O segundo dia de viagem às cidades históricas mineiras pelo grupo de alunos e professores da Faculdade de Arquitetura da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) foi passado em Ouro Preto. O grupo está realizando uma excursão por essa região de Minas Gerais como parte do encerramento do ano letivo 2000, num projeto inédito apoiado pela empresa Tecnotasa, de Campinas (SP), e conta com câmeras digitais: as fotos resultantes, além de desenhos que eles realizam, estão sendo publicadas nas páginas Web dessa empresa. Este é o seu relato:

"Em Ouro Preto, os alunos puderam conhecer um pouco mais sobre a história desta importante cidade mineira. Ela foi fundada em 1711 por meio da união de diversas vilas, formando a Vila Rica de Albuquerque. A partir de 1720, passou a ser sede da Capitania de Minas Gerais. Em 1823, foi elevada à categoria de cidade. Em 1933, foi declarada Cidade Monumento Nacional por Decreto Federal. Em 1980, foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pelo Comitê Mundial da Unesco. Ouro Preto foi a primeira cidade a receber tal reconhecimento. 

"A visita à cidade começou cedo e foi acompanhada por Rodrigo Meniconi, professor de Técnicas Retrospectivas e de História da Arte e da Arquitetura na PUC de Belo Horizonte. Nesta cidade, todas as pontes foram construídas entre 1740 e 1750. 

"Os terrenos das casas, originalmente, eram estreitos e compridos, e a construção das residências obedecia a um padrão: o primeiro piso é feito de pedras empilhadas, o segundo piso é de madeira coberta por barro e coberta por pau-a-pique. Nesta visita, foram vistos diversos edifícios, porém só alguns receberam uma atenção especial: entre eles, a Igreja de São Francisco de Assis, considerada a maior criação de Aleijadinho. No projeto original, a fachada era muito pobre e o interior muito rico. Depois houve uma modificação da fachada: as torres foram recuadas e a fachada projetada para a frente. Os púlpitos estão no arco cruzeiro e não na nave, como acontece nas demais igrejas. Os riscos feitos pelos arquitetos eram nas paredes e em escala 1:1. Nesta igreja foi encontrada uma sala, ao lado do altar-mor, onde estão alguns dos riscos originais. O alta-mor está passando por restauração para a conservação do retábulo.

"Igreja de Nossa Senhora do Pilar: o interior desta é todo pintado em ouro. Em alguns pontos, o ouro gastou e aparece a madeira. Os lustres laterais estão seguros por pelicanos. Esta igreja abriga o Museu de Arte Sacra, que possui em seu acervo móveis de jacarandá, imagens, roupas, adornos, atributos, quadros e uma esquife feita por Joaquim Xavier Brito para homenagear D. João V na ocasião de sua morte (foi apenas uma homenagem e aconteceu em todas as colônias portuguesas - os funerais se deram em Portugal). 

"Praça Tiradentes: esta foi construída no século XIX e é a mais importante praça de Ouro Preto. Possui um monumento a Tiradentes com 19 metros de altura, sendo que a estátua em bronze mede 2 metros e 82 centímetros. Abriga importantes edifícios da cidade."