HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 18 - O futuro que vem aí
Em busca de Liliput
No
livro "Em busca de Liliput – Uma visão geral e curiosa dos menores países do mundo" (Litteris Editora/Rio de Janeiro, 1997), Luiz J. Gintner faz
um amplo estudo sobre os países imaginários e reais, definindo como micropaís o que tenha menos de mil quilômetros quadrados (incluiu Hong-Kong por sua
situação especial e porque, descontados os chamados "novos territórios alugados" em 1898, seu território fica abaixo daquele limite.
Brasão do Reino de Talossa
Segundo esse autor, micropatrologia é junção das palavras micro (pequeno), pátrio (torrão
natal, pátria) e logia (estudo). Micropatrologista é o estudioso da Micropatrologia, aquele que não se contenta apenas em ler sobre micropaíses
conhecidos, mas que pesquisa e que, "quando descobre, por exemplo, uma obscura República de Tavolara, sente-se recompensado. Essa minúscula ilha fica
nas costas da Sardenha e possui desde 1886 o status de república. Tavolara é desconhecida até pela maioria dos italianos, o que já não acontece com a
República de San Marino, mundialmente conhecida".
Ele relaciona os micropaíses atuais, dentro desse padrão de medida, do Vaticano (0,44 km²)
até São Tomé e Príncipe, com 964 km²: Mônaco, Nauru, Tuvalu, San Marino, Liechtenstein, Ilhas Marshall, Saint Kitts & Nevis, Maldivas, Malta, Granada,
San Vicente & Granadinas, Seychelles, Barbados, Antígua & Barbuda, Andorra, Palau, Cingapura, Santa Lúcia, Barein, Tonga, Micronésia, Dominica e
Kiribati. Para comparação: a cidade do Rio de Janeiro, com 1.171 km², é maior que qualquer um deles.
Sem Internet – Gintner fez ampla pesquisa, relacionando inúmeros casos na
Literatura, na História e na Imprensa, analisando casos como Canudos, Palmares, a ilha de Trindade, o império negro Bem-Te-Vi (no Maranhão) e o enclave
da Ilha de Santa Catarina, só para citar alguns exemplos brasileiros. Ele mesmo nasceu na cidade catarinense de Treze Tílias, antes conhecida como a
comunidade austríaca de Dreizehnlinden, onde o idioma era apenas o alemão, os costumes eram os do Tirol e havia até dinheiro próprio para uso dos
colonos.
Ele só peca por não ter usado a Internet como fonte de suas pesquisas: iria descobrir mais
de 200 micropaíses, centenas dos quais não estão mencionados em sua ampla obra, virtuais ou não. Desconhece, assim, o fenômeno que vem crescendo em todo
o mundo: alguns dos estudiosos ou apenas interessados no assunto passaram da teoria à prática, e estão criando seus próprios micropaíses, aproveitando a
virtualidade real da rede mundial de computadores. |