INFORMÁTICA FÁCIL:
Ligue
seu micro com o mundo... (22)
História e funcionamento
da Internet
O processo
de comunicação entre os computadores através da Internet
parece simples depois de explicado, mas pode dar um nó na cabeça
de quem ainda não teve acesso à explicação.
Vamos lá...
A idéia inicial da Internet
era ser uma forma padronizada pela qual diferentes computadores se comunicassem,
sem que houvesse um centro de comunicações ou que toda a
rede estivesse em funcionamento. Duas vertentes de pensamento convergiram
para isso: a dos militares e a dos cientistas.
Os primeiros, no auge da Guerra Fria
com os países comunistas, queriam uma rede de comunicações
que
não pudesse ser destruída por uma bomba jogada sobre um ponto
centralizador. Caso um dos pontos da rede fosse desativado, os demais precisariam
continuar funcionando normalmente, para atender aos interesses estratégicos
militares e da Defesa Civil. Já os cientistas desejavam uma rede
de comunicações por computador que lhes permitisse trocar
informações sobre as pesquisas em desenvolvimento,
principalmente entre as universidades. Nos anos 70, o uso dessa rede começou
a interessar aos universitários, que desejavam continuar usando
o sistema fora das escolas, o que levou à popularização
da Internet.
Três anos atrás, surgiu
a interface gráfica World Wide Web (Teia de Alcance Mundial, também
conhecida como WWW ou W3), responsável pela explosão da demanda
popular, já que livrou as pessoas de usarem complicados comandos
para acesso aos sistemas. Com a Web, basta um clique no mouse para dar
a volta ao mundo.
Os computadores básicos da
Internet usam o padrão Unix, e para permitir que outros computadores
(tipo PC, Macintosh etc.) pudessem acessar a rede, foi desenvolvido um
protocolo de comunicação, o TCP/IP, que interpreta as informações
recebidas, ao mesmo tempo em que controla as transmissões.
Tijolos - Cada arquivo de
texto, de som, de imagem, de programa, que precisa ser transmitido pela
Internet é dividido em pedacinhos, como uma parede e seus tijolos.
Durante a transmissão, cada tijolo recebe um número que o
identifica entre todos os outros existentes na rede. A Internet utiliza
simultaneamente vários caminhos para transmitir esses tijolos até
o destino. Eles vão separados e são reunidos novamente em
seu computador, de acordo com o padrão original.
Essa divisão tem um motivo:
como as redes de comunicação podem sofrer interferências
que prejudiquem a transmissão, alguns dos tijolos podem chegar quebrados,
ou se perderem. Neste caso, o computador de destino precisa saber que tijolo
está faltando e solicitar ao computador da origem que seja reenviado.
Se não houvesse tal divisão em tijolos, toda vez que faltasse
uma parte seria necessário reenviar a parede (o arquivo solicitado...)
inteira! Seria algo interminável...
Custo - Quando você
acessa a Internet, você está fazendo uma ligação
telefônica para o seu provedor de acesso, geralmente situado em sua
cidade. Você paga o custo dessa ligação telefônica,
provavelmente contado em impulsos, como num telefonema normal. Veja na
lista telefônica o custo da ligação, que muda conforme
a hora do dia em que seja feita. Não é preciso dizer que,
à noite, o custo das ligações é bem menor...
Você também paga ao
provedor, diretamente, pela assinatura do serviço. Esse valor é
que permite manter os computadores em funcionamento e também que
o provedor pague pelas ligações em linhas de maior velocidade,
no Brasil geralmente via Telesp/Embratel. Neste caso, é um valor
fixo mensal, negociado com a empresa de comunicações que
permite o acesso internacional. A Embratel, por sua vez, tem convênios
com empresas como a Sprint, nos Estados Unidos, que fazem o redirecionamento
do tráfego brasileiro para os computadores procurados no resto do
mundo.
Assim, quando você se conecta
com um computador no Japão, na França ou mesmo nos Estados
Unidos, você está pagando apenas a ligação local.
Do valor de sua assinatura, o provedor local retira uma parte para o pagamento
da linha com a Embratel (por exemplo...), e a Embratel utiliza parte do
valor arrecadado entre os provedores para pagar a conta com a Sprint (também
por exemplo...).
Neste ponto, saiba apenas que existem
outros caminhos: certos provedores usam sinais de satélite diretos
com as centrais norte-americanas, sem passar pelas linhas da Embratel.
Só para refletir: veja como
a hegemonia das empresas estatais de comunicação está
sendo quebrada no caso da Internet, e como se torna virtualmente impossível
a qualquer governo controlar o tráfego nessa rede. Observe como
a globalização das comunicações impossibilita
que um governo ditatorial impeça o acesso às informações,
como a China Continental e Cuba estão descobrindo (entre outros
exemplos que poderiam ser mencionados).
Colaboram nesta série o
Renato “Snake” Ferreira Ribeiro, da Snake
BBS, e o Christian Rodrigues Barbosa, da Blue Eagle Consulting, encarregado
da estruturação de A
Tribuna como provedora Internet. |