E que tal aposentar o código binário? Pode estar vindo aí a linguagem quaternária (base 4), em
que as cores branco, preto, azul e vermelho seriam usadas tanto na transmissão de dados como no próprio processamento interno do chip, o que eleva todas
as velocidades à quarta potência. Está em estudos no Laboratório de Engenharia Elétrica da Universidade de
Stanford, na Califórnia.
Artigo da News Cientist sobre o computador de
neurônios
Encontrado em <http://tamarugo.cec.uchile.cl/~mhorsell/echincho/>
- Acesso em 10/1997
E que tal um computador de
neurônios, como o nosso cérebro? Os neurônios – como os que temos no cérebro - são células capazes de transmitir impulsos elétricos, a partir de
certos estímulos. Richard Potember, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore/EUA, experimentou usar uma cola feita de enzimas para grudar neurônios
numa placa de silício, desenhando os circuitos com uma tinta de enzimas que atrai os axônios (os prolongamentos dos neurônios).
O resultado é um chip que funciona como os atuais processadores, só que usando neurônios como
nosso cérebro. O problema – por enquanto - é que essa é uma rede de comunicação viva, e por isso é preciso renovar a "cola" a cada três dias e manter a
temperatura entre 15 e 25 graus centígrados para que o chip não morra... |