Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/santos/h0352e.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 11/05/07 23:32:07
Clique na imagem para voltar à página principal
HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - CIGANOS
Um acampamento cigano santista... em 1948

Grupo ficou uns tempos no terreno ao lado do hospital da Santa Casa. Depois, foi embora, não voltou mais
Leva para a página anterior
Uma das raras vezes em que um grupo cigano fez acampamento prolongado dentro da zona urbana santista foi logo após a Segunda Guerra Mundial. O relato de um visitante desse acampamento foi recolhido pelo professor de História e pesquisador Francisco Carballa, que assim o transmitiu em novembro de 2007 a Novo Milênio:
 

Ciganos em Santos

Clóvis Benedito de Almeida (nascido em Santos 1934), fez algumas visitas ao acampamento cigano, de 1948 a 1952, geralmente nos meses de junho até agosto, quando chegava um grupo de ciganos que se instalavam no grande campo que existia nas proximidades da Santa Casa da Misericórdia de Santos, e do clube da Portuguesa Santista.

Os ciganos chegavam com suas carroças e ali montavam lindas tendas, abastecendo-se na fonte do Marapé; era possível ver um grande caldeirão, onde era preparado o goulash (N.E.: caldeirada típica principalmente da Polônia e Romênia), que era apreciado pelo grupo e tentação para os visitantes que ficavam aguados pelo seu aroma.

Devido a uma proibição por parte das autoridades, eles não freqüentavam o centro da cidade. Muitas pessoas, durante a noite, se serviam dos bondes ou carros, dirigindo-se para lá, pois era a oportunidade de comprarem, dos ciganos, tachos de cobre para doces, panelas, chaleiras, frigideiras (que tinham o fundo todo trabalhado com uma ferramenta que fazia pequenas marcas, semelhantes às que se usam ainda hoje em dia nesses produtos que prometem ser anti-aderentes), e até guizos com apenas um corte (típicos da Índia) e não quatro (que é a característica dos cristãos). Braceletes, brincos e demais jóias eram trabalhadas de forma artesanal.

Havia danças típicas, quando o mais velho do grupo e líder, o senhor Yorgos, junto com o cigano Ydío, tocavam rabeca. Já o cigano Pietro tocava pandeiro e as mulheres executavam danças típicas, e ainda era possível consultar a tradicional buena dicha (N.E.: leitura da sorte das pessoas), com as ciganas que praticavam o dom do oráculo, seja por quiromancia ou cartomancia.

Clóvis contou ainda que seu amigo Nivaldo Coelho, filho do Coelhão (da família Coelho, donos de uma empresa de leite), era muito amigo do cigano Pietro e isso lhe garantia poder ficar no acampamento, junto com os demais, em um mundo exótico, totalmente diferente do que conhecia no meio urbano. Ao que consta, não ocorreu mais o retorno desse grupo, desconhecendo-se o que causou isso.

Leva para a página seguinte