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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Profissões
Atividades que vão desaparecendo (9)

Com o tempo, diversas atividades acabam ou são substituídas por outras
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Matéria publicada no jornal A Tribuna, em 3 de outubro de 2007 (página A-8):
 


Esully Saboia, há 40 anos no ramo, chega a levar uma semana para deixar novos relógios do século 18 
Foto: Davi Ribeiro, publicada com a matéria

RELOJOEIROS
Senhores do tempo mantêm tradição
Ofício garante a preservação de peças raras

Flávia Saad

Da Redação

"Só perco a hora quando estou na minha oficina, trabalhando nos relógios". Até o ritmo da conversa com Esully Saboia, de 70 anos, tem a cadência dos segundos que passam sem pressa.

Há mais de 40 anos, ele repara relógios antigos - de parede, de pulso ou de bolso. "Nasci na oficina", conta. Saboia aprendeu o ofício com o avô e o pai, ambos relojoeiros. "Tudo neles me fascina: a mecânica, o movimento, as engrenagens, as peças".

Na última segunda-feira, ele devolveu a um cliente, novinho em folha, um Muret do século 18. O conserto e a regulagem do mecanismo levaram uma semana. Quando uma peça quebra, ele mesmo produzi o item, começando do zero.

Ao passar pela fachada da casa que abriga a loja de Saboia, é difícil imaginar as raridades que ficam do lado de dentro. Quantos são, nem ele mesmo sabe ao certo. "Se você quiser, pode contar". Cada um deles marca um horário diferente.

Um modelo capelão do século 19, da marca suíça New Haven, um carrilhão Urgos com peças banhadas a ouro, de 1960, que toca três músicas diferentes, e um Omega de 1775 são apenas algumas das peças que ele guarda com zelo incansável.

Saboia só se intimida com a fatídica pergunta: "De qual deles o senhor gosta mais?". "O favorito é o que estiver mexendo hoje", responde com perspicácia.

O tempo não pára - Hoje, já um senhor de idade, Saboia conta com a companhia do jovem Wilson Chagas, que também aprendeu a consertar e admirar os senhores do tempo.

Outro membro da nova geração de relojoeiros é Marcelo Edgar dos Santos, da Lanzellotti, no Centro. Ele, que começou a lidar com os ponteiros há 20 anos, quando trabalhava como aprendiz em uma loja aos 14 anos de idade, é especialista em relógios de pulso.

"Com a onda eletrônica e digital, as pessoas deixaram de lado esse hábito. No entanto, tenho clientes muito seletos. A maioria vem trazer peças que passaram de geração para geração, que fazem parte da história de uma família".

Entre os relógios mais interessantes que já consertou, o rapaz lembra de um Omega originário da Suíça, que apontava, além das horas, as fases da Lua.

Serviço - Informações sobre os serviços de Esully Saboia no telefone 3222-2407. Para saber sobre o trabalho da Relojoaria Lanzellotti, o telefone é 3219-6571.

Saiba mais
História viva

Mais de 600 modelos estão em exposição no Museu do Relógio, em São Paulo. Raridades dos séculos 17, 18 e 19 fazem parte do acervo, que começou com a coleção particular de Dimas de Melo Pimenta, o organizador da mostra.

O Museu do Relógio funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 e das 14 às 17 horas, na Avenida Mofarrej, 840, Vila Leopoldina. No entanto, é preciso agendar a visita pelo telefone (11) 3646-4000.

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