Imagem: reprodução da matéria original
Gatuno célebre
Quando ontem, à 1 hora
da manhã, passávamos pela Rua Itororó, notamos que o inspetor Monteiro, num gesticular de autoridade, intimava um indivíduo qualquer a que o
acompanhasse à polícia, onde desejava falar-lhe.
O indivíduo gesticulava também, mas encolhia-se todo, lastimando a sorte.
O caso despertou-nos curiosidade, por isso abordamos o inspetor, a quem perguntamos do que se
tratava.
- Nada, não é nada, respondeu secamente o Monteiro. É este sujeito que não quer me acompanhar à
polícia, onde alguém o espera.
- Mas, afinal, do que se trata?
- Nada, um caso sem importância.
- Cada vez compreendo menos...
E o monteiro, chamando-nos de parte, disse-nos que o tal indivíduo se chamava Januário Cardoso,
gatuno muito conhecido da polícia e autor de inúmeros roubos e façanhas.
- Este sujeito - disse o inspetor - vem a Santos fazer as suas falcatruas e vai vender o que pode
roubar em S. Paulo e no interior. Ainda há dias, fez um grande roubo na capital e resistiu, a tiros de revólver, à voz de prisão que lhe deu um
agente.
Está processado e a polícia de São Paulo, sabedora de que o marau tinha fugido para Santos,
requisitou a sua prisão ao dr. Bias Bueno.
Por acaso soube que Cardoso estava hospedado na espelunca n. 66 da Rua Itororó e fui lá prendê-lo
"agorinha mesmo".
E assim soubemos que o gatuno Januário Cardoso, autor de muitas falcatruas, tinha sido preso. |