Se você acompanhou esta seção desde o início, e praticou, já deve ter uma boa performance no mundo dos BBSs. Agora, está na hora de ampliar seus horizontes, com o ingresso na maior das BBSs que é a Internet. Uma não exclui a outra, na verdade ambas se completam. Mas, pense em BBS em termos de comunicação local/regional e em Internet como meio de comunicação nacional/internacional. Mesmo no ponto em que BBSs e Internet se encontram, pense na idéia de dois canais diferentes, cada qual com sua programação.

Recentemente, ainda nesta seção, dedicamos um capítulo especial à configuração de seu computador para a Internet. Lógico, você deve ter feito um acordo com um provedor de acesso pleno, como a Internet A Tribuna. Permitam o comercial: o telefone é 210-7219. 

Alguns BBSs permitem acesso limitado à Internet, principalmente ao correio eletrônico. Outros estão iniciando atividade paralela como provedores plenos Internet. Verifique o que cada um oferece, antes de firmar o contrato, e não se amarre a contratos longos, pois pode querer mudar de provedor algum tempo depois. 

Verifique a velocidade de comunicação que o provedor oferece com o usuário e com a Embratel, e a relação entre o número de linhas e o de usuários (o ideal é que seja abaixo de 15 usuários por linha telefônica).

Para usar a Internet, você precisa de um programa de comunicações adequado, no chamado padrão TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). Esse padrão começa a ser usado também nas redes internas das empresas (conhecidas por isso como Intranet).

O TCP/IP é a forma como seu computador se entenderá com o do provedor de acesso. De forma parecida com a transmissão nos BBSs, os dados e arquivos são divididos em pacotes de tamanho padrão, com um número de controle, para serem enviados através da rede e se reagruparem na outra ponta. O protocolo é que faz esse controle da ordem como eles são divididos e como se reagrupam para reconstituir a informação original.

Programas - Air Mosaic, Internet In a Box, Netscape, Microsoft Explorer, são alguns dos programas disponíveis na região. Embora até existam programas para Internet via sistema operacional DOS puro, não espere muito deles. Internet é essencialmente multimídia, e o melhor suporte para isso é o Windows. Conforme o ambiente que você tiver, escolha programas para Windows 3.x ou Win-95. 

Lógico, no caso do Macintosh a questão é simplificada, pois o sistema operacional já é multimídia, não existe a separação entre sistema e ambiente operacional.

Consulte seu provedor Internet sobre os programas, ele estará atualizado com as últimas versões e poderá inclusive oferecê-las a você com preço menor que no mercado e já customizadas, isto é, preparadas para a comunicação entre seu computador e o do provedor. Preço por preço, busque programas que já possuam suporte ao padrão Java, e se possível que integrem o máximo de recursos numa mesma janela (Web, e-mail, newsgroups pelo menos). 

Em alguns casos, serão versões Beta (ou seja, de teste, que ainda não foram liberadas oficialmente). As atualizações futuras dos programas podem ser feitas através de contato com o provedor Internet ou diretamente por cópia de arquivos disponíveis na rede, geralmente contra pagamento.

Prepare-se para perder algum tempo com a instalação e a configuração do programa de comunicação, por mais amigável que ele seja e por melhor que seja o manual que alguns provedores oferecem. Não tenha receio de consultar o provedor de acesso e pedir esclarecimentos sobre as dúvidas que surgirem, ele também tem interesse em que tudo dê certo. Se você conseguir que tudo funcione logo na primeira tentativa, corra para comprar um bilhete de loteria!

Linha - Teoricamente, pode-se acessar a Internet com modems até de 2.400 bps, mas hoje o padrão está passando de 14.400 para 28.800 bps. É que as grandes vantagens da rede internacional estão no uso da multimídia, com fotos, arquivos de som e outras facilidades, e todas essas aplicações necessitam de modems quanto mais rápidos melhor. Se está comprando um modem para usar com Internet, compre direto o de 28.800 bps, mesmo que o vendedor lhe diga que um de 14.400 será o bastante. 

De fato, linhas telefônicas ruidosas, com problemas, baixam muito a velocidade efetiva da comunicação - podem até interrompê-la -, mas a tendência tem sido de substituição das linhas mais problemáticas pela Telesp. Lógico, até a porta de sua casa, não adianta contar com uma boa ligação até a central telefônica se dentro de casa os fios estiverem oxidados. 

As linhas digitais (que usam tom de discar) geralmente são melhores que as normais (de discagem por pulsos), mas se ambas forem boas, não haverá diferença significativa na performance em usar uma ou outra.

Na verdade, se Santos ficasse num dos grandes centros urbanos norte-americanos, o conselho seria para que você pedisse à companhia telefônica uma linha frame-relay, que permite velocidades de comunicação a partir de 200.000 bps. Mas, estamos no Brasil, onde qualquer linha mais especial custa muito caro e demora a ser instalada, o que inviabiliza seu uso em termos domésticos. 

Se você é responsável por uma empresa que pretende ter muito tráfego de dados na Internet, a questão é outra, consulte Embratel, Telesp e o próprio provedor de acesso (pois neste caso também o provedor precisa ter condições de fornecer acesso veloz). Lembre-se: a velocidade da comunicação é limitada pelo ponto menos veloz da rede, e existem provedores Internet operando a apenas 14.400 bps na ligação com os usuários.

Bem, até aqui você já deverá estar com seu modem instalado e testado (veja como testar nas edições anteriores desta seção...) e com um programa de comunicação também instalado e testado. Na próxima edição, algumas explicações dos procedimentos que você deve ter visto durante a instalação.

Colaboram nesta série o Renato “Snake” Ferreira Ribeiro, da Snake BBS, e o Christian Rodrigues Barbosa, da Blue Eagle Consulting, encarregado da estruturação de A Tribuna como provedora Internet.