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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - OS DIRIGENTES
Ignácio Wallace da Gama Cochrane
Presidente da Câmara Municipal em 1868 e de 1869 a 1872

Quando da colocação de seu retrato na galeria de ex-presidentes da Câmara Municipal de Santos, o jornal santista A Tribuna registrou, em sua primeira página da edição de 14 de janeiro de 1913 (ortografia atualizada nesta transcrição):


Ignácio Wallace da Gama Cochane
Imagem publicada com a matéria

Dr. Ignácio W. da Gama Cochrane

Realiza-se hoje, às 8 horas da noite, no salão de honra do Paço Municipal, a solenidade de inauguração do retrato do pranteado brasileiro dr. Ignácio Wallace da Gama Cochrane, que relevantes serviços prestou a esta cidade no desempenho do seu cargo de presidente da Câmara Municipal.

O retrato, que hoje será inaugurado, é um belo trabalho do artista A. Fernandez, que o fez por encomenda de um grupo de munícipes, a fim de ser oferecido à municipalidade.

Para a solenidade da inauguração, a que comparecerão todos os srs. vereadores, foram convidadas a exma. família do dr. Ignácio Wallace Cochrane, autoridades e outras pessoas gradas.

Falará, por ocasião de ser descerrada a cortina que cobre o retrato do ilustre homenageado, o dr. Nilo Costa, procurador judicial da Câmara.

Um resumo biográfico foi feito pelo falecido jornalista Olao Rodrigues, na publicação Veja Santos! (2ª edição, 1975, Santos/SP):

Cócrane (Dr.)

Rua - Bairros: Paquetá/Vila Nova

C. Rua Xavier da Silveira (120)

F. Av. Campos Sales (44)

Figurava na Planta sob nº 69 e era conhecida por Rua do Cemitério por situar-se em sua faixa, entre a Rua Amador Bueno e a Avenida São Francisco, o Cemitério do Paquetá, o primeiro que se instituiu em Santos, de cunho oficial, que começou regularmente a funcionar a 8 de dezembro de 1854, embora desde 18 de outubro de 1853 nele se fizessem sepultamentos. Em 1878 havia no local um pátio ou largo que era designado por Largo do Cemitério.

Em 1885 a via pública recebeu denominação, oficializada pela Lei nº 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, promulgada pelo prefeito municipal coronel Joaquim Montenegro. Foi o respectivo projeto de lei votado e aprovado nas sessões da Câmara Municipal dos dias 14 de janeiro de 1921 e 16 de fevereiro seguinte.

Assoberbado em dar novos limites às nossas vias públicas, o vereador José Carneiro Bastos apresentou projeto de lei na sessão da Câmara Municipal realizada a 9 de agosto de 1899, por ele mesmo presidida, considerando de utilidade pública áreas de terrenos para o prolongamento da Rua Dr. Cócrane, entre a Rua 7 de Setembro e Rua São Jerônimo, atual Xavier Pinheiro, além de outras vias públicas.

Esse projeto de lei tornou-se objeto do Parecer nº 127, da Comissão de Obras e Viação, aprovado em 1ª discussão na sessão havida a 30 de agosto de 1899 e, em discussão final, na sessão de 20 de setembro do mesmo ano. A Comissão de Obras e Viação apresentou na sessão de 17 de dezembro de 1902, presidida pelo sr. Francisco Correia de Almeida Morais, Parecer nº 176, pelo qual considerou de toda a justiça o pedido formulado por José Tomás da Fonseca Júnior e outros sobre o calçamento da Rua Dr. Cócrane, no trecho entre a Rua Bitencourt e o Mercado, totalmente intransitável.

Na sessão ordinária que o Legislativo realizou a 20 de maio de 1903 foi aprovada proposta de Geraldo Iguelzi & Cia. para execução do serviço de aterro da Rua Dr. Cócrane, entre o portão do Mercado e a Rua 7 de Setembro.

O patrono da via pública é o dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane, vulto de saliência na vida política e social de Santos. Foi engenheiro fiscal da Companhia de Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, tenente-coronel do 3º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, deputado provincial em São Paulo e deputado geral, durante cujo mandato lhe coube referendar a Lei Áurea.

Um dos fundadores, a 22 de dezembro de 1870, da Associação Comercial de Santos, tornando-se secretário de suas duas primeiras diretorias. Vereador à Câmara Municipal de Santos nos períodos de 1865 a 1869 e de 1883 a 1886, ocupou também o cargo de presidente da Mesa. Foi ainda presidente do Conselho Diretor do Instituto Pasteur, de São Paulo, em 1906. O dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane, que deixou ilustre descendência, faleceu em S. Paulo a 19 de fevereiro de 1912.