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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática
do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 28 de outubro de 1997
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:28:24

HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 9 - O futuro que vem aí
Imortalidade?

Computador mais genética podem tornar o homem imortal?

Esta é para os filósofos e teólogos discutirem.

Pensamos, logo existimos.

Nossa individualidade, nossa alma, é de certa forma o resultado de todas as experiências que vivemos desde o momento da concepção, mais as informações genéticas transmitidas pelo DNA. Hoje, podemos ver um filme com a imagem e a voz de um artista que já morreu, e reconhecemos essa informação como sendo “ele”. Um computador analisa toda a obra de Mozart e cria uma 42ª sinfonia, que mesmo um especialista não teria como dizer que não foi realmente obra de Mozart. O computador aprende a imitar a arte. Ou seja: mesmo com meios limitados, já conseguimos reproduzir um pouco da personalidade de um artista.

Recentemente, copiamos uma ovelha e criamos Dolly, geneticamente idêntica à original. Cientistas do Projeto Genoma estão mapeando os genes humanos, identificando para que serve cada conjunto de informações contido no DNA. Ao mesmo tempo, existem pesquisadores desenvolvendo um computador de DNA. Robôs já conseguem andar, subir escadas, pegar bolas. Sistemas especialistas rudimentares aplicam técnicas de inteligência artificial e derrotam mestres internacionais de xadrez, como ocorreu neste ano. O que acontecerá quando essas tecnologias convergirem?

Nosso cérebro é um super-computador. Se pudéssemos ter todas essas informações copiadas para algum lugar (talvez para o cérebro de um robô), antes que o corpo morresse, esse fabuloso conjunto de informações não representaria nossa individualidade? E se pudéssemos transferir esse conjunto único de informações para um cérebro e corpo clonados de nós mesmos, indefinidamente, não teríamos na prática adquirido a imortalidade?